MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Botulismo não está relacionado à comida enlatada


Muitos brasileiros acreditam de forma equivocada que o botulismo está relacionado diretamente aos alimentos enlatados, no entanto o problema está no processamento
A maioria dos consumidores já ouviu falar que a maior causa de botulismo é o consumo de alimentos enlatados. Isso não passa de mito. De acordo com os dados do Datasus, entre 1999 e 2011 foram registrados 173 casos suspeitos no país, dos quais 68 foram confirmados, sendo 66 deles de botulismo alimentar. Os alimentos mais envolvidos são as conservas vegetais artesanais, os produtos cárneos cozidos, os curados e os defumados de forma artesanal, queijos e pastas de queijos. É importante ressaltar que as conservas artesanais nunca são embaladas em lata de aço, pois o aço requer processo industrial sofisticado.
Outro mito é quanto ao consumo de latas amassas. Quando a lata sofre algum dano o alimento permanece protegido, pois as embalagens são revestidas por uma película protetora que resiste a deformações. Porém não devemos consumir latas perfuradas ou estufadas.
O bolutilismo sempre foi muito associada a alimentos enlatados, tornando a lata de aço vilã da história, no entanto a sua incidência nada tem a ver com a embalagem. O botulismo é uma forma de intoxicação alimentar rara mas potencialmente fatal, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, presente no solo e em alimentos contaminados e mal conservados. “A causa desse tipo de intoxicação está diremente relacionada ao processamento do alimento e como principal causador temos as conservas caseiras”, afirma Thaís Fagury, engenheira de alimentos e gerente executiva da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço).
A bactéria que causa o botulismo e os seus esporos podem ser facilmente encontrados em qualquer tipo de solo, forma pela qual contamina os alimentos. No entanto, eles se desenvolvem principalmente em alimentos hermeticamentes fechados, onde não há oxigênio. Muito raramente podem acontecer em conservas enlatadas industrializadas, pois o processo de envase eleva os alimentos a altas temperaturas, suficientes para matar todos os microorganismos nocivos à saúde, mantendo o conteúdo esterilizado durante a sua vida útil, até o momento de abertura da lata, dispensando a adição de conservantes químicos. O controle da acidez pela indústria também é fato importante, já que a bactéria causadora do botulismo não incide em meio muito ácido.
O número de casos de botulismo por Estado ou região varia de acordo com vários fatores, entre eles os hábitos alimentares da população, com isso, aquelas que consomem os alimentos de risco apresentam maior chance de ter botulismo, como por exemplo, o consumo de conservas caseiras. A recomendação da área técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde é que a população deve procurar atendimento médico diante de sinais e sintomas neurológicos e que a equipe de saúde treinada para identificar casos suspeitos de botulismo esteja ciente de que todos os casos suspeitos de botulismo devem ser notificados a Secretaria Municipal de Saúde.
A maior incidência dos casos de botulismo ocorre na região Sudeste, principalmente, devido ao fato da maior sensibilidade na detecção dos casos suspeitos nos serviços de saúde. O estado de São Paulo, por exemplo, realiza intensivamente trabalhos de capacitação e orientação para os profissionais da saúde buscando aprimorar os conhecimentos dos profissionais para que se tornem aptos a identificar os casos suspeitos. O desejado é que ocorra a sensibilização desses profissionais de saúde em toda a rede nacional.
De acordo com os técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, o progresso dos outros Estados tem sido acompanhado de perto e esta sensibilização vem ocorrendo de maneira gradual, o que futuramente poderá mostrar que todos os Estados podem ter casos da doença. Quando comparado a outras doenças, o botulismo tem baixa incidência, mas devido ao seu alto potencial de letalidade, basta um caso apenas para que seja tratado como surto.
Formas de prevenção
Atitudes simples que podem evitar o contagio:
- Sempre cozinhe, frite ou asse bem os alimentos de origem animal, pois o calor ajuda a matar as bactérias patógenas;
- Na hora de cozinhar, separe os alimentos limpos e descascados dos demais na hora da preparação. E sempre lave a faca quando mudar de alimento;
- Quando estiver manuseando os alimentos, lave bem as mãos e os utensílios de cozinha (inclusive a pia);
- Evite utensílios de madeira em sua cozinha, pois as fendas são um local propício para o desenvolvimento de fungos e bactérias;
- Lave bem as mãos com sabão ou sabonete após chegar da rua, trocar fralda de bebês e pegar animais de estimação;
- Não compre alimentos de origem clandestina ou caseira. Não há normas de segurança alimentar que garantem a qualidade deste tipo de alimento.
Sobre a ABEAÇO
A Associação Brasileira de Embalagem de Aço foi criada em maio de 2003 com o objetivo de fortalecer a imagem da embalagem de aço, além de dar suporte técnico e mercadológico aos seus fabricantes. A entidade sem fins lucrativos investe e apoia em iniciativas de gestão ambiental, sobretudo quando associadas a finalidades sociais, para aproximar os interesses de toda a cadeia produtiva para desenvolver soluções e produtos, no Brasil e no exterior. A instituição soma esforços para fomentar pesquisas, desenvolver campanhas de esclarecimento, participar de eventos e divulgar as características das latas de aço.

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