Dos três caminhões doados pela prefeitura, dois estão quebrados.
Catadores tentam há mais de um ano formalizar cooperativa.
Catadores separam o lixo reciclável, em Cacoal
(Foto: Magda Oliveira/G1)
Apenas 15% do lixo reciclável é recolhido e reaproveitado pelos
catadores de Cacoal, RO. Das cerca de 24 mil residências do município
são recolhidos, em média, três mil quilos de lixo seco, a cada quinzena,
segundo o secretário Municipal de Meio Ambiente, Jorge Murer. Além de
não estarem organizados em cooperativas, e trabalharem sem estrutura,
outro problema enfrentado pelos catadores é a burocracia encontrada para
a entrega de materiais que contribuiriam com o serviço.(Foto: Magda Oliveira/G1)
Segundo os trabalhadores, a prefeitura doou três caminhões para a coleta do lixo, mas dois estão quebrados. O galpão emprestado não apresenta nenhuma estrutura. “Nós estamos tirando por mês aproximadamente R$ 360. Há três meses o município não entrega as sacolas biodegradáveis e muitas vezes já tivemos que comprá-las com o nosso dinheiro”, diz o catador Henrique Ribeiro.
Ribeiro tem 35 anos, três filhos e há oito anos atua como catador. Ele e mais 20 pessoas vivem nas mesmas condições, desde a desativação do lixão do município, há cerca de um ano, quando foram transferidos para realizarem a coleta seletiva.
Único caminhão faz a coleta seletiva nos bairros de
Cacoal (Foto: Magda Oliveira/G1)
“Trabalhávamos diretamente com o lixo, mais o dinheiro vinha no final
do mês, agora a gente 'se mata' de trabalhar, e mal dá para pagar as
contas”, afirma uma catadora que preferiu não se identificar.Cacoal (Foto: Magda Oliveira/G1)
Impasse
Murer explicou que está sendo providenciada a compra de 50 mil sacolas biodegradáveis para os catadores, mas a empresa que ganhou a licitação apresenta problemas com a documentação e isso está atrasando o recebimento do material.
Além disso, não há previsão para que os dois caminhões quebrados sejam consertados. Segundo o secretário, não há recurso para isso. "Estamos tentando conseguir um veículo por meio de doações, mas até o momento não conseguimos resolver esse problema", afirma Murer.
Outra situação que prejudica, segundo o catador Henrique Ribeiro, é o fato de não existir uma cooperativa para organizar a categoria. “Há mais de um ano tentamos formar uma cooperativa, mas a ideia não saiu do papel, parece que não conseguimos falar a mesma língua”, diz o trabalhador.
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