MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 18 de agosto de 2012

Greve deixa notas pendentes e atrasa calendário em universidades mineiras


Na UFMG, estudantes frequentam apenas estágios e projetos de pesquisa.
Saiba como está a situação em outras universidades do estado.

Do G1 MG*

Sala da UFMG está vazia. (Foto: Alex Araújo/G1)Sala da UFMG está vazia. (Foto: Alex Araújo/G1)
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mais parece uma cidade-fantasma. Alguns poucos estudantes encontrados pelo G1, nesta sexta-feira (17), no Campus Pampulha, em Belo Horizonte, estavam no local porque faziam parte de algum projeto acadêmico ou por causa de um estágio. A greve na instituição começou no dia 19 de junho, um mês após o início da paralisação nacional. O calendário letivo do segundo semestre já está atrasado, o que preocupa estudantes.

Laiene Inácio (Foto: Alex Araújo/G1)Laiene Inácio (Foto: Alex Araújo/G1)
Laiene Inácio, de 19 anos, que morava em Uberaba, na Região do Triângulo, veio estudar comunicação social na capital mineira, e está insegura com relação à continuidade do curso. “Vamos ter que repor o que perdermos. Fico com medo de até perder o semestre e ter que fazer tudo de novo. Tenho medo de ficar assim ainda por muito mais tempo, desabafou”.

Já Bruno Silva de Lima, de 20 anos, conseguiu finalizar o quarto período de engenharia mecânica, mas está inseguro quanto à duração da greve. O estudante disse que, se as aulas retornarem muito tarde, podem prejudicar a viagem programada que tem com a família no fim do ano, na época do natal. Giuliene Santos Gomes, de 20 anos, está no quinto período de matemática e continua indo à UFMG porque tem bolsa e faz estágio na instituição. Ela também teme que a reposição das aulas comprometa as férias.

De acordo com a universidade, poucas aulas foram perdidas no primeiro semestre de 2012 e mais de 50% das notas foram lançadas no diário eletrônico, mas muitas ainda estão pendentes, segundo a instituição. Já em relação ao segundo semestre, as atividades deveriam ter tido início no dia 6 de agosto, mas até esta sexta-feira (17), já são nove dias de aula que vão precisar de reposição.

A instituição ressaltou que haverá reposição integral, porém, o calendário vai ser definido após a finalização da greve. Matrículas de calouros e veteranos não foram prejudicadas, e o próximo vestibular vai ser realizado normalmente. As inscrições vão até o dia 10 de setembro.
A UFMG não soube informar quantos professores aderiram ao movimento. Na instituição, servidores técnico-administrativos também estão em greve. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começaram a paralisação dia 21 de maio.
Corredores vazios na UFMG. (Foto: Alex Araújo/G1)Corredores vazios na UFMG. (Foto: Alex Araújo/G1)
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes), do total de 59 universidades brasileiras, 57 aderiram à paralisação, além dos 37 institutos e centros de educação tecnológica. Apenas a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) não aderiram ao movimento. Os docentes da UFMG são representados pela Associação dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH). Segundo a entidade, não há previsão para o retorno às aulas.

O movimento grevista dos docentes da educação federal teve início em 17 de maio. No atual momento, persiste o impasse entre governo e professores. Os sindicatos pedem reabertura das negociações sobre salário e carreira, mas o governo diz que a negociação está encerrada e pressiona por volta às aulas.

Veja a situação da greve em algumas instituições federais do estado:

Cefet-MG
As aulas também estão suspensas há três meses nas dez unidades do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), conforme informou ao G1 o diretor-geral da instituição, Marcio Basílio, nesta sexta-feira (17). Ainda segundo ele, um calendário de reposição do primeiro semestre está sendo elaborado. “Estamos simulando o calendário considerando cada segunda-feira como possível início de aulas, independente do plano político”, disse. No entanto, ainda não há previsão para o recomeço das aulas.
Para os alunos que vão dar início ao curso de graduação no próximo semestre, a matrícula foi feita normalmente, de acordo com informações da direção do Cefet-MG. Já para os alunos que pretendem prestar vestibular, a direção do centro informou que tenta manter o calendário previsto pela Copeve.
A pós-graduação também foi afetada. “Algumas atividades de pesquisa e que não são didáticas, como encontros e eventos, acontecem”, disse Basílio.

Ufla
Na Universidade Federal de Lavras (Ufla), segundo o presidente da Associação de Docentes e membro do Comando Local da Greve, Samuel Pereira de Carvalho, nesses três meses de paralisação, todos os dias letivos do período foram adiados e nenhum curso encerrou o primeiro semestre. Segundo Carvalho, ainda não há uma definição de reposição de aulas.

UFJF
As aulas na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foram interrompidas no dia 17 de maio. O calendário de reposição só vai ser definido após o fim do movimento grevista, de acordo com a assessoria da instituição.
Ainda segundo a universidade, as datas para matrícula não foram definidas e dependem do fim da greve, quando o conselho de graduação vai se reunir e discutir o calendário.
O processo seletivo da UFJF é feito por meio do Enem. O edital para o vestibular ainda não tem previsão para ser lançado.

Ufop
Os alunos da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) também estão sem aulas há mais de 90 dias. De acordo com o pró-reitor da universidade, Jorge Adílio Penna, com exceção do 9º período de medicina, os demais cursos de graduação não encerraram o primeiro semestre letivo de 2012. “Quando houve a paralisação, no dia 17 de maio, faltavam seis semanas para o encerramento do primeiro semestre, que vão ser cumpridas quando as aulas voltarem”, informou o pró-reitor. Dessa forma, a instituição diz que não há risco de perda do semestre.
De acordo com a universidade, desde o dia 11 de junho, os serviços administrativos também estão paralisados. Os estudantes que vão entrar na Ufop no segundo semestre de 2012 foram registrados – com autorização do comando de greve – e vão ser matriculados normalmente, assim que o novo calendário letivo for definido. O ingresso de alunos da universidade também se dá por meio do Sisu e do Enem.
Para os veteranos, a matrícula está suspensa. “Como estamos em greve, o segundo semestre só tem condição de começar em outubro, se a greve acabasse nesta semana”, disse o pró-reitor. Os cursos de pós-graduação não foram totalmente afetados pela greve, tendo em vista que as pesquisas continuaram, segundo informou Jorge Adílio Penna.

UFSJ
Na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), nenhum curso de graduação encerrou o primeiro semestre letivo de 2012. As aulas foram interrompidas no dia 17 de maio. De acordo com a assessoria da UFSJ, o calendário de reposição vai ser elaborado após o fim da greve dos professores e dos servidores técnico-administrativos.
Um serviço que aguarda o fim da greve é a matrícula para o segundo semestre de 2012. Segundo a assessoria da universidade, mutirões devem ser feitos para regularizar a situação dos estudantes.
Ainda segundo a universidade, inicialmente, não há nenhuma previsão de alteração nos processos seletivos para ingresso na UFSJ. Os cursos de pós-graduação não sofreram prejuízos por causa do movimento.

UFVNa Universidade Federal de Viçosa (UFV), as aulas estão suspensas em todos os cursos de graduação, e a paralisação completou três meses nesta sexta-feira (17). De acordo com a assessoria da universidade, com a interrupção das aulas, no dia 17 de maio, nenhum curso de graduação conseguiu encerrar o primeiro semestre letivo. Na pós-graduação, o panorama é diferente, segundo o pró-reitor da universidade, o professor Vicente Lélis. “Na pós, a maioria das disciplinas fechou o semestre”, disse.
Segundo a universidade, ainda não há previsão para o início das aulas na UFV. Elas só vão voltar após o anúncio do fim da greve, quando um novo calendário vai ser elaborado. “Temos que completar seis semanas de aulas do primeiro semestre letivo. A reposição vai ser integral, avançando dezembro, janeiro e fevereiro”, informou o pró-reitor da universidade, o professor Vicente Lélis.
Os servidores técnico-administrativos estão em greve desde o dia 11 de junho, o que afeta  serviços como a matrícula. Estudantes que vão ingressar na UFV no segundo semestre deste ano e veteranos devem aguardar a definição da data para matrícula.
A assessoria da universidade informou que o calendário de exames para ingresso na UFV não sofreu alterações por causa da greve. Oitenta por cento dos estudantes ingressam na instituição por meio do Enem/Sisu. Os outros 20% são selecionados por meio do Programa de Avaliação Seriada (PASES I e PASES II). As provas do Pases vão ocorrer normalmente nos dias 1º e 2 de dezembro, conforme informou a UFV. As inscrições para o Pases estão abertas por meio do site da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve).

UFTM
A assessoria da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) informou que a Associação dos Docentes da UFTM (ADUFTM) aderiu à greve em 17 de maio e não foram cumpridos cerca de 40 dias letivos do 1º semestre.

A definição do novo calendário deverá ser discutida após o encerramento do movimento de greve. Segundo o Departamento de Registro e Controle Acadêmico, apenas as matrículas dos candidatos aprovados no Vestibular de Inverno foram efetuadas de acordo com as convocações. Atualmente, só estão em atividade o Internato do curso de Medicina, do 9º ao 12º períodos, 7º e 8º da Enfermagem e 8º da Biomedicina, todos em campo de estágios curriculares.

Na segunda-feira (20) serão retomadas algumas aulas de disciplinas dos cursos de Engenharia que concluíram o 1º semestre. Os cursos de Engenharia da UFTM são ministrados em regime anual. As datas do Vestibular 2013 estão confirmadas e as provas acontecem em dia 9 de dezembro, 1ª fase, e dia 12 de janeiro, 2ª fase.

UFU
A assessoria de imprensa da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) afirmou que enquanto a greve não terminar não é possível prever como serão repostas as aulas perdidas pelos alunos.
Em relação aos novos alunos, a universidade realizará neste fim de semana a segunda etapa do vestibular, depois do cancelamento do no dia 24 de junho, devido ao vazamento de algumas questões da primeira e segunda etapas. O resultado será divulgado no dia 11 de setembro, quando sairá a lista dos candidatos aprovados na primeira chamada. No entanto, a data para a matrícula não foi determinada.
UFVJM
A assessoria da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) informou que os professores também estão em greve desde o dia 17 de maio. Já os técnico-administrativo suspenderam as atividades no dia 11 de junho.

Ainda segundo a instituição, a reitoria está respeitando a greve e 100% dos professores e servidores aderiram à paralisação. A universidade explicou que nenhum curso encerrou o primeiro semestre e que as notas ainda não foram lançadas.

A reposição das aulas da UFVJM ainda não foi discutida, e não há previsão para início do novo semestre na universidade, apesar de as matrículas já terem sido feitas. A assessoria disse que, até o momento, não existe qualquer alteração no vestibular 2013, marcado para 18 de novembro.

Unifal
Na Unifal, a totalidade dos cursos também está com os cronogramas atrasados. Todos os professores aderiram ao movimento nacional e não há previsão para retorno às aulas. A reposição das aulas atrasadas ainda não foi definida. As matrículas estão suspensas por conta da paralisação, no entanto não existe risco de cancelamento de turmas. Por outro lado, o vestibular de 2013 está ameaçado.

*Colaboraram Alex Araújo, Carolina Farah, Fernanda Brescia, Pedro Triginelli, G1 Sul de Minas e G1 Triângulo Mineiro

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