MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 11 de novembro de 2012

Carência afetiva exagerada interfere nas relações sociais


Fabiana Mascarenhas  A TARDE

Quanto você pagaria para suprir, por algumas horas, a sua carência afetiva? Nos Estados Unidos tem gente gastando algo em torno de R$ 120 para ter afeto e ser acolhido, basicamente para dormir de 'conchinha'.
Pode parecer piada, mas foi exatamente esta a forma que a americana  Jackie Samuel, de 29 anos, encontrou para pagar seus estudos. A jovem resolveu oferecer o diferenciado serviço Cuddler Professional, algo como uma chamegadora profissional.
De forma prática: ela é paga para dormir abraçada com pessoas carentes. E isso é tudo. Não há sexo, nem é permitido toques íntimos. Os pagantes são proibidos de tocar nas partes do corpo cobertas com roupas e Jackie está sempre de pijama.
A jovem recebe em torno de R$ 525 por dia (cobra US$ 60 a hora), e "dorme" com até 30 pessoas por semana, incluindo mulheres, aposentados ou seja lá quem estiver carente.
Limite - A notícia foi divulgada na última semana em diversos sites. O caso pode parecer engraçado, mas, na verdade, esconde um problema que afeta a população mundial: a carência afetiva.
Quando essa carência ultrapassa o limite, interfere de forma significativa nas relações sociais e é uma das principais causas de problemas na vida amorosa.
"Todo mundo tem carência afetiva, uns em maior e outros em menor grau. Algumas pessoas têm uma carência muito grande a ponto de pagar alguém para ter carinho, outros conseguem lidar melhor com suas carências", explica o psicólogo e terapeuta familiar e de casal, Alexandre Coimbra.
O grau de carência de cada um, de acordo com ele, vai depender de como o indivíduo se desenvolve e o contexto familiar afetivo no qual está inserido.
"O relacionamento com os pais, com os amigos de infância, as primeiras experiências amorosas, tudo isso influencia na forma que a pessoa lida com as perdas e dificuldades ao longo da vida", esclarece.
Segundo ele, o ser humano convive com as perdas - também responsáveis pelo desenvolvimento da carência - desde muito cedo.
"O homem é essencialmente carente. Nós convivemos com a perda desde que nascemos. Primeiro, o útero aconchegante da mãe, depois o seio materno, a convivência com os pais reduz, vem a escola, enfim, faz parte da vida", explica.
Redes sociais Na opinião da psicóloga e psicanalista Sheyna Vasconcellos, as exigências sociais influenciam ou potencializam a carência afetiva.
"A nossa sociedade praticamente exige que estejamos namorando ou casados, como se isso fosse garantia de plenitude afetiva. É como se só conseguíssemos suprir nossa carência se estivermos com alguém. Não à toa, existe muita gente que não consegue ficar sozinha, que teme a solidão", lembra.
Para a profissional, as redes sociais também exacerbam  a carência afetiva. "Nessas redes, todo mundo é muito feliz, se diverte, tem muitos amigos, muitos programas e se a pessoa não está nesse grupo ou não vive esta mesma situação se sente excluída e, consequentemente, mais carente", diz a psicóloga.

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