Roberto Cappio decidiu que 5 filhos de casal baiano retornem para casa.
Segundo o juiz, processo de adoção ocorreu com muitas irregularidades.
Silvânia, mãe biológica das cinco crianças baianas
(Foto: Imagem/Globo Brasília)
O juiz Roberto Cappio, de Monte Santo (BA), determinou nesta
terça-feira (27) que as cinco crianças baianas que foram entregues para
adoção a famílias paulistas voltem a viver com os pais biológicos.(Foto: Imagem/Globo Brasília)
Segundo o juiz, o processo de adoção das crianças ocorreu em meio a diversas irregularidades. O caso foi denunciado no programa Fantástico no mês de outubro.
O juiz Roberto Cappio determinou que as crianças sejam retiradas das famílias adotivas e sejam levadas para um espaço de acolhimento provisório, onde recebam acompanhamento de psicólogos para que possam se readaptar ao convívio com os pais biológicos, que também irão para esse espaço.
A readaptação do convívio deve durar, no mínimo, 15 dias, conforme a determinação. Depois, as crianças retornam para a cidade de Monte Santo, no sertão baiano, de onde foram levadas.
Incêndio
A casa em que dormia o pai das cinco crianças adotadas ilegalmente na cidade de Monte Santo, situada a 352 km de Salvador, foi incendiada na quarta-feira (21), informou o juiz da cidade, Luiz Roberto Cappio. A polícia investiga se a causa das chamas foi criminosa.
“Segundo informações, foi na casa de um primo do pai, em que ele pernoitava na maioria dos dias da semana. Precisa [a polícia] saber se o incêndio foi criminoso ou não. Pode ter havido represália em razão das instituições públicas estarem prestando apoio a ele e a família dele, e isso vai de encontro a muitos interesses contrários locais. Mas, também pode não ser nada. Pode ter sido um acidente", explicou o magistrado.
Aparelhos domésticos foram destruídos pelas
chamas (Foto: Wallas Henrique/Altar do Sertão)
De acordo com o delegado de Monte Santo, Elysio Ramos, que apura o
caso, ninguém estava na casa no momento do incêndio. O pai das crianças e
o proprietário da casa devem ser ouvidos pela polícia nos próximos
dias.chamas (Foto: Wallas Henrique/Altar do Sertão)
As crianças foram retiradas da casa dos pais biológicos em junho de 2011 pela polícia, após ordem do juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra.
Revogação da guarda
O Ministério Público do Estado da Bahia protocolou, na segunda-feira (19), um requerimento solicitando a revogação das guardas provisórias das cinco crianças adotadas ilegalmente. De acordo com o documento, que foi direcionado ao juiz pelo promotor de Justiça Luciano Taques Ghignone, a solicitação é que seja promovida a aproximação prévia das crianças com a mãe biológica em um ambiente apropriado na cidade de Poá, interior de São Paulo. O local escolhido é uma sugestão da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
CPI do Tráfico de Pessoas
O juiz Vitor Bizerra, suspeito de entregar para a adoção cinco filhos de um casal de Monte Santo, disse na CPI do tráfico de pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do Ministério Público.
“Conselho Tutelar encampou uma coisa que já partiu dos vizinhos. A comunidade monte-santense já sabia disso. Seu Gerôncio é alcoólatra e a genitora também fazia uso de bebidas alcoólicas. Segundo ouvi dizer, também se prostituía, fazendo ponto na boate”, afirmou Bizerra aos parlamentares, em Brasília. O Conselho Tutelar declarou que nunca indicou ou sugeriu a entrega dos filhos de Silvânia e Gerôncio para adoção. Moradores de Monte Santo contaram que as crianças eram bem tratadas e negaram as acusações de prostituição à mãe.
Na CPI, Bizerra afirmou ao deputado Severino Ninho (PSB/PE) que nunca se opôs a dar entrevistas sobre o assunto. “Eu estou resolvendo algumas coisas, não estou disponível pra conversar agora”. Na CPI, o juiz afirmou que estaria sendo injustamente acusado. “Por que a figura que é exposta é a do juiz? Por que a do juiz e não a outra pessoa que é colocada como investigada?”, perguntou Bizerra aos deputados responsáveis pelo inquérito.
“Eu não tenho dúvida de que há uma organização criminosa por trás disso. Já pedimos inclusive a prisão preventiva coercitiva dessa Carmen ao juiz”, declarou o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA).
Carmem Topschall na CPI
(Foto: Reprodução/TV Globo)
A “outra pessoa” é Carmen Topschall, que aparece como intermediária em
todos os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo. Ela foi
ouvida na CPI no dia 13 de novembro. Ela chegou à CPI acompanhada de
dois advogados e com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e, por
isso, se recusou a responder a maioria das perguntas.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Eu não sei o que me deixa mais indignada, com nojo, desesperançosa.Um juiz tirar filhos de pai e mães à força, colocar para adoção ilegalmente ou pessoas adotarem ilegalmente e se dizerem pais e mães, e pior, essas pessoas que se dizem pais e mães fazerem protesto achando que têm o direito de ficar com essas crianças dizendo que são filhas do coração.E quem se juntou a esses pais e mães que adotaram crianças que foram arrancadas violentamente dos seus pais.Me pergunto. Uma pessoa que é capaz de para satisfazer seus desejos não importa que a mãe e o pai estão desesperados, humilhados pode ser boa mãe e bom pai??????
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