MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 17 de novembro de 2012

Economia é principal fator para brasileiro largar o cigarro


Hieros Vasconcelos Rego A TARDE

  • Raul Spinassé | Ag. A TARDE
    Estudo aponta Salvador como a segunda capital com menos fumantes
O aumento do preço do cigarro é o principal motivo para a redução em quase 50% no número de fumantes no Brasil. É o que apontam  pesquisadores do Centro de Câncer Lombardi Comprehensive, da Universidade Georgetown, em Washington, Estados Unidos, e do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O estudo foi publicado no final de outubro, na edição mensal da revista científica PLOS Medicine, e mostrou que, de 1989 a 2010, a proporção de fumantes na população adulta brasileira caiu de 35,4% para 16,8%.
A coordenadora de pesquisas do Instituto Nacional de Câncer, Liz Maria de Almeida, afirma que o enfrentamento mais efetivo ao tabagismo no mundo é o aumento dos preços e das taxas ligadas ao setor do fumo. Os pesquisadores utilizaram o modelo matemático SimSmoke, desenvolvido pelo americano e coautor do estudo David Levy.
Eles descobriram que quase metade dessa redução de fumantes (46%) veio do aumento de preços, 14% das leis antifumo, 14% das restrições de propaganda, 8% das advertências à saúde, 6% das campanhas antitabagismo promovidas na mídia e 12% dos programas de tratamentos que ajudam o paciente a deixar o fumo.

Capitais - Outra pesquisa, do Ministério da Saúde e realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostrou que Salvador é a segunda capital do País com o menor número de fumantes.  Apenas 9% da população soteropolitana adulta é fumante. A pesquisa entrevistou 54.144 pessoas nas 26 capitais brasileiras em 2011. O resultado foi divulgado em abril deste ano. A capital com maior percentual de fumantes é Porto Alegre (22,6%), seguida por Curitiba (20%), e São Paulo (19%).
Para o cardiologista Ricardo Sansetti, ambas as pesquisas mostram um avanço no Brasil das campanhas antitabaco do Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais e municipais do setor. "A tendência é que o número de mortes causadas em decorrência do cigarro diminua consideravelmente no País", opina Sansetti.
O coordenador do Programa Municipal de Controle do Tabagismo da Secretaria  Municipal da Saúde (SMS), Pablo Leal, atribui a diminuição à  lei antifumo (Lei Municipal 7.651/2009), que proíbe o hábito de fumar em ambientes fechados, junto com  o serviço de atendimento do programa da secretaria. "A SMS, por meio da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica, desenvolve ações educativas contínuas e em eventos pontuais, abordando temas relacionados aos efeitos danosos do tabagismo para a saúde e apresentando alternativas para uma melhor qualidade de vida", informa.
Ainda conforme Leal, dos 753 pacientes assistidos pelo serviço em 2011, 346 pararam de fumar, o que representa um índice superior a 45%. Este ano, dados  até 30 de junho da secretaria mostram que, dos 364 atendidos,  163 largaram o vício. "As cidades com  um clima mais favorável à prática de atividades físicas e ao lazer favorecem o abandono do vício", afirma.
Cobrança - O consultor comercial Bruno Borba parou de fumar  em dezembro passado, após dez anos no vício: "Não aguentava mais a cobrança dos amigos. Eu era o único fumante na minha família. Tinha medo de parar e engordar. Vivia muito fatigado".

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