MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Falta de estrutura dificulta trabalho de catadores de recicláveis em Cacoal


Dos três caminhões doados pela prefeitura, dois estão quebrados.
Catadores tentam há mais de um ano formalizar cooperativa.

Do G1 RO

Catadores separam o lixo reciclável, em Cacoal (Foto: Magda Oliveira/G1)Catadores separam o lixo reciclável, em Cacoal
(Foto: Magda Oliveira/G1)
Apenas 15% do lixo reciclável é recolhido e reaproveitado pelos catadores de Cacoal, RO. Das cerca de 24 mil residências do município são recolhidos, em média, três mil quilos de lixo seco, a cada quinzena, segundo o secretário Municipal de Meio Ambiente, Jorge Murer. Além de não estarem organizados em cooperativas, e trabalharem sem estrutura, outro problema enfrentado pelos catadores é a burocracia encontrada para a entrega de materiais que contribuiriam com o serviço.
Segundo os trabalhadores, a prefeitura doou três caminhões para a coleta do lixo, mas dois estão quebrados. O galpão emprestado não apresenta nenhuma estrutura. “Nós estamos tirando por mês aproximadamente R$ 360. Há três meses o município não entrega as sacolas biodegradáveis e muitas vezes já tivemos que comprá-las com o nosso dinheiro”, diz o catador Henrique Ribeiro.
Ribeiro tem 35 anos, três filhos e há oito anos atua como catador. Ele e mais 20 pessoas vivem nas mesmas condições, desde a desativação do lixão do município, há cerca de um ano, quando foram transferidos para realizarem a coleta seletiva.
Caminhão faz a coleta seletiva nos bairros de Cacoal (Foto: Magda Oliveira/G1)Único caminhão faz a coleta seletiva nos bairros de
Cacoal (Foto: Magda Oliveira/G1)
“Trabalhávamos diretamente com o lixo, mais o dinheiro vinha no final do mês, agora a gente 'se mata' de trabalhar, e mal dá para pagar as contas”, afirma uma catadora que preferiu não se identificar.
Impasse
Murer explicou que está sendo providenciada a compra de 50 mil sacolas biodegradáveis para os catadores, mas a empresa que ganhou a licitação apresenta problemas com a documentação e isso está atrasando o recebimento do material.
Além disso, não há previsão para que os dois caminhões quebrados sejam consertados. Segundo o secretário, não há recurso para isso. "Estamos tentando conseguir um veículo por meio de doações, mas até o momento não conseguimos resolver esse problema", afirma Murer.
Outra situação que prejudica, segundo o catador Henrique Ribeiro, é o fato de não existir uma cooperativa para organizar a categoria. “Há mais de um ano tentamos formar uma cooperativa, mas a ideia não saiu do papel, parece que não conseguimos falar a mesma língua”, diz o trabalhador.
Para a professora aposentada Maria Anita, de 60 anos, trabalho de coleta seletiva é muito importante. “Eu já me habituei - todas as quartas-feiras eu deixo a minha sacola com o lixo separado na frente da minha casa - Além de ajudar o meio ambiente, contribuo com famílias que dependem disso para o seu sustento”, conclui a moradora.

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