Acúmulo de contêineres faz empresas de SC suspenderem produção.
Fiesc e Fecomércio conseguiram liminares para minimizar prejuízos.
Contêineres estão acumulando no Porto de Itajaí, SC
(Foto: Reprodução RBS TV)
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) conseguiram liminares na justiça para garantir a manutenção mínima nos portos de Itajaí e Navegantes. Com a greve dos servidores federais, houve o acúmulo de contêineres nos Portos e algumas empresas do Oeste do estado já anunciaram a suspensão da produção.(Foto: Reprodução RBS TV)
Pela liminar, os servidores da da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), fiscais da Receita Federal e fiscais agropecuários são obrigados a manter o funcionamento de pelo menos 30% nos terminais portuários durante a greve da categoria.
O argumento da Fiesc e Fecomércio é que a paralisação gera prejuízo às indústrias. A Anvisa é responsável por liberar cargas de produtos químicos, cosméticos e medicamentos. Em Itajaí, as cargas só são liberadas através de mandados judiciais. O mesmo ocorre com os navios, que só podem entrar nos terminais portuários após a liberação da Anvisa.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), como não há data para liberar os contêineres, os frigoríficos e terminais estão com medo que o atraso obrigue compradores a procurar outros mercados, o que causaria um prejuízo em toda a cadeia portuária e na indústria de alimentos.
Empresas devem suspender produção em SC
(Foto: Reprodução RBS TV)
Só os portos de Itajaí e Navegantes respondem por 4% da balança comercial do país, 60% da carne suína que Santa Catarina exporta passam por lá , além de 40% do frango vendido ao exterior. "Nós temos cerca de 20 mil pequenos produtores e integrados, isso representa um total de 60 mil pessoas ou mais em torno dessa produção. Eles tão impedidos de produzir porque os frigoríficos não têm mais espaço para receber as suas mercadorias. Isso está afetando um universo muito grande de pessoas que terão dificuldades de pagar os seus insumos, os salários dos seus trabalhadores e até a sua própria manutenção", afirma Glauco Côrte, presidente da Fecomércio.(Foto: Reprodução RBS TV)
De acordo com Côrte, boa parte da carga do setor agroindustrial não pode ser estocada nas indústrias porque os armazéns frigoríficos estão cheios. As cargas estão mantidas em caminhões refrigerados que utilizam energia 24 horas por dia. "Há um custo adicional que não pode ser repassado para quem compra nossas mercadorias, portanto o prejuízo é muito grande", explica o presidente.
Os portos estão perdendo contratos devido ao atraso no embarque dos produtos. "É importante ressaltar que pelos portos catarinenses, nós ocupamos o segundo lugar na movimentação de contêineres no país e o terceiro na movimentação de cargas em geral. Não trabalhamos apenas com produtos produzidos em Santa Catarina, mas também de outros estados. O prejuízo é grande e reduzindo ainda mais a competividade da nossa indústria", diz Côrte.
Entre as reivindicações da categoria estão a realização de concurso público para aumentar o número de vagas, a unificação do plano de carreira e a incorporação de gratificações. Os servidores da Anvisa estão paralisados há duas semanas.
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