MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Turistas viajam em motor-homes para acampar na Festa do Peão



Camping em Barretos (SP) vira ponto de encontro de viajantes.
Local garante tranquilidade a poucos metros do agito da festa.

Clayton Castelani Do G1 Ribeirão e Franca

Motor-home usado por família que assiste à festa no Parque do Peão (Foto: Clayton Castelani/G1)Motor-home usado por família que assiste à festa no Parque do Peão (Foto: Clayton Castelani/G1)
A cada agosto, nos últimos 11 anos, a despachante policial Maria Julia Louzada, de 56 anos, viaja a Barretos (SP). A diferença entre ela e os milhares de turistas que visitam a cidade na época em que é realizada a Festa do Peão é que a moradora de Castilho (SP) traz, literalmente, a casa nas costas: ela paga cerca de R$ 10 mil para alugar o motor-home no qual viaja e passa os 11 dias de festa acampada, a poucos metros da arena de rodeios.
Protegido por vigilantes e totalmente cercado com grades, o terreno plano e gramado de 21 mil metros quadrados recebe durante a festa centenas de campistas. Metade do espaço é destinado àqueles que declaram-se casados à direção do Parque do Peão – os solteiros ficam em uma área separada. Espalhadas em barracas de cores e tamanhos diversos, as famílias criam no local uma atmosfera que parece lembrar um domingo ensolarado no parque: churrasco ao ar livre, crianças brincando com bolas e pessoas reunidas em rodas de bate-papo.
Esse ambiente faz do Camping dos Casados no Parque do Peão um dos locais preferidos para os passeios de pessoas como Maria Júlia que, apesar de gostar do clima festivo do lugar, não abrem mão de conforto e tranquilidade. “É o melhor lugar para acampar em São Paulo. É muito seguro e todos viram uma só família”.
Alberto e Maria Julia contam que aluguel de motor-home custa R$ 1 mil por dia (Foto: Clayton Castelani/ G1)Alberto e Maria Julia pagam diária de R$ 1 mil em motor-home  (Foto: Clayton Castelani/ G1)
Colecionadora de chapéus, botas e bolsas de grifes do estilo country, Maria Júlia só tem uma reclamação da casa sobre rodas: “Falta espaço para as minhas coisas”, diz. “Tenho 120 chapéus, todos comprados aqui em Barretos. Dou um lucro danado para essa festa”.
Bagunça
“Gosto desse clima de camping, dessa bagunça”, conta o aposentado Jorge Barreto, de 58 anos, que tem residência fixa no Rio de Janeiro (RJ), mas acaba de comprar a sua “casa motorizada”. Decisão que o carioca diz ter tomado para passar mais tempo entre amigos.
Desavisados podem estranhar o fato de viajantes de diferentes lugares do país demonstrarem afinidade suficiente para almoçar, jantar e passar dias inteiros juntos sob os toldos dos veículos enquanto estão acampados. É que esses estradeiros costumam frequentar os mesmos campings e sempre encontram os “vizinhos” ambulantes. No Parque do Peão, Barreto conta que reencontrou o amigo José France. “Eu o vi em Caldas Novas (GO)”.
José France, de 59 anos, quer viver na estrada (Foto: Clayton Castelani/ G1)José France, de 59 anos, quer viver na estrada (Foto: Clayton Castelani/ G1)
Aos 59 anos, France tem, aliás, o típico perfil dos proprietários de motor-homes que frequentam Barretos: empresário com situação financeira estável, filhos criados e vontade de rodar sem destino. Ao lado da esposa Neucy France, de 57 anos, passou os últimos dois meses viajando. Quando deixar Barretos, na próxima semana, irá a São Paulo (SP) para o casamento do filho caçula e, então, rumará para Natal (RN). Serão quatro meses rodando, com paradas em todos os estados do Nordeste. “E depois só Deus sabe”, conta.
O futuro é realmente incerto, garante Neucy. O marido e ela pretendem vender o apartamento na zona norte da capital paulista e morar definitivamente no motor-home. “Voltaremos a São Paulo a cada janeiro. Faço questão de passar as férias com meus netinhos”.
Jorge Barreto, de 58 anos, gosta de reunir amigos no camping (Foto: Clayton Castelani/ G1)Jorge Barreto, de 58 anos, gosta de reunir amigos no camping (Foto: Clayton Castelani/ G1)

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