MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Alta nos custos de insumos faz MT fechar o ano confinando menos gado


Número de bovinos deve passar de 813,9 mil para 792,8 mil até o final do ano.
Avaliação é do Imea e da Acrimat em último levantamento sobre confinamento.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Confinamento em Mato Grosso (Foto: Secom/MT)Número de bovinos deve passar de 813,9 mil
para 792,8 mil (Foto: Secom/MT)
Mato Grosso deve encerrar o ano confinando quase 3% a menos na comparação com 2011. É o que estimam o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e a Associação dos Criadores (Acrimat), no terceiro levantamento de intenção. Com o decréscimo, o número de bovinos criados nesta modalidade deve passar de 813,9 mil para 792,8 mil animais até o final de 2012.
Recuo especialmente motivado pela alta nos custos dos insumos usados na alimentação e a baixa na cotação da arroba do boi, apontou o último dos três diagnósticos divulgados pelas instituições. O desempenho contrariou a estimativa de alta estabelecida no início deste ano para o período de 12 meses: o estado crescer em 14%.
Mas como destaca Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, o resultado final só não se tornou menor graças ao fôlego registrado neste segundo semestre, quando a atividade ganhou força e o número de animais confinados cresceu.
Em abril, quando divulgaram o primeiro levantamento da série anual, Imea e a Associação dos Criadores previam 929,9 mil bovinos em confinamento. Em agosto passou para 710,4 mil, uma queda de 20% influenciada pela alta no preço do farelo de soja (122%), do milho (31%) e o recuo de 6% na arroba.
Em outubro, por sua vez, o número volta a subir, atingindo as 792,8 mil cabeças. Como frisa o dirigente, o pecuarista adiou sua decisão de confinar à espera de um mercado favorável. "Esperaram o mercado se firmar para então investir na intensificação. A expectativa de preço reflete no que vai acontecer", disse Vacari.
Daniel Latorraca, gestor do Imea, ressalta que uma mudança de mercado voltou a estimular o produtor. "No primeiro ciclo de confinamento (abril a julho), o mercado mudou e o pecuarista desestimulou. Em agosto o cenário melhora. Com uma pequena redução dos preços do milho e melhor cotação do boi no mercado da bolsa o produtor decidiu tirar do pasto e confinar o rebanho", destaca Daniel Latorraca, gestor do Imea.
Do universo de pecuaristas pesquisados, 8,94% travaram preços na BM&F. Outros 10,82% diretamente com os frigoríficos. "A BM&F é o melhor mecanismo para fixação dos preços, mas ainda é um negócio distante", pontua Luciano Vacari, da Acrimat.
Participação em abates
O último diagnóstico demonstrou que ao longo do último semestre os confinamentos contribuíram mais com a oferta de animais para os frigoríficos. Em julho 9% do total abatido saíram destes sistemas de criação, passando para 26% em agosto; 35% em setembro; 36% em outubro e 39% em novembro.
Já no quesito preço da arroba, entre agosto e setembro cresceu 9%, indo de R$ 81 para R$ 88, em média. Patamar inferior ao de 2011, quando em novembro a arroba chegou a R$ 92. Segundo a Acrimat, o custo do confinamento diário passou de R$ 4,32 para R$ 5,28 entre os anos, traduzindo um crescimento de 22% entre os períodos.
As regiões
Das sete regiões avaliadas, três vão encerrar o ano confinando mais: Oeste (+13%), Sudeste (+4,6%) e o Médio Norte (+4,5%). Em movimento contrário, Noroeste (-24,2%), Norte (-44,5%), Nordeste (-19%) e Centro-Sul (-21,7%) vão decrescer.
O confinamento, como define Luciano Vacari, é uma alternativa para a atividade pecuária, mas não a única estratégia para estimular a produtividade, elevar a oferta de gado e reduzir o tempo de abate. Planejamento é a palavra-chave para o setor, lembra Vacari.
"A chave do negócio é o planejamento. Quem compra seus insumos e fixa os preços geralmente ganha. Mas quem usa o confinamento só para engordar tradicionalmente perdeu dinheiro", frisou o superintendente da Acrimat.
Em 2012, o semiconfinamento também ganhou força, especialmente em momentos de instabilidade no mercado e preços de commodities agrícolas em alta. Entre os fatores que atraíram o pecuarista está o custo cerca de 30% menor que o sistema de confinamento.
Na ponta do lápis, enquanto um animal confinado chega a custar R$ 5,28 por dia ao pecuarista, na modalidade semi, quando a alimentação é suplementada, mas sem tirar o animal totalmente do pasto, são R$ 3,6, conforme a associação.

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