MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Seminário debate ações de prevenção ao escalpelamento em Belém


Este é o terceiro Seminário Estadual de Prevenção aos Acidentes de Motor.
Objetivo é fortalecer as políticas de prevenção e ampliar parcerias.

Do G1 PA

Nona vítima de escalpelamento foi transferida do Marajó para Belém neste sábado (11). (Foto: Reprodução/TV Liberal)Nona vítima de escalpelamento no Pará em 2012 foi registrada no dia 11 de agosto (Foto: Reprodução/TV Liberal)
Para conscientizar sobre a prevenção de acidentes por escalpelamento em transportes fluviais no Pará, a Secretaria de Estado de Saúde pública (Sespa) promove o seminário "Sem lágrimas nos rios da Amazônia", nos próximos dias 28 e 29, em Belém. O evento, realizado através da Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes de Motor com Escalpelamento (CEAAE), acontece no auditório do curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Este é o terceiro Seminário Estadual de Prevenção aos Acidentes de Motor. A intenção é ampliar as parcerias no combate ao escalpelamento, fortalecer a política de prevenção, e promover a capacitação de profissionais da área da saúde e da assistência social.
Segundo a coordenadora de Mobilização Social da Sespa, Socorro Silva, mesmo com a realização de sucessivas campanhas preventivas, a resistência de barqueiros e de ribeirinhos em cobrir o eixo do motor de embarcações de pequeno e médio porte continua sendo a principal causa dos acidentes.
“Tem gente que viaja de barco e pensa que isso nunca vai acontecer com alguém da família ou consigo mesmo. Falta a noção do perigo e estamos aqui pra isso, até porque os acidentes têm vitimados mais crianças, que se sobreviverem, perdem boa parte da infância e da adolescência em consultórios e reclusas por causa do tratamento prescrito”, explica Socorro.
Equipe da Capitania dos Portos colocando a proteção de metal no motor de um barco na Feira do Açaí, no complexo do Ver-o-peso, em Belém (Foto: Natália Mello/G1)Equipe da Capitania dos Portos colocando a proteção de metal no motor de um barco durante campanha de prevenção ao escalpelamento na Feira do Açaí, no complexo do Ver-o-peso, em Belém (Foto: Natália Mello/G1)
Para Eloíza Brito, 22 anos, as consequências do acidente deixam marcas eternas. “Esta é uma das coisas que jamais vou esquecer. Sofri o acidente quando tinha 14 anos, meus cabelos eram bastante compridos, nunca pensei que aconteceria isso comigo. Foi tão rápido, lutei bastante, o condutor tentou desligar o motor, mas ele ainda puxava o meu cabelo, arrancou tudo”, relata.
A jovem acredita que a iniciativa de explicar sobre como prevenir o acidente é muito importante, pois trabalha a autoestima. "Meus cabelos foram totalmente arrancados e nunca mais cresceram. Hoje ando com peruca, mas isso não me impede de ter uma vida normal, de sair e me achar bonita”, conclui Eloíza emocionada.
O seminário conta com palestras e apresentações de trabalhos sobre o assunto, além de um minicurso. De acordo com a organização do evento, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem podem participar do curso de capacitação para atendimentos às vítimas de acidentes do motor e também de uma oficina sobre a Política de Assistência Social (SUAS), também voltada ao atendimento a vítimas e familiares.
O escalpelamento é causado pela sucção dos fios de cabelos longos pelo eixo do motor das embarcações que fazem transporte de ribeirinhos nos rios da Amazônia. As principais vítimas são mulheres e crianças, que ao se aproximarem do motor, têm o couro cabeludo arrancado. O acidente provoca graves sequelas físicas e psicológicas e pode levar à morte.
Regulamentação:
Desde quando virou lei federal, em 2009, a instalação da proteção do eixo se tornou obrigatória. A partir de então, a Marinha já realizou mutirões para a instalação gratuita do componente em cerca de duas mil embarcações que estavam em situação irregular. A instalação da cobertura é gratuita, pois empresas privadas patrocinam a iniciativa.

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