MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Carolina do Norte se divide entre entusiasmo e decepção com Obama


Eleitores de Chapel Hill comentam indecisão para votar para presidente.

Beatriz Rey Especial para o G1, em Chapel Hill, Carolina do Norte

Local de votação em Chapel Hill, Carolina do Norte (Foto: Beatriz Rey/G1)Local de votação em Chapel Hill, Carolina do Norte
(Foto: Beatriz Rey/G1)
Com uma temperatura considerada anormal para o outono de Chapel Hill, na Carolina do Norte --os termômetros marcam 2°C--, dezenas de eleitores formavam filas para votar na manhã desta terça-feira (6). Os norte-americanos vão às urnas para escolher o próximo presidente do país: ou o atual presidente Barack Obama, do partido Democrata, ou o candidato Mitt Romney, do partido Republicano.

As urnas foram abertas, às 6h30 no estado (9h30 de Brasília). Alguns dos eleitores se mostram entusiasmados com o presidente Obama. É o caso de Tania Taylor, 40 anos, para quem Obama é “o candidato do povo” e o “candidato que respeita quem passa por dificuldades na vida”. Após dizer que votou nele em 2008, ela diz que está muito satisfeita com os rumos da economia. “Não dá para esperar que alguém resolva um problema em três anos e meio sendo que o mesmo problema foi criado durante oito anos”, diz.
Tania Taylor, 40 anos, diz que Obama é 'o candidato do povo' (Foto: Beatriz Rey/G1)Tania Taylor, 40 anos, diz que Obama é
'o candidato do povo' (Foto: Beatriz Rey/G1)
Entre os jovens, a decepção parece ser com os dois partidos. Ben Marky, 23 anos, diz que não escolheu um candidato neste ano. “Concordo mais com o Obama em relação à política externa, mas não em relação à economia”, explica. Isso não significa que ele tenha algum tipo de empatia por Romney. Pelo contrário. “Não o suporto. Há um nível de desilusão entre os jovens. Não estamos empolgados com Obama, mas isso não significa que votaremos em Romney”, diz.
Eleitora de Obama em 2008, Maria Cardona, 53 anos, diz que o país precisa de uma mudança –que só pode acontecer com a eleição de Mitt Romney. Maria conta que está “extremamente decepcionada” com o democrata porque “ele mandou muita gente embora para o México”. Em quatro anos, a administração de Obama deportou 1,4 milhões de imigrantes ilegais. Durante os oito anos que ficou no governo, o ex-presidente George W. Bush deportou 2 milhões. “Ele tentou reverter essa política recentemente, mas foi só para pedir que nós, latinos, ajudássemos com a reeleição. Era tarde demais”, diz Maria.
Ben Marky, 23 anos, diz que não escolheu um candidato (Foto: Beatriz Rey/G1)Ben Marky, 23 anos, diz que não escolheu
candidato (Foto: Beatriz Rey/G1)
A Carolina do Norte é considerado um swing state (estado-pêndulo), mas é tido por analistas como mais importante para Romney do que para Obama. Pesquisas recentes de intenção de voto apontam dois cenários possíveis. No primeiro, indicado pela PPP Polls, os candidatos recebem o mesmo percentual de votos: 49%. O mesmo quadro é apontado por pesquisas da Elon e Civitas. Já o WRAL-Survey USA mostra que Romney ganhará por uma diferença de 5 pontos percentuais, conseguindo 50% dos votos.
Em 2008, Obama venceu no estado por uma diferença de 14 mil votos, em parte por conta do eleitor jovem. Como o entusiasmo entre os estudantes da região parece menor neste ano, ambos os partidos mantiveram, desde julho, voluntários dentro do campus da Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill. A expectativa era convencer os jovens a transferir o título eleitoral para o Estado. No chamado triângulo de pesquisa (formado pelas cidades de Chapel Hill, Raleigh e Durham), o apoio a Obama é extremamente forte. No interior, no entanto, esse movimento se dilui e é possível encontrar mais partidários de Romney.
No sábado, última dia da chamada “eleição antecipada”, o movimento em um dos locais de votação também em Chapel Hill era intenso. Até aquele momento, mais de 2 milhões de eleitores haviam votado antecipadamente no estado (o total é de 6,6 milhões de eleitores).
O G1 conversou com alguns representantes das campanhas dos partidos democrata e republicano que circulavam no local com a expectativa de convencer eleitores a votarem em seus partidos ou apenas tirar dúvidas sobre o processo de votação.
Matt Hughes, 21 anos, presidente do Partido Democrata em Orange County e aluno da UNC-Chapel Hill, reconhece que o nível de entusiasmo entre os estudantes não é o mesmo que o registrado em 2008. “O entusiasmo está abaixo do esperado, mas eles estão engajados”, acredita. Ele lista temas defendidos por Obama que aproximam o presidente da juventude – financiamento estudantil, sistema de saúde (conhecido por “Obamacare”), o casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos femininos.
Já Robert Charlton, 76 anos, médico aposentado e representante da campanha de Romney, dizia a quem passasse que “os Estados Unidos estão em apuros”. Para ele, o triângulo de pesquisa perdeu um alto número de empregos durante a crise. “Ele [Obama] não resolveu isso”, reclama. Charlton diz que Obama tem uma “agenda própria”, que age como um imperador, e é rodeado de czares, em referência aos imperadores que governaram a Rússia até o início do século XX.

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