MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Perito diz que moto aquática não estava apta para uso


Perito disse que duas peças do veículo estavam oxidadas.
Testemunha de defesa do dono da marina e do mecânico também falou.

Do G1 Santos

Moto aquática que atropelou Grazielly, de 3 anos, em Bertioga (Foto: Moto aquática / TV Globo)Moto aquática que atropelou Grazielly, de 3 anos,
em Bertioga (Foto: Moto aquática / TV Globo)
A segunda testemunha de acusação a depor nesta quarta-feira (22) sobre o caso Grazielly, menina que morreu após ser atropelada por uma moto aquática em Bertioga, foi o perito do Instituto de Criminalística João Alves Neto. Em depoimento, no Fórum da cidade, a testemunha falou dos problemas encontrados no veículo e alegou que o menino que pilotava a moto aquática não estava com a chave presa ao colete. O depoimento durou mais de uma hora e meia.

Em depoimento o perito explicou que encontrou duas peças oxidadas, problema que teria ocorrido com o passar do tempo. Ainda de acordo com João Alves Neto, devido à ferrugem encontrada na peça chamada borboleta, o objeto ficou constantemente aberto, o que ocasionou a aceleração constante do veículo, e por isso ele ficou acelerado e saiu desgovernado. Ainda de acordo com o perito, o período entre o acidente e a realização da perícia (prazo de 18 dias) não prejudicou a perícia do aparelho e não modificou o resultado do laudo. Ele disse que a moto aquática não estava apta para navegar por conta da oxidação.

O perito disse que o adolescente não prendeu a chave do veículo ao colete, uma norma de segurança obrigatória. João Alves acredita que o menor ligou o aparelho e em seguida apertou o acelerador, o que teria feito a moto aquática disparar. O perito disse que se o menino estivesse com a chave presa ao colete ou ao corpo, mesmo estando a borboleta oxidada, o veículo teria andado, mas a chave teria se desconectado do aparelho e o motor seria desligado, ou seja, o veículo teria parado em seguida.

O terceiro depoimento foi da testemunha de defesa Matheus Macari Neto, de Campinas, que iria depor por carta precatória, mas decidiu vir até Bertioga para participar da audiência. Ele é amigo e cliente do dono da marina, e testemunha de defesa dele e do mecânico. Em depoimento rápido, menos de uma hora, Matheus disse que é cliente da marina desde 2009 e nunca teve problemas relacionados à manutenção.

Mãe de Grazielly deixou o fórum depois de depoimento que durou 30 minutos (Foto: Roberto Strauss/Arquivo Pessoal)Mãe de Grazielly deixou o fórum depois de depoimento
(Foto: Roberto Strauss/Arquivo Pessoal)
A audiência está sendo acompanhada pelos advogados de defesa dos três réus e dos advogados da família de Grazielly, além do promotor. Dos três acusados, apenas o dono da moto aquática não compareceu, e está representado pelos advogados. Os outros dois acusados, o dono da marina e o mecânico estão acompanhando os depoimentos.

11 pessoas vão prestar depoimento nesta quarta-feira. As duas testemunhas de acusação, a mãe da vítima e o perito, já foram escutadas pelo juiz. A testemunha que iria depor em Campinas, por carta precatória, mas veio até Bertioga, também já foi ouvida. Oito testemunhas de defesa ainda vão prestar depoimento.

Neste primeiro momento serão colhidos os depoimentos das testemunhas de acusação. Depois, serão ouvidas as testemunhas das defesas, seja no Fórum ou em suas cidades, por cartas precatórias. Após isso, as testemunhas serão designadas a audiência de interrogatórios dos acusados, debates e julgamento. A previsão do juiz é que a sentença saia em março do ano que vem.

Acusados
A audiência desta quarta-feira (22) marca o início do julgamento de três pessoas que são acusadas de terem contribuído, de alguma forma, com o acidente que matou a menina Grazielly, de 3 anos, na praia de Guaratuba.

O padrinho do adolescente e proprietário da moto aquática, José Augusto Cardoso Filho, o mecânico Thiago Veloso Lins, proprietário da marina, e seu empregado Ailton Bispo de Oliveira, serão julgados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O dono da marina e também o mecânico são acusados porque fizeram a manutenção no veículo mas, depois, a perícia constatou que havia um problema na moto aquática que não foi verificado nesta manutenção. Eles também são acusados de lesão corporal culposa porque, antes de atingir a menina, a moto aquática desgovernada acabou esbarrando em uma banhista que teve ferimentos pelo corpo.

O adolescente que acionou a moto aquática também foi responsabilizado pelo acidente mas o caso corre em segredo de Justiça por se tratar d eum menor de idade. O advogado contratado pela família, José Beraldo, oficializou no mês de maio o pedido de indenização em R$ 12,4 milhões para a família da menina Grazielly.

Caso

O acidente aconteceu no sábado de carnaval deste ano, na Praia de Guaratuba, em Bertioga. Segundo testemunhas, um adolescente de 13 anos pilotava a moto aquática em alta velocidade. O veículo atingiu a menina, que brincava na beira d’água perto da mãe. A menina foi socorrida pelo helicóptero da Polícia Militar, mas já chegou sem vida ao Hospital Municipal de Bertioga.  O corpo de Grazielly foi enterrado em Artur Nogueira, no interior de São Paulo, cidade onde a criança morava com os pais. A garota havia chegado ao litoral um dia antes do acidente junto com um grupo de dez pessoas, entre familiares e amigos.

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