Condenado a mais de 10 anos de prisão, líder petista participou de plenária em Porto Alegre
O líder petista José Dirceu esteve em Porto Alegre neste
sábado para participar da plenária da corrente Unidade de Luta (ULD),
integrante, em nível nacional, do campo Construindo um Novo Brasil. Todos os
discursos que precederam o de Dirceu saíram em defesa dele, condenado a 10 anos
de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha. José Dirceu está no
epicentro do denominado escândalo do mensalão no primeiro mandato do
ex-presidente Lula.
Na Capital, ele classificou como tentativa de golpe o atual momento político. “Qual era a bandeira do Golpe de 64? Contra a subversão e a corrupção. Nunca teve tanta corrupção durante os 25 anos de ditadura militar. Nunca houve tanta censura, nunca houve tanta submissão do judiciário e das polícias. É isso que nós estamos assistindo de novo no Brasil. Já que não se consegue pela disputa democrática nos impor uma derrota, se procura um caminho não democrático para nos impor uma derrota. Agora, quando nós nos defendemos, dizem que nós queremos criar crise, transformar o Brasil numa Venezuela, numa Argentina." A imprensa também foi criticada, mas em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda julga a Ação Penal 470. “O julgamento durou quatro meses e meio, e a Suprema Corte brasileira parou. Todos os interlocutores dizem: é um julgamento político de exceção. E marcaram (julgamento) para o período eleitoral. É evidente que é um julgamento de exceção, um julgamento político. Sem falar que se condenou sem provas, sem ato de ofício, sem o contraditório e com esta teoria do domínio do fato, que exige, sim, provas. O julgamento foi para criminalizar não só o PT”, disse Dirceu. Ex-ministro da Casa Civil, o petista falou em tentativas de criminalizar a política, e voltou a citar o Poder Judiciário ao dizer que existe corrupção em todos os setores da administração pública e na iniciativa privada. “Se nós lembrarmos, há seis meses, quem era o Poder mais corrupto da nação denunciado pela própria corregedora Eliana Calmon? O Poder Judiciário." Para ele, é preciso regulamentar a mídia, não como tentativa de cercear a informação, mas para acabar com o monopólio dos grandes grupos de comunicação. “Existe um monopólio, precisa ser regulado. Não é que vamos controlar a imprensa, isso eles vendem para assustar vários setores da sociedade. É preciso pluralismo nos meios de comunicação. Não podemos contrapor a isso a censura. Nós combatemos a censura. Nós temos que ampliar o direito à informação." Dirceu disse que a Ação Penal 470, na qual foi condenado, não surtiu efeito, fazendo referência ao julgamento ter ocorrido em meio ao processo eleitoral. “Agora, há uma tentativa clara de atingir o Lula." Fonte: Jimmy Azevedo / Rádio Guaíba |
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