MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 24 de novembro de 2012

Produção da cajuína cai 80% devido à estiagem no Piauí


A bebida é um produto tradicional no estado e vive sua pior crise.
A baixa produção é reflexo da pior seca vivenciada nos últimos 40 anos.

Do G1 PI
Pela primeira vez durante cinco anos, a safra de caju no Piauí não tinha caído tanto de produção. Atualmente o estado vive a pior seca dos últimos 40 anos, onde 182 dos 224 municípios piauienses decretaram situação de emergência.

Com a estiagem, o segundo maior produtor de caju do país que antes coletava 14 mil quilos por ano, neste ano viu sua plantação beirar a zero. O prejuízo chega a 80% em algumas regiões do Piauí, onde os agricultores utilizam pouco a técnica de irrigação, o que deixa toda a lavoura dependente exclusivamente da chuva.
Caju tem virado produto raro no Piauí (Foto: Catarina Costa)Caju tem virado produto raro no Piauí (Foto: Catarina Costa)
A falta de matéria prima também reduziu a produção da cajuína (bebida natural feita do pedúnculo do caju). A alternativa dos produtores está sendo comprar o caju de outros estados, como o Maranhão.
A crise provocou a alta nos preços. Em menos de um ano a caixa de cajuína com 12 unidades saltou de R$ 27 para R$ 35. A quebra da produção aconteceu principalmente porque os maiores produtores da bebida, localizados nos municípios de Picos, Ipiranga, Pio IX e Santo Antônio de Lisboa, estão há sete meses sem chuva.
Para o presidente da Cooperativa de Produtores de Caju do Piauí (Cajuespi), Lenildo Lima, a fabricação da cajuína caiu pela metade, pois a maioria das plantações não obteve lucro.
“A Cajuespi trabalha com 120 cooperados, mas em todo o estado são quase três mil produtores, 300 somente em Teresina.No ano passado foramproduzidas 1,5 milhão de garrafas, em 2012 a expectativa é que não passe de 800 mil”, relata Lenildo Lima.
Segundo ele, a quebra da safra de caju deixou até mais cara a embalagem da cajuína, que hoje custa R$ 1,60. “Nossa saída está sendo produzir outros produtos como a cachaça e doces. Infelizmente não temos produto para oferecer”, explica o presidente da Cajuespi.
Atividades suspensas e demissões
Muitos cajucultores suspenderam as atividades e demitiram funcionários, como é o caso do produtor Franco Almeida, proprietário de uma plantação com 900 cajueiros em cinco hectares de terra, na BR-316, saída de Teresina.
O empresário destaca que a dificuldade está sendo reduzir o quadro de funcionários, de oito para apenas três pessoas. “Por conta da estiagem não houve produção. No período de safra boa, fabricamos 20 mil garrafas/ano, este ano não passará de duas mil”, informa o produtor.
Até para os experientes e um dos maiores produtores de cajuína no estado, a seca prejudicou 90% dos lucros do Seu Abel. A plantação de caju dele e mais três irmãos conta com 35 hectares e fica no Povoado Barrigas, em Jatobá do Piauí, região Norte do estado.
De acordo com Abel Rodrigues, a venda anual é de 10 a 20 mil garrafas e seis funcionários fazem todo o serviço. Por causa da estiagem, a produção este ano chegou a duas mil cajuínas e ele contou com ajuda somente da esposa e dos dois filhos.

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