MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Argentina tem primeira greve geral em 10 anos


Trabalhadores exigem uma compensação pela alta inflação argentina, que pode chegar a 25% neste ano


Ariel Palacios, correspondente de O Estado de S. Paulo

BUENOS AIRES - Desde esta madrugada as alas "rebeldes" da Confederação Geral do Trabalho (CGT) e da Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA) protagonizam a primeira greve geral sofrida pelo governo da presidente Cristina Kirchner. Os sindicalistas paralisaram a maior parte do sistema de trens, um setor dos ônibus de transporte urbano, além de uma suspensão parcial do sistema de metrôs.
No entanto, para compensar a falta de paralisação total nos transportes, os sindicatos - especialmente o dos caminhoneiros - realizam piquetes nas principais avenidas portenhas, além de bloquear a maioria dos acessos viários à capital argentina. A greve será encerrada hoje à meia-noite (1:00 horário de Brasília).
As escolas também aderiram à greve, bem como os trabalhadores bancários e o funcionalismo público. A coleta de lixo está paralisada.
Os voos internos da Aerolíneas Argentinas, Austral e Lan foram cancelados. Os voos internacionais continuam funcionando, embora com atrasos consideravelmente maiores que as tradicionais demoras dos dias normais no aeroporto de Ezeiza.
Os sindicalistas - que acusam a presidente de ter traído a política econômica "nacional e popular" de seu marido e antecessor, Nestor Kirchner (2003-2007) e os ideais peronistas - exigem aumentos salariais superiores a 25% (em alguns casos, de até 30%).
Os sindicatos afirmam que só dessa forma poderão compensar as perdas de pode aquisitivo causadas pela inflação. No entanto, o governo Kirchner sustenta que não existe uma escalada inflacionária e afirma que a inflação do ano passado foi de apenas 8,9%. Na contra-mão, economistas, associações de defesa dos consumidores e sindicatos afirmam que foi superior a 25%.

 
Os analistas indicam que mais além do impacto da paralisação, esta greve tem o valor simbólico de ser a primeira realizada por peronistas contra a também peronista Cristina. Seu marido, o ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), nunca foi alvo de uma greve geral, já que os sindicatos estavam de seu lado. O também peronista Carlos Menem (1989-99) passou incólume em seu primeiro mandato. Mas, no segundo governo, embalado pela recessão e o aumento do desemprego, foi alvo de três greves gerais.
O governo de Cristina Kirchner, enquanto isso, ignora a greve desta terça-feira. O chefe do gabinete de ministros, Juan Abal Medina, afirmou categórico em tom depreciativo: "não é uma greve...é apenas um grande 'piquetaço' nacional". Outros integrantes do governo acusaram os sindicalistas peronistas de tentar "desestabilizar" a administração Kirchner, além de defini-los de "golpistas".


(Com Reuters)

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