MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 3 de novembro de 2012

‘A Dilma ainda é uma novidade na política brasileira’, diz Temer


Michel Temer defende manutenção da chapa presidencial em 2014 e diz que plano do PMDB de candidatura própria deve ser discutido apenas em 2018

Marcelo de Moraes - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Mesmo com a onda de renovação se espalhando em muitas disputas municipais, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) se sente confortável para defender a repetição da chapa com a presidente Dilma Rousseff em 2014, preservando seu espaço como vice e procurando espantar a sombra do fortalecido PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
O vice-presidente da República, Michel Temer, dá entrevista em seu gabinete - Wilson Pedrosa/Estadão
Wilson Pedrosa/Estadão
O vice-presidente da República, Michel Temer, dá entrevista em seu gabinete
Na opinião de Temer, o PMDB se mantém extremamente forte e credenciado pela eleição de mais de mil prefeitos. Reconhece que a renovação foi uma realidade na campanha, mas avalia que a dupla formada por Dilma e ele ainda representa uma novidade para os eleitores. “A presidente Dilma é uma coisa nova. Na política brasileira, ela ainda é uma novidade. Ela traz isso e a ideia de um governo muito produtivo”, diz.
Apesar do tamanho de seu partido, Temer revela que o plano de candidatura própria só deve ser discutido em 2018. Até lá, o plano é manter a parceria com o PT. Essa aliança acabou sendo fechada no 2.º turno, em São Paulo, e contribuiu para a eleição do petista Fernando Haddad. Agora, pode assegurar um ministério para o deputado Gabriel Chalita, candidato do PMDB na cidade.
Como o sr. avalia o desempenho do PMDB no 1º turno? Acho que foi muito positivo. Nossa meta era fazer mais de mil prefeitos. Acabamos fazendo 1.031 em todo o Brasil. Só em São Paulo tivemos um acréscimo substancial. Basta dizer que na Câmara dos Vereadores não tínhamos nenhum e passamos a ter quatro. Gabriel Chalita teve um desempenho extraordinário como candidato a prefeito. E o próprio lançamento de uma candidatura em São Paulo influencia também no interior. Aumentamos em 21 municípios. Saímos de 70 e fomos para 91. Estou dando o quadro de São Paulo porque retrata um pouco o quadro do Brasil. Muitas vezes vejo alguma afirmação dizendo que o PMDB caiu em relação à última eleição. Diminuiu o número, é verdade. Mas ainda é o maior partido. O segundo tem 700 e poucas prefeituras. Atingimos a meta de manter o maior número de prefeitos, quase 8 mil vereadores. O desempenho do PMDB foi muito grande.
Um dos recados dados pelo eleitor foi a renovação. O sr. acha que o eleitor disse aos políticos “quero coisa nova”?Acho que houve esse recado. Principalmente quando o nome novo sensibilizou o eleitorado. Porque, às vezes, pode ter um nome novo, inexperiente que não sensibiliza o eleitorado. Acho que houve em todo o Brasil um pouco essa coisa da novidade. O que é uma coisa útil. Não acho que seja uma coisa a ser criticada. É algo a ser elogiável. Acho que a renovação não foi num partido só, mas de maneira geral.
Essa renovação pode servir como recado para uma eventual candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição?A presidente Dilma é uma coisa nova. Na política brasileira, ela ainda é uma novidade. Ela traz isso e a ideia de um governo muito produtivo. Ela está fazendo um governo muito fértil para o povo brasileiro, que aplaude a presidente. Veja que ela tem um índice de aprovação de 70%. Não estou dizendo aqui que ela vai ou não para a reeleição. Isso é uma questão que ela decidirá, o partido dela decidirá. Mas que ela continua sendo uma novidade não tenho a menor dúvida disso.
O tema renovação não anima o PMDB a lançar um candidato à Presidência? O que se discute muito é uma possibilidade de candidatura em 2018. No presente momento, a tendência natural, especialmente em face do entrosamento que houve entre PMDB e PT, é manter a aliança para 2014. Você vê que o PMDB fez o maior número de prefeituras e o PT ficou em terceiro lugar. Mas, somando os dois dá um total de quase 1.800 prefeituras. Incluindo duas cidades fundamentais como São Paulo e Rio de Janeiro. Muito naturalmente, houve uma integração entre os dois. Por isso acredito que no PMDB é mais ou menos unânime a ideia de que em 2014 devamos repetir a aliança.
O sr. fala em 2018, que está bem distante. Nas últimas eleições, o PMDB só teve candidatura própria em 1994, com Orestes Quércia. Pelo tamanho do partido, não é pouco? Pode haver alguma pressão interna para ter um candidato?Acho pouco provável. Agora, reconheço que há sempre nos partidos uma tendência a dizer “puxa, um dia podemos ter candidato próprio”. Mas tivemos candidaturas próprias para governo em vários Estados. Um dos objetivos em 2014 será fazer uma base parlamentar forte. Todas as vezes dizem: agora o PMDB vai diminuir. Agora o PMDB vai desaparecer. E o partido continua muito grande. Acho que essa parceria com o PT foi proveitosa.
O PSB cresceu expressivamente nesta eleição. E se fala muito que o partido tem um pé em cada canoa. Para neutralizar um eventual apoio à oposição, o sr. teme que o governo decida dar ao PSB a vaga de vice que hoje é do PMDB?Não penso dessa maneira. O PSB teve um bom desempenho, mas os desempenhos são muito em função das pessoas e das localidades. Sempre disse que as divergências existentes nos municípios não podem contaminar a aliança nacional. E essa aliança hoje é do PT, PMDB, PSB, vários partidos. A eleição municipal já passou. Agora, vamos olhar 2014. E em 2014 penso que o PSB, liderado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pode vir com esta aliança que foi vitoriosa em 2010.
Em 2014, é mais fácil o PSB ser aliado do governo ou da oposição? A tendência é a aliança com o governo.
É possível para o governo abrir mão do PMDB numa chapa presidencial? Se perguntar para mim, que sou do PMDB, digo que não. Mas não sei dizer o que se passa na cabeça da presidente Dilma. Os indicativos levam a uma conclusão que haverá a repetição da aliança e, consequentemente, da chapa. Mas 2014 se decide em 2013.

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