Botes e canoas são as especialidades de Manoel Davi.
Preços variam pelo tamanho e qualidade da madeira.
Monteiro,
que já construi mais de mil barcos, diz que só continua na profissão
quem tem amor pela arte da carpintaria naval (Foto: Larissa
Matarésio/G1)
Há 68 anos construindo embarcações, Manoel Davi Monteiro afirma que
perdeu as contas de quantos barcos já fez. "Quando eu trabalhava com
embarcações grandes, fiz mais de 30 'batelão'. Mas hoje só faço canoas e
botes, porque só tenho um ajudante. Não contei, mas aposto que já
passou de mil", enumera Monteiro, que se mudou para Rondônia há 42 anos e
durante todo este tempo vive dos barcos que constrói.Aos 75 anos, Monteiro contou ao G1 que começou a construir barcos com 12, e garante que só fica na profissão quem tem amor pela arte. "Eu aprendi com um tio meu. Antes disso tentaram me ensinar a ser torneiro mecânico, mas eu não gostava daquele monte de graxa. Com a madeira, não. Gostei desde a primeira vez que trabalhei com ela", lembra.
Nascido em Manaus (AM), ele saiu de casa aos 18 anos para ser motorista de voadeira - uma espécie de embarcação - na Petrobras. Foi trabalhador da construção civil durante um tempo, mas diz que nunca largou a construção naval. "Gosto demais disso, de aplainar a madeira, de construir as peças. Tem que gostar mesmo de fazer isso, senão o cara muda de profissão", ressalta.
O carpinteiro leva, em média, cinco dias para construir um bote e chega a vender seis por mês (Foto: Larissa Matarésio/G1)
De acordo com Monteiro, por mês são construídos seis botes. Cada um
leva em torno de cinco dias para ser construído e o preço depende do
tamanho e do tipo de madeira utilizada. "O bote é maior que a canoa e
aguenta um motor de popa. Um [bote] de madeira branca, com sete metros
de comprimento por 1,2 de largura custa em torno de R$ 700. Mas isso só
porque é madeira branca, se fosse itaúba - madeira mais nobre - custaria
uns R$ 1,5 mil", afirma.Atualmente a 'fábrica' está instalada em frente à casa em que mora, na calçada. "Antes eu trabalhava em um barracão alugado, mas aí pediram o terreno e eu instalei meu negócio aqui. É ruim, o espaço é pequeno, mas eu só me mudaria daqui se fosse para construir [uma casa] na beira do rio, mas com o desbarrancamento que está acontecendo lá, isso é impossível agora", lamenta o carpinteiro naval.
Há 68 anos Monteiro constrói barcos e diz que já perdeu as contas de quantos foram (Foto: Larissa Matarésio/G1)
Ele conta também, que nos últimos anos tem tido dificuldade em
encontrar madeira para construir canoas e botes em Rondônia. "Quando a
gente encontra, tem que comprar um bom estoque para durar", diz. Segundo
Monteiro, assim que chegou no estado, a matéria prima era fácil. "Antes
não existia essa preocupação com meio ambiente, reflorestamento. A
gente ia no quintal e cortava árvore para construir, hoje é mais
difícil", explica.O carpinteiro naval, como ele gosta de ser chamado, utiliza principalmente madeiras da espécie itaúba, louro, cedro e madeira branca. "Só consigo fora de Porto Velho, em Calama [distrito] e Manicoré [AM], principalmente. E compro de gente certificada", ressalta Manoel.
olá , tem o contato dele ? grato
ResponderExcluirQuero encomendar um com ele urgente!!!!!? Contato de email dele!!????
ResponderExcluirINFELIZMENTE NÃO POSSUO O CONTATO DELE. MAS SE TENTAR ENTRAR EM CONTATO COM ALGUEM DOS DISTRITOS CITADOS PODE SER QUE OBTENHA EXITO
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