Famílias de sem-terra começam a desocupar fazenda do governo do DF

De acordo com os líderes do MST, 70 famílias já deixaram o local.
Propriedade é área de preservação permanente.

Do Globo Rural

Cerca de mil famílias de sem-terra começaram a desocupar uma fazenda do governo do Distrito Federal. Eles prometeram sair pacificamente da área, que é de preservação permanente.
A saída das famílias só começou depois que os integrantes do MST se reuniram com servidores da Ouvidoria Agrária do governo federal. Eles exigiram caminhões para carregar a mudança, lonas para novas barracas e 400 cestas básicas.
“Se há sinalização, nós vamos desocupar. E que as negociações recomecem para discutirmos propostas e encaminhamentos completos para a reforma agrária”, diz Maria Lucimar da Silva, coordenadora do MST/DF.
O governo do Distrito Federal e a União avisaram que não negociam área para outro acampamento. O mediador do Ministério do Desenvolvimento Agrário disse que quem permanecer será retirado.
“As famílias que por acaso não seguirem o MST na desocupação pacífica serão retiradas com apoio pelo oficial de Justiça com apoio da Polícia Militar”, diz Gercino da Silva Filho, ouvidor agrário nacional.
Os integrantes do MST ocuparam o terreno que pertence ao governo do Distrito Federal no dia 22 de agosto. Ele chegaram a construir um poço para captar água no local, o que é proibido. A área de preservação de manancial, que abastece várias regiões da capital federal, é protegida por lei desde 1997. Os sem-terra firmaram o acordo com o governo de sair pacificamente da área, condição para continuar as negociações para o assentamento de mais de seis mil famílias.
De acordo com os líderes do MST, 70 famílias já deixaram o local. A estimativa do movimento é de que a área esteja totalmente desocupada até a quarta-feira (05).