MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Divulgar dados nas redes sociais pode atrair criminosos


Henrique Mendes A TARDE

  • Luciano da Matta | Ag. A TARDE
    'Assim com há assaltantes rondando as nossas casas,há bandidos passeando pela internet",diz delegado
"Tô saindo para viajar",  contou o engenheiro paulista Márcio de Oliveira*, 32, aos seus amigos de Facebook. A mensagem, comum aos adeptos das redes sociais, acabou incitando um crime na capital paulista. Há menos de um ano, enquanto curtia uma folga do trabalho fora de São Paulo, a casa do internauta foi invadida por bandidos. Da residência, os criminosos levaram televisão, computador, máquina fotográfica e relógio.
"Avise pela internet quando for fazer outro passeio", ironizaram os bandidos, ao deixarem uma mensagem na residência do jovem engenheiro. Apesar de parecer um absurdo, o texto deixado pelos assaltantes foi o que levou a vítima a descobrir os riscos de expor determinadas informações pessoais nas redes sociais.
Assim como acontece em âmbito nacional, a polícia baiana ainda não possui estatísticas relacionadas a esta modalidade criminosa. Desde a inauguração do Grupo Especializado de Repressão de Crimes por Meios Eletrônicos na Bahia, em agosto deste ano, o órgão não recebeu denúncias de vítimas que tenham relacionado assaltos ou fraudes a possíveis informações disponibilizadas na internet.
Entretanto, o delegado Charles Leão, responsável pelo grupo policial, alerta que a possibilidade que isso já tenha ocorrido é quase óbvia. "Assim com há assaltantes rondando as nossas casas, há bandidos passeando pela internet", acredita Leão. Ainda assim, o profissional  admite que a modalidade criminosa é difícil de ser identificada, já que as vítimas não sabem que elas mesmas acabam provocando a ação.
Medos - Embora não tenha sido vítima de ações criminosas, as notícias de crimes motivados por informações disponibilizadas na internet levaram a estudante de pedagogia Nayelli Duarte, 21, a ser mais criteriosa em relação ao que disponibiliza nas redes sociais. "Antes, bastava eu tirar uma foto que eu corria para casa e postava. Hoje, não posto quase nada muito pessoal, como fotos. Tenho muito medo dos criminosos. Mesmo só aceitando pessoas que eu conheço, eu tomo esses cuidados", admite Nayelli.
Aplicativos do Facebook que identificam a localização do usuário, por exemplo, também despertam a atenção de internautas como a universitária Dayane Mendes, 32. "Eu deixei de compartilhar o local onde estou no Facebook. Os bandidos começam a notar os lugares que você costuma frequentar. Para um sequestro relâmpago, isso é um pulo", acredita Dayane.
Além dos adultos, as crianças que usam a internet podem ser vítimas mais vulneráveis de crimes cibernéticos. Desavisados sobre os riscos envolvidos em divulgar informações pessoais na redes sociais, os pequenos que têm acesso ao site - que devem ter idade acima de 13 anos - devem ficar sob constante atenção dos pais. Ao permitir que o filho tivesse a acesso à ferramenta, a pedagoga Vanessa dos Santos, 31, não pensou duas vezes: exigiu que a senha fosse compartilhada por ambos e que todos os amigos inclusos em sua rede fossem aceitos apenas após a sua autorização.
"Uma vez ele aceitou um adulto que tinha uma foto suspeita no perfil: um busto malhado de um homem (que não era ele). Esse rapaz começou a conversar com meu filho por mensagem. A minha primeira atitude ao ver esse perfil foi excluir imediatamente. Logo após, claro, conversei com ele sobre os riscos de fazer amizades com estranhos na internet", relatou a mãe.
Dicas - Ciente de que as informações disponibilizadas nas redes sociais podem induzir a ação de criminosos, a Safernet Brasil - organização sem fins lucrativos responsável pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos contra os Direitos Humanos na web (www.denuncie.org.br) - fornece algumas dicas aos internautas.
Operada em parceria com a Polícia Federal, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e 17 Ministérios Públicos, a ONG orienta que os usuários do Facebook mantenham o mínimo de informações no perfil e não comentem detalhes de horários e localização.
Para evitar a atração de bandidos, a ONG ainda sugere que os internautas troquem suas senhas periodicamente; não aceitem convites de estranhos; e só divulguem fotos que não identifiquem endereços de casa, trabalho ou escola.

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