MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 11 de agosto de 2012

Greve trava exportação de quase 2 mil toneladas de carne em Mato Grosso


Em seis dias, cerca de 70 cargas deixaram de chegar ao mercado externo.
STJ determinou que fiscais voltassem ao trabalho.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Produção de carne bovina em frigorífico de Barretos, SP (Foto: Reprodução EPTV)Greve afeta exportação de carne bovina na semana
(Foto: Reprodução EPTV)
A greve dos fiscais agropecuários - vinculados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que já dura 6 dias, impediu o envio de 1.725  toneladas de carne bovina 'in natura' congelada para o mercado internacional.

As cargas não puderam ser embarcadas porque dependem da certificação necessária para a exportação e estão paradas nas indústrias. Enquanto isso, as empresas vão atingindo sua capacidade máxima para estocagem da carne. Pelo menos duas já chegaram ao limite.
As consequências já preocupam as indústrias frigoríficas. "Algumas indústrias têm capacidade para estocar de quatro a oito dias, mas depende muito do limite das unidades. Já está se chegando basicamente ao limite", avaliou o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Luis Freitas.
De acordo com o dirigente, ainda não é possível mensurar, em termos financeiros, as perdas geradas pela não exportação de carne nestes cinco dias. Ainda de acordo com Freitas, não se cogita redirecionar a produção. "Quando você produz carne para o mercado externo é uma carne manipulada de acordo com as exigências de cada cliente. Geralmente é um produto destinado para cada mercado. Já há prejuízos", ponderou Freitas.
Levantamento feito pelo G1 junto à base regional do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) em Mato Grosso identificou ainda que desde a segunda-feira, um total de 2.755 toneladas de sementes não puderam sair do estado.
Além disso, conforme os números da Anffa , 657 mil toneladas de fertilizantes estão impedidas de entrarem no estado porque nos portos dependem da autorização, destaca o delegado sindical Nilo Silva Nascimento. "Parte está atracada ou aguardando a anuência", cita o representante sindical.
Na unidade federada os 80 profissionais da área agropecuária do Mapa também aderiram ao movimento nacional. Para o delegado, a greve foi a única alternativa encontrada pela categoria para reforçar a pauta de reivindicações englobando melhores condições de trabalho, contrações e salários. "Os fiscais precisavam abrir um canal de negociação e só poderia ocorrer pela greve, uma vez que por dois anos não conseguimos avançar nas negociações", disse ao G1. No Brasil, o número de servidores chega a 3,2 mil, conforme a Anffa.
A primeira semana de greve também foi marcada ações na esfera jurídica para garantir a retomada os serviços dos fiscais agropecuários. A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que 100% dos fiscais grevistas retornassem ao trabalho. Em sua decisão, o ministro relator Napoleão Nunes Maia Filho, disse ser 'incontestável a necessidade de compatibilidade do direito a greve com a manutenção dos serviços essenciais e indispensáveis à população'.
No entanto, destacou que a paralisação oferece risco acentuado à saúde e a incolumidade públicas e repercute gravemente na própria economia do País, "deve ter atenção redobrada, exigindo, por certo, a manutenção de servidores em percentual condizente com a necessidade de proteção do bem essencial à coletividade", citou o ministro.
O presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais (Anffa Sindical), Wilson Roberto de Sá, disse a decisão será acatada, mas que a categoria recorrerá.

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