Filho de paciente culpa a greve pela morte do pai no Pronto Socorro

Rapaz trouxe o pai de São Miguel do Guamá para ser tratado em Belém.
Após 12 horas de espera o paciente foi atendido, mas não resistiu.

Do G1 PA

 A greve dos servidores da saúde chega ao 3º dia em Belém e tem causado revolta na população. Na madrugada deste sábado (4), um homem morreu após esperar 12 horas por atendimento médico.
“Meu pai está ali, saindo morto. A responsabilidade é de vocês! Ô greve maldita do cão”, dizia Walter Silva, em frente ao Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti (PSM da 14 de Março), em Belém. Walter veio do município de São Miguel do Guamá para Belém buscar atendimento ao pai, que estava com tuberculose.
O rapaz conta que esperou mais de 12 horas para ser recebido por um médico. “Chegamos no Pronto Socorro da 14 de Março às 8h da manhã e só foram conseguir atendimento e um leito para ele às 7h da noite. Foi tarde demais, meu pai chegou a falecer por volta das 3h15 de sábado. Eles falaram que aqui não tinha tratamento para o meu pai”, lembra.

O médico que atendeu o pai de Walter, Hilton Alves, se defendeu. “Ele sentou num banco para atendimento ambulatorial. Alguém com o olho clínico tinha que ter visto que ele estava grave, e ter colocado dentro, como aconteceu comigo”, explicou o médico.
Já o Sindicato dos Servidores da Saúde coloca a culpa pela morte na falta de estrutura do PSM da 14 de Março. “A gestão não instrumentaliza para atender pacientes graves, na quantidade que deveria. Ele era para estar numa unidade de grave, mas não tem leito para ele”, disse Carmem Fonseca, coordenadora sócio-econômica do sindicato.
Em nota, Secretaria de Saúde do Município informou que o paciente teve todo o atendimento necessário, mas não resistiu a gravidade da doença. O Conselho Regional de Medicina informou que vai apurar o caso.

Pai de Walter Silva morreu após esperar atendimento médico por 12 horas. (Foto: Reprodução/TV Liberal)