MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 22 de dezembro de 2012

Atitudes Positivas: Mais civilidade no trânsito, em 2013

Lucas Cunha A TARDE

  • Joa Souza | Agência A TARDE
    Engarrafamentos tiram a paciência do motorista soteropolitano, que precisa também aprender a ceder a
Vivemos o caos no trânsito de Salvador. O tema pautou uma importante parte dos debates na recente eleição para prefeito e é uma das mais constantes queixas quando se fala sobre os principais problemas da cidade. Óbvio que em Salvador, o transporte de massa e as opções alternativas como ciclovias ainda estão longe, muito longe, de oferecer boas opções para que a população deixe de usar seus carros, a fim de desafogar as ruas e avenidas. Mas, fica a pergunta: será que estas mesmas pessoas que reclamam da situação do trânsito na capital baiana param para refletir qual a parte que lhes cabe para, ao menos, tentar amenizar estes problemas?
"Quando o caos está instalado, a tendência é que as pessoas imitem este caos em suas ações", comenta a especialista em trânsito Cristina Aragon, ex-superintendente da SET (atual Transalvador).
Segundo Cristina, numa situação de completo descaso, como no trânsito de Salvador, as pessoas acabam repetindo os padrões errados adotados por outros motoristas e não se sentem constrangidas em contrariar aquela ordem. Ela dá como exemplo os pais que engarrafam as aéreas próximas aos colégios quando vão deixar seus filhos.

"Veja que exemplo nós damos para as crianças que estão em formação. Os pais querem parar na porta da escola, não se dão ao trabalho nem de parar uns 30, 50 metros antes. Isso porque chegam em cima da hora ou tem preguiça mesmo. Todo mundo faz porque não tem quem diga a ela que não faça".
Para Cristina, Salvador vive um momento de "total desobediência do trânsito", em especial após o desligamento dos pontos de fiscalização eletrônica. "Não tenho dados atuais, mas tínhamos uma pesquisa que indica que a cada mudança de sinal havia uma infração. Hoje, minha impressão é que esse número é maior. A maioria dos acidentes no trânsito acontece por infrações: uma invasão de sinal ou alguém que dirigiu bêbado".
Planejamento - Segundo Rodrigo Ramalho, baiano autor do livro "Educação Emocional no Trânsito" e que mantém um site sobre o assunto, o atual estágio do trânsito em Salvador requer que as pessoas façam um planejamento dos seus itinerários.
"As pessoas sempre pensam nas tarefas a fazer, mas não incluem o trânsito nesse planejamento. Aí vêm as frustrações. Você precisar planejar, se preparar psicologicamente para as condições que vai encontrar no caminho. Assim, você vai reagir melhor, o nosso cérebro fica mais ativado para contratempos".
Para Rodrigo, um primeiro passo é anotar o seu itinerário durante o dia, como se fosse uma lista de supermercado ou de compras, planejando os melhores horários e rotas.
"O ideal é fazer isso no dia anterior, para ter uma noção de tempo melhor. Com um roteiro em mãos, você sai de casa mais forte emocionalmente, não fica vulnerável a se estressar na primeira fechada que levar. O trânsito precisa ser levado mais a sério, ele pode estragar o seu dia, ser um fator de infelicidade, interferir na sua qualidade de vida. Quem vai se sentir bem passando quatro horas no trânsito?".
Mudança de hábito - A relação com o trânsito nas grandes cidades já vem influenciando algumas pessoas até mesmo a escolherem o seu trabalho em lugares de mais fácil acesso, visando exatamente uma melhor qualidade de vida.
A especialista Cristina Aragon dá como exemplo a sua filha, que mora em São Paulo, e está pensando na possibilidade de deixar o seu atual emprego devido a uma futura mudança do local do trabalho.
"Ela mora em Vila Madalena e trabalha atualmente na Faria Lima, mas a empresa deve se mudar para a Avenida Berrini. Ela me disse que vai fazer um teste, ver se vale a pena continuar. Claro que não é todo mundo que pode fazer isso, mas já é algo que começa a ser levado em conta na hora de escolher um trabalho".
Cristina ainda comenta sobre a recente polêmica em torno da cobrança ou não de estacionamento em shoppings.  A especialista vê com bons olhos a cobrança, pois o tema já fez com que algumas pessoas refletissem sobre sua relação com o trânsito.
"Vi pessoas falando que não iam mais de carro ao shopping se houver cobrança ou ainda que vão preferir o comércio de rua. Que bom então! Sou plenamente favorável. As lojas podem fazer promoções onde quem comprar acima de determinado valor não pague estacionamento. Acho que Salvador ainda tem uma relação muito provinciana, hábitos como querer almoçar em casa meio-dia, por exemplo. As pessoas estão tendo que aprender a ter outra relação com o trânsito na marra. Se não é por amor, é pela dor. Mas precisam aprender a fazer escolhas inteligentes".

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