MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Dificuldade de escoamento de grãos encarece produção no Maranhão


JMTV1 exibe a primeira reportagem da série "Transportes".
Na região Sul do estado, produtores reclamam das estradas

Do G1 MA , com informações da TV Mirante

O Maranhão vai colher este ano uma safra de quase dois milhões de toneladas de soja. O estado tem o segundo maior rebanho bovino da região Nordeste e recebe cada vez mais novos investimentos, mas a logística no setor de transportes encarece os custos da produção de riquezas no estado.
Estradas em condições precárias, transporte ferroviário com custo de frete acima da média nacional, e o pouco aproveitamento dos rios no estado tornam ainda mais difícil a competitividade no mercado.
O Maranhão é o segundo maior da região Nordeste em tamanho. Na soma de todas as riquezas produzidas, é o quarto estado mais rico da região. O escoamento de grãos pode ser feito por estradas, trilhos e oceano, mas os investimentos em logística devem ser aplicados o quanto antes.
A produção de ferro-gusa em Açailândia traduz o segundo maior PIB do estado. São dois bilhões de toneladas por ano, o que representa 11% da produção brasileira (assista na reportagem acima).
No Sul do Maranhão, em 10 anos, a produção de soja saiu de 550 mil toneladas para 1,8 milhão de toneladas. A área plantada praticamente dobrou: 280 mil hectares para 581 mil hectares. A produtividade passou de 2.400 kg para 3.000 mil por hectare.
O clima e a expansão das áreas de lavoura são fatores decisivos para que produtores invistam na região. “Nunca tivemos perda significativa por conta do clima. Aqui se tem uma média de produtividade maior do que a americana, que é uma das mais expressivas do mundo. Tem uma produtividade na segunda safra maior do que a média brasileira de milho. Nós temos produção, mercado e preços ótimos hoje, tanto de milho quanto de soja, mas temos dificuldade para transportar”, disse Airton Zamignan, presidente da Associação de Produtores de Balsas.
A MA-140 é um dos gargalhos do escoamento da produção. A Associação dos Produtores de Gerais de Balsas já gastou em torno de R$ 1 milhão na recuperação de estradas e pontes de madeira. São 208 quilômetros, mas a viagem dura até dois dias, porque há casos em que os caminhões quebram no meio do caminho. “Só a MA-140 produz mais do que seis estados do Nordeste, a exemplo de Pernambuco ou Ceará. É preciso investir”, reivindicou Zamigman.
Para retirar a soja ou o milho das fazendas, é pago R$2 por saca. Isso significa um aumento de 10% no valor do produto. “A gente roda, em média, 10 a 20 quilômetros por hora. Tem muito buraco. Muita poeira”, afirmou o caminhoneiro Aristides Moreira.
O atraso no transporte é o que mais encarece a produção de soja no Maranhão. “Hoje, para a gente retirar uma tonelada de soja da Região Sul do Maranhão até o Porto do Itaqui custando em torno de 120 dólares, o que era bem diferente um tempo atrás. Esse aumento da dificuldade da infraestrutura vem acarretando diretamente um aumento de custo da produção e uma maior dificuldade para o crescimento da região”, afirmou o gerente de produção, Guilherme Pieroni.
Para a superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa Corredor de Exportação Norte (Fapcen), seriam necessários investimentos em 319 km de estradas estaduais e 238 de estradas federais, para que o principal problema do sul do Maranhão e do vizinho Piauí deixe de influenciar tanto na logística da região. O anel da soja é a alternativa mais viável para o embarque de grãos.
“Na MA-140, há 10 mil comunidades no entorno, que poderiam produzir banana com alta qualidade para chegar aqui. O mercado do Nordeste não compra milho do Sul do Maranhão por causa das estradas. Então nós temos grandes entraves ao avanço e ao mesmo tempo temos os olhos do mundo para nossa região”, concluiu Gisela Introvini, superintendente da Fapcen.

Nenhum comentário:

Postar um comentário