MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 4 de agosto de 2012

Turistas podem participar da 'Rota da Liberdade' na Festa da Boa Morte


Festa é realizada entre 12 e 15 de agosto, em Cachoeira, Recôncavo da BA.
Rotas guiam turistas em comunidades quilombolas da região.

Do G1 BA

irmandade da boa morte; bahia (Foto: Divulgação/Setur)Irmandade da Boa Morte. (Foto: Rita Barreto/Setur)
As comunidades quilombolas de Cachoeira, município localizado no Recôncavo Baiano, realiza a ‘Rota da Liberdade’, durante a Festa da Boa Morte, que acontece na cidade no período de 12 a 15 de agosto. O projeto tem como objetivo promover o turismo ético na região e estabelecer contato direto com os aspectos culturais e históricos que permeiam o quilombo.

Para ter acesso o público contará com duas vans que sairão de Cachoeira em dois horários diferentes: às 9h e às 14h. O passeio custa R$35 por pessoa. Para quem preferir fazer o roteiro com o seu próprio carro, o custo é menor, porém o valor não foi divulgado ao G1.

O projeto ‘Rota da Liberdade’ é formado por 19 guias das comunidades quilombolas da região que foram capacitados em história e geografia regional, primeiros-socorros e condução de trilhas. O roteiro do projeto envolve seis comunidades da região, são elas: Kaonge, São Francisco do Paraguaçu, Dendê, Engenho da Ponte, Engenho da Praia e Camboa.


Entre os roteiros, o público pode acompanhar a produção de farinha, de azeite de dendê, de xaropes, além do contato com as rezadeiras e griôs do terreiro local. Um dos roteiros disponibiliza ainda um percurso de barco, passando pelo Convento de Santo Antônio, pela Igreja Matriz de Santiago do Iguape, Camboa de Pau, o cultivo de ostras, pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição e também pelos manguezais da região.

Festa da Boa Morte
De acordo com dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural da Bahia (Ipac), até a década de 1970, a Irmandade da Boa Morte não tinha sede própria e guardava os pertences na casa da juíza perpétua Zuleika Machado.

A festa anual era realizada em casas alugadas. Em 1990, a instituição recebeu três sobrados como doação. Um deles abriga a sede da Irmandade hoje, no Largo D’Ajuda, em Cachoeira.

irmandade da boa morte; bahia (Foto: Manu Dias/Secom)Irmandade da Boa Morte realiza festa em Cachoeira. (Foto: Manu Dias/Secom)
Em 2010, o governo da Bahia reconheceu a festa da Boa Morte como Patrimônio Imaterial da Bahia. A tradição da festa começou em 1820. A irmandade é composta por mulheres descendentes de escravos africanos e teve início em Salvador, atrás da Igreja da Barroquinha. Era ali que elas praticavam seus rituais. Após serem expulsas da localidade, elas seguiram para o Recôncavo Baiano e, assim, se instalaram em Cachoeira.
Hierarquia
Para integrar a irmandade, as mulheres precisam ter mais de 40 anos e serem ligadas a uma casa de candomblé, que pode ser da linha Ketu, Gegê ou Nagô. Ao serem aceitas, as irmãs passam por um ‘estágio’ de quatro anos.
Dentro dos seus 23 membros, a Irmandade da Boa Morte possui no topo da administração e hierarquia a Juíza Perpétua. A seguir situam-se os cargos de Procuradora-Geral, Provedora, Tesoureira e Escrivã, estando a Procuradora à frente das atividades executivas religiosas e profanas.
irmandade da boa morte; bahia (Foto: Divulgação/Setur)Para participar da Irmandade as mulheres precisa ter mais de 40 anos.  (Foto: Divulgação/Setur)

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