Povoados estão sendo 'invadidos' por visitantes que buscam proteção.
Pacotes temáticos também são opção para preocupados e curiosos.
Um desses povoados, Sirince, na Turquia, espera receber cem vezes mais visitantes do que seu número de habitantes (600). Outra, Bugarach, na França, terá seu acesso restringido pelo governo para evitar uma "invasão" ainda maior de gente. No Brasil, a cidade de Alto Paraíso, em Goiás, tem capacidade para apenas 3.000 turistas, mas espera 15 mil visitantes no dia do suposto "apocalipse".
Nas regiões onde viveram os maias, no México e na América Central, governos preparam festas e queimas de fotos em sítios arqueológicos, e hotéis oferecem descontos em pacotes temáticos para a data.
Conheça o que oferecem seis desses "refúgios" que atraem adeptos do fim do mundo ou apenas curiosos que querem aproveitar os festejos da data.
Sirince (Turquia)
Sirince, povoado de 600 habitantes na Turquia, que espera 60 mil pessoas (Foto: Gary Yeowell/Gettyimages)
A pequena vila de apenas 600 habitantes no oeste da Turquia espera
receber 60 mil visitantes na semana do dia 21. Pessoas que creem na
profecia maia já começaram a procurar o lugar porque afirmam que ele é
cheio de energia positiva e, por isso, vai salvá-las do apocalipse.
Segundo elas, a cidade é especial porque se trata de uma área próxima de
onde os cristãos acreditam que a Virgem Maria teria ascendido ao céu.A vila tem hotéis de luxo que atraem a classe alta turca e é também conhecida por seu vinho. Um dos comerciantes da área, inclusive, criou o "vinho do apocalipse”, especial para esta época. Surpresos com a repercussão internacional, moradores dizem que que é a primeira vez que há um interesse tão grande pelo local durante a temporada de inverno. O site internacional de busca de passagens Skyscanner afirma que a procura por passagens aéreas -- somente de ida -- para essa região na semana do dia 21 e 30% maior do que para a semana anterior.
Bugarach (França)
O pico Bugarach, na França, em foto de novembro de 2012 (Foto: AFP)
O povoado de 188 habitantes, situado em uma montanha de 1.231 metros no
sul da França, é outro que já está recebendo adeptos das teorias
apocalípticas. Ninguém sabe onde surgiu a teoria de que o local seria um
refúgio para o fim do mundo, mas alguns acreditam que a montanha
servirá como pista de aterrissagem para uma nave de extraterrestres que
salvará algumas pessoas escolhidas.O governo francês afirma que o interesse esotérico por Bugarach é uma farsa construída ao redor de rumores, e afirmou que vai proibir o acesso ao local no dia 21, para evitar problemas de ordem pública. Alguns habitantes já estão se aproveitando do interesse pela cidade e cobram 2.500 euros por barracas para acampar em florestas próximas ou até 2.950 euros por "autênticas pedras do pico de Bugarach".
América Central
O Hotel Fairmont Mayakoba, no México, que terá pacote de "renascimento" (Foto: Divulgação)
Para muita gente, não há melhor lugar para passar o fim do mundo do que
o berço onde a profecia surgiu. México, Guatemala e Belize, três dos
países onde viveram os maias, esperam milhares de turistas para as
celebrações especiais para a data, que incluem festivais, fogos de
artifício e festas em meio às ruínas maias. Apenas na Guatemala o
governo planejou eventos especiais em 13 sítios arqueológicos,
principalmente no de Tikal.Hotéis e resorts nesses países também têm suas ofertas e programações em homenagem ao dia 21. O Hamanasi Adventure & Dive Resort, em Belize, por exemplo, criou um “pacote do fim do mundo”. Ele inclui, além de oito noites de hospedagem, diversas atividades típicas, como visita a pirâmides e ruinas e almoço com uma família maia.
O hotel Fairmont Mayakoba, na Riviera Maia, no México, batizou seu pacote de “experiência de renascimento”. Ele inclui tratamento purificante com argila maia, menu com comidas típicas, tour guiado pelos rios subterrâneos pré-colombianos e outras atividades ligadas ao tema. As crianças poderão aprender noções do idioma maia e converter-se em um guerreiro como os daquela época.
Alto Paraíso (Goiás)
Monumento em Alto Paraíso lembra uma nave espacial (Foto: Elisângela Nascimento/G1)
O Brasil também tem seu refúgio contra o fim do mundo. Cercada de
misticismo, a cidade de Alto de Paraíso, em Goiás, se prepara para
receber ao menos 15 mil turistas na época do dia 21, mais do que o dobro
da população local, que é de 6.885 habitantes. Como a capacidade do
município é de 3.000 visitantes, serão solicitados reforços no
atendimento médico e na segurança pública para a data.Cortada pelo paralelo 14, que também atravessa Machu Picchu, no Peru, Alto Paraíso está em cima de uma placa enorme de quartzo, de 4.000 m², cercada por rochas e paredões. Para os místicos, a força dos cristais protege a cidade contra qualquer profecia apocalíptica. Como a cidade está a 1.300 metros acima do nível do mar, reforça-se a crença de que quem está lá fica protegido de qualquer desastre natural.
Hotel Jalta (República Tcheca)
À esqueda, sala do 'bunker' do Hotel Jalta; à direita, mini-hospital dentro do mesmo abrigo (Foto: Divulgação)
Quem quiser um lugar seguro para se proteger das possíveis catástrofes
que atingirão o planeta no dia do fim do mundo pode se refugiar neste
hotel histórico de Praga, que possui um "bunker" subterrâneo, com
paredes reforçadas de concreto à prova de contaminação radioativa e
bombardeios aéreos.O abrigo tem espaço para 250 pessoas e possui um tanque que já foi usado para extrair água potável ou para uso em tratamentos médicos em caso de ataque à então Tchecoslováquia. O local tem também uma passagem secreta que leva a um mini-hospital, montado nos primeiros anos de uso do "bunker".
Hotel Keating, em San Diego (Foto: Divulgação)
Hotel Keating (San Diego, EUA)"Que melhor desculpa para umas férias do que um apocalipse iminente?" Com estas palavras, o hotel americano convida os turistas a adquirirem sua promoção de fim do mundo.
Quem se hospedar lá por duas noites vai poder participar de atividades de sobrevivência como um “treinamento físico militar para combater zumbis” em um clube de ginástica da cidade, uma expedição pela natureza local "para mapear rotas de fuga" e um tour por fazendas para aprender dicas de atividades auto-sustentáveis.
Para finalizar, os hóspedes poderão comer um “último jantar único” em um dos restaurantes do hotel. O pacote custa a partir de US$ 666.
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