MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Após ataques em SC, hotéis temem fuga de turistas e prejuízo


Problemas podem ocorrer a médio prazo, segundo associação.
Gerentes de hotéis dizem ter orientações de segurança para hóspedes.

Rafael Sampaio Do G1, em São Paulo*

Ataques - 27 (Foto: Editoria de arte/G1)
Representantes do setor turístico e gerentes de hotéis em Santa Catarina ouvidos pelo G1 temem que os ataques ocorridos no estado desde segunda-feira (12) causem impacto negativo na vinda de turistas para a região e prejuízos para a economia.
Desde a tarde de segunda, 25 ataques foram registrados em cinco cidades (veja infográfico). Ônibus foram incendiados em Florianópolis, Navegantes, Itajaí, Blumenau e Criciúma. Bases da PM e presídios foram alvo de tiros na região. Criminosos atearam fogo em carros particulares em Itajaí e em dois contêineres na capital.
As autoridades de segurança de Santa Catarina apuram a hipótese de que os ataques estão relacionados a denúncias de maus-tratos em presídios do estado. Conforme o delegado geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro, a principal linha de investigação aponta que há um grupo de presidiários que mantém contato com o exterior e coordena os ataques.
Os atentados podem atingir o turismo em Santa Catarina a médio prazo, na opinião de João Eduardo Moritz, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Santa Catarina (ABIH-SC), entidade que representa mais de 200 hotéis no estado.
"Que afeta o turismo não há dúvida nenhuma", disse Moritz. "Vai ter um impacto financeiro. O próprio município, o estado e a União vão sofrer. O turismo mexe com 52 atividades econômicas que resultam em impostos."
O presidente da ABIH-SC ressaltou, no entanto, que os efeitos não devem ser sentidos imediatamente. A repercussão negativa devido aos atentados deve trazer problemas a partir de janeiro e fevereiro, na próxima temporada de verão, pois os casos são recentes. "A taxa de ocupação reservada nos hotéis até agora não acusou nenhum cancelamento em função destes problemas. Se houver reflexo, é para a temporada de verão", reforçou.
A gerente do hotel Costa Norte Ingleses, Márcia Freitas, afirmou ao G1 ter sido surpreendida pelas notícias dos atentados e ter medo de prejuízos no futuro, caso os atentados prossigam.
Hall de hotel em Florianópolis (Foto: Fernanda Burigo/G1 SC)Hall do Intercity Hotel, localizado em Santa Catarina
(Foto: Fernanda Burigo/G1 SC)
"Se continuar, pode prejudicar sim. Também não é só Florianópolis, tem as cidades vizinhas de Santa Catarina, Joinville, Blumenau. Esperamos que não [repercuta], mas a gente sabe que vai. A gente acaba ficando com receio", afirma.
O hotel fica no bairro dos Ingleses, em Florianópolis, o mesmo onde um ônibus foi incendiado na noite de terça-feira (13). A gerente disse morar próximo à rua em que o atentado ocorreu.
Apesar do receio quanto ao prejuízo financeiro nos próximos meses, ela afirma que não houve problemas com o número de hóspedes no curto prazo. O Costa Norte Ingleses, com 52 quartos e 220 leitos, está lotado para o próximo feriado, garante ela.
Orientações
Dois hotéis de Florianópolis disseram dar orientações de segurança aos hóspedes por conta dos ataques: o Costa Norte Ingleses e o Hotel das Nações.
Segundo a gerente Raquel Coelho, do Hotel das Nações, os hóspedes estão sendo informados dos casos e recebendo avisos para evitar andar de ônibus à noite, nos horários em que podem ocorrer ataques. Alertas semelhantes serão dados a turistas do Costa Norte Ingleses que quiserem andar de ônivus pelo centro de Florianópolis, de acordo com Márcia Freitas.
Gerente comercial do Oceania Park Hotel, Caroline Cabral acredita que haverá problemas nas próximas semanas para a lotação dos hotéis em Florianópolis. "Foi uma coisa fora do normal", disse ela. O incêndio do ônibus no bairro dos Ingleses ocorreu a aproximadamente quatro quadras do hotel, segundo Caroline.
O estabelecimento, no entanto, não foi afetado imediatamente pelos ataques. Com 82 quartos e lotação para 240 pessoas, o Oceania Park está recebendo participantes de um congresso de direito até o dia 18 de novembro, e por isso está lotado, afirma a gerente.
Funcionária da área de reservas do Intercity Hotel, Gláucia Lopes ressaltou que se os ataques tivessem ocorrido no verão, o estabelecimento poderia ter sido afetado. "Até agora não teve nenhum cancelamento", disse ela.
Segurança
Tanto o presidente da ABIH-SC quanto os gerentes ouvidos dizem confiar no trabalho das forças policiais para acabar com os atentados. "A segurança sempre foi um fator nas vendas do nosso produto turístico", disse Moritz. "Acreditamos que a Polícia Civil, a Polícia Militar e provavelmente a Polícia Federal vão resolver este problema."
O representante do setor hoteleiro acredita que os ataques foram feitos em alvos turísticos de forma proposital. "O litoral como um todo é bem visado. Mas não há razão para ter pânico. Parece que é isso que eles [criminosos] querem, criar uma confusão e medo na população", ponderou.
*Com informações do G1 SC

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