MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 18 de novembro de 2012

Defesas dos réus vão negar morte de Eliza, e MP dirá ter provas; veja teses


G1 lista principais argumentos que promotor e defensores usarão no júri.
Cinco vão a júri popular pela morte de Eliza, ex-amante do goleiro Bruno.

Flávia Cristini e Raquel Freitas Do G1 MG

Os cinco réus no caso Eliza Samudio, entre eles o goleiro Bruno Fernandes de Souza, que atuava pelo Flamengo, devem negar a existência de crimes pelos quais são acusados no júri popular que  vai decidir, a partir desta segunda-feira (19), se eles são culpados pelo desaparecimento e pela morte da ex-amante do atleta.

Advogados dos réus adiantaram ao G1 que a linha de defesa adotada será única durante o julgamento, realizado no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, e que deve durar ao menos duas semanas. Para os defensores, sem provas, não há crime. Para o Ministério Público, no entanto, não resta dúvida de que Eliza Samudio foi brutalmente assassinada e de que todos os acusados devem ser condenados.
Conheça os principais argumentos que serão apresentados por defesas e acusação:


Henry Wagner Vasconcelos de Castro (Foto: Cristina Moreno de Castro/G1)
Henry Wagner Vasconcelos de Castro, promotor do caso
Para a Promotoria, Eliza Samudio está morta. O promotor concedeu entrevista coletiva na sexta-feira (9) sobre o caso, na qual disse que seu objetivo final diante dos jurados é conseguir a condenação dos cinco réus. "A Promotoria de Justiça, com a firmeza com que atuou na primeira fase da persecução penal, também agora atuará no plenário em busca da condenação desses sequestradores e assassinos", adiantou.

O promotor será assistido pelo advogado José Arteiro Cavalcante, que representa a mãe da modelo, Sônia de Fátima Moura.

A acusação é baseada no depoimento de um primo de Bruno, menor à época do crime – Jorge Luiz Lisboa Rosa confessou participação e já cumpriu medida socioeducativa – e em provas técnicas, como dados telefônicos.
"O que nós colhemos com muita segurança de todo apanhado no processo, que hoje alcança já cerca de 50 volumes, é que Eliza Silva Samudio, na data de 4 de junho do ano de 2010, foi sequestrada na cidade do Rio de Janeiro e trazida, na noite de 5 de junho, para o Estado de Minas Gerais, onde foi mantida em cativeiro privado pelo grupo de réus até a data de seu assassinato, no município de Vespasiano, 10 de junho de 2010".

Mesmo sem o corpo de Eliza, o promotor está convicto da existência dos crimes de homicídio e de ocultação de cadáver. "Eliza foi assassinada, e seu corpo foi destruído por um ex-agente do Estado [Marcos Bola], que tudo tinha para honrar a sociedade, para dignificá-la. (...) Teve seu corpo descartado por esse mesmo agente muito habilmente".

Goleiro Bruno (Foto: Reprodução/ Globo News)
Rui Pimenta, advogado de Bruno
O advogado defenderá a tese de que a modelo não foi morta. "Para mim, não houve crime nenhum", declarou ao G1. Em março deste ano, o defensor chegou a dizer que seu cliente acusaria o amigo Macarrão. Agora, a versão será diferente.

O advogado – que se tornou defensor do atleta em dezembro de 2011– afirma ter mudado de posição após ler os autos do processo. Segundo ele, o principal motivo foi a falta de provas técnicas sobre a existência do assassinato.
"Não há possibilidade de naquele local ter havido uma pessoa morta. A pessoa quando morre deixa uma saliva cair no chão, uma gota de sangue, tem que ter pelo menos uma prova. Os melhores legistas passaram por ali. Eles não encontraram absolutamente nada. Então, cheguei à conclusão que houve uma fantasia, que isso nunca existiu", disse.

Questionado sobre a possibilidade de o goleiro ser absolvido pelos jurados, ele afirma: "Eu vou [para o julgamento] convicto que o Bruno vai sair comigo e com o alvará".

Macarrão (Foto: Reprodução/TV Globo)
Leonardo Diniz, advogado de Macarrão
Após o estudo dos autos, o advogado afirma que ficou clara a "inexistência de prova do crime". Ele afirma ainda que há incongruência nos depoimentos. "Se não tem crime, não tem autoria", completou.
Diniz disse estar confiante de que Macarrão não será condenado e que, se o julgamento for justo, "não há outro caminho que não seja a absolvição".

Marcos Aparecido dos Santos, durante audiência em Contagem (Foto: Pedro Triginelli/G1 MG)
Fernando Magalhães, advogado de Bola
A defesa de Marcos Aparecido dos Santos, Bola, também vai argumentar que não houve assassinato. Segundo o advogado, a intenção é convencer os jurados de que não há provas suficientes de que Eliza morreu. "Absoluta negativa de autoria é a tese da defesa. Trataremos também da inexistência de crime. Ninguém tem certeza de que esta morte aconteceu", afirmou. "Tenho fé na absolvição, acredito que os jurados serão imparciais".
Segundo o defensor, Bola não conhecia os demais réus do processo e apenas teve um contato mínino com Macarrão por telefone. O motivo das ligações, de acordo com o advogado, era a colocação do filho de Bola como jogador de futebol.
Ele diz ainda que características do suposto assassino descritas em um dos depoimentos pelo adolescente primo de Bruno são incompatíveis com as de seu cliente.

Dayanne Souza, mulher do goleiro Bruno (Foto: TV Globo)
Francisco Simim, advogado de Dayanne RodriguesA defesa da ex-mulher de Bruno diz que, pelo tempo, o tipo de crime caminha para a prescrição. Além disso, segundo o advogado, é "uma acusação infundada". "Ela deveria ser condecorada a mãe do ano, quando recebeu das mãos do Bruno a criança para ser cuidada, a qual ela cuidou com muita responsabilidade", disse.

Segundo Simim, ao receber a criança, Dayanne não poderia imaginar que haveria algo errado. "Se o próprio pai entrega o filho para ela, ela vai procurar a polícia para quê? Acredito evidentemente na absolvição. Nós vamos provar a inocência dela".
O advogado diz que Dayanne ficou aproximadamente seis meses presa e longe das filhas.

Fernanda Gomes de Castro, (Foto: Daniel Iglesias / AE)
Carla Silene, advogado de Fernanda Gomes de Castro
A defesa da ex-namorada do goleiro deve negar todos os crimes. "Não houve sequestro e cárcere privado, uma vez que Eliza foi vista circulando livremente", assim como Bruninho. "Ele estava tão livre quanto ela [Eliza]", disse a advogada.

A defensora de Fernanda afirma apenas que vai trabalhar na individualização da conduta dos réus, para que os jurados possam distinguir cada um e os crimes pelos quais são acusados.

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