MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Atitudes Positivas: Por uma cidade mais limpa em 2013

Lucas Cunha A TARDE
  • Fernando Vivas | Agência A TARDE
    Segundo a Limpurb, foram recolhidos 1,37 milhão toneladas de lixo em Salvador de janeiro a outubro
No início de 2010, uma matéria exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, elegeu Salvador como a "capital mais suja do País", projetando para todo o Brasil uma imagem que se tornou comum aos soteropolitanos.
O teste consistia no pedido do programa para as companhias municipais de limpeza pararem de varrer e coletar o lixo das ruas em uma determinada área por um dia. O trecho escolhido na capital baiana (avenida Sete de Setembro) foi aquele que acumulou o maior volume entres as sete cidades incluídas: 1,2 tonelada.
O tema do lixo é uma questão fundamental a ser enfrentada pelo futuro prefeito, especialmente no que diz respeito a uma política mais eficiente de recolhimento dos resíduos produzidos pela população de Salvador. Mas esta é uma questão que só será resolvida com o apoio e reeducação dos seus habitantes, especialmente no que diz respeito ao consumo (e o seu descarte) mais consciente, indicam os especialistas.

Segundo o professor do curso de engenharia ambiental da Ufba, Luís Roberto Moraes, a partir da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, o Brasil já possui um conjunto de leis que não fica devendo a nenhum outro país do mundo.  Agora, o problema é promover um programa de educação ambiental para que a sociedade participe de forma mais ativa e conscientemente deste processo, o que, na visão de Moraes, deve durar pelo menos duas décadas.
"A sociedade precisa entender que ela é corresponsável. No imaginário popular, existe a impressão de que basta estar em dias com os nossos impostos para se 'lavar as mãos'. Temos que ter uma nova prática com o ambiente. Muitas pessoas acham que dentro do seu carro ou do ônibus é o espaço que deve estar limpo e jogam o lixo no espaço público, tem esse vício cultural. Claro que aí tem que existir uma atuação do poder público para fazer entender essa corresponsabilidade".
Moraes também indica que é preciso uma grande vontade política para esta conscientização nas próximas décadas, o que pode ser prejudicado pelos valores gerados pela indústria do lixo nas grandes cidades.
"É preciso entender que quanto maior o lixo produzido, maior o lucro das empresas envolvidas neste processo. Então, é importante saber se o poder público tem interesse em trabalhar esta questão, que se tornou um grande negócio nas cidades brasileiras. Lembro que quando Antonio Imbassahy assumiu a prefeitura de Salvador, ele fez um mutirão e deixou a cidade limpa. Mas três meses depois estava praticamente como era antes".
Desperdício zero - Outro ponto em que a população pode colaborar na questão do lixo é  adotando a meta do "desperdício zero", que em Salvador tem como um dos seus divulgadores a jornalista e ativista ambiental Liliana Peixinho, coordenadora do AMA - Amigos do Meio Ambiente.
"Podemos começar com uma atitude simples. Por que você vê as pessoas colocando sempre comida a mais nos seus pratos? Ela não poderia se servir duas vezes? A cultura do desperdício zero é baseada em repensar o nosso consumo, quais os valores precisamos formar com nossos familiares para o planeta. E tanta coisa que não vai servir para você pode servir para outra pessoa. Precisamos aprender mais a ter a cultura da reutilização. Um CD velho e riscado na sua casa pode ser material para um artista plástico. Também não temos ainda no Brasil a cultura do brechó, de reaproveitar roupas que ainda podem servir para outras pessoas".
Para Liliana, a educação passa por mostrar à população qual a sua responsabilidade em problemas como a questão da saúde pública, que podem ser minimizados a partir de um consumo mais consciente.
"É só ver quantas crianças passam por problemas de pele, picadas de inseto, sujeira que está no ar. Somos diretamente responsáveis por esta miséria do outro. Não podemos ser tão perversos. Precisamos entender onde está a nossa responsabilidade neste problema".
Descarte consciente - Segundo os dados mais atuais da Limpurb, Salvador teve uma média de 137 mil toneladas de lixo recolhidos por mês, entre janeiro e outubro de 2012, o que totaliza 1,37 milhão de toneladas nos dez primeiros meses do ano.
Para a assessora de Planejamento da Limpurb, Rosa Amália, um importante marco a partir da lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010 é a "lógica reversa" no descarte dos resíduos, que também responsabiliza as empresas produtoras do lixo a serem responsáveis pelo seu descarte.
Um exemplo recente que já vem acontecendo em Salvador como parceria entre o poder público e as empresas privadas é a coleta de medicamentos vencidos, por meio do programa "descarte consciente", atualmente com 10 pontos de coleta pela cidade. (veja lista abaixo)
"Já é um avanço para diminuir o descarte deste material no lixo comum. Mas agora, para dar certo, depende também do próprio cidadão adotar este costume".

Se oriente

Pontos de coleta do Programa Descarte Consciente de Remédios Vencidos:
Pague Menos
Av. D. João VI, 476, Brotas
Av. Aistides Milton, 01 – Itapuã
Erva Doce
Av. Octávio Mangabeira, 815, ljs 26-28
Bahia Farma
Lg da Ribeira, S/N, Ceasa
Rua São Caetano, 335
Farmácia Santana
Av. Tancredo Neves,  148, Loja 26, Quadra K2 (Caminho das Árvores)
São Cristovão (Rodovia BA, 526, nº 325, loja 1058
Bioquimika
Av. Lima e Silva, 252, São Gonçalo
Farmácia Bom Preço
São Gonçalo – Rua Silveira Martins, 2233
Pituba – Av. Antônio Carlos Magalhães, S/N

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