Setor e indústrias reclamam da falta de regulamentação de medida.
Legislação entrou em vigor em junho deste ano, após sanção presidencial.
De acordo com o representante, ainda vigora o modelo tradicional com o criador sendo notificado sobre o valor a ser recebido até 45 dias após deixar a matéria-prima na indústria. "Os produtores estão trabalhando às cegas. Hoje o produtor entrega seu produto, mas só vai saber o preço na hora do pagamento", destacou.
"Pode em alguns casos suprir o custo atual, mas deixa-se de ter a disposição valores para fazer investimentos [propriedade, reforma de pastagens, aquisição de animais]", pondera.
O preço por litro recebido coincide com o demonstrado pelo levantamento inédito elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, intitulado Diagnóstico da Cadeia do Leite, publicado neste ano. De acordo com o estudo, o valor aumentou de R$ 0,61 para R$ 0,71, o litro. O resultado indica a aplicação de uma política de bonificação pelo volume de leite e, assim, maiores produções estão associadas a maiores preços.
Mas a reclamação quanto à Lei 12.669 não parte apenas dos produtores. Para os representantes das indústrias, a inércia no cumprimento da medida deve-se especialmente à falta de regulamentação.
"Falta criar uma regra clara de como se deve informar ao produtor o valor pago pelo litro do leite. Existe a sanção da lei, mas o próprio governo precisa dizer quem vai fiscalizar, quais são os passos em relação a essa lei", pontuou Ademar Furtado da Silva, presidente da Cooperativa Agropecuária do Noroeste de Mato Grosso (Coopnoroeste), que também responde por um dos maiores laticínios em operação em Mato Grosso.
No entanto, o dirigente ressalva que pelo menos no laticínio já se repassa de forma antecipada a informação sobre o preço. A indústria hoje oferta uma gama de 21 produtos, produzidos a partir da produção de 1,5 mil produtores associados à cooperativa.
ProduçãoMato Grosso é o 8º produtor no ranking brasileiro com uma produção de 743,2 milhões de litros ao ano. O volume representa o total captado em 2011 nas propriedades rurais do estado, identificou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua Pesquisa Pecuária Municipal.
De acordo com o Diagnóstico da Cadeia do Leite, a produção média verificada no estado alcançou 92,3 litros por propriedade/dia. O estado possui 20,9 mil produtores de leite.
Já a produção total, que refletiu a média geral do estado, chegou a 3,11 litros/dia enquanto em Goiás somou 4,95 litros/dia.
Em até 10 anos, Mato Grosso quer se tornar o maior produtor brasileiro de leite.
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