Moradores de Salvador reclamam do calor excessivo a oito dias do verão

Área da Cidade Baixa é uma das regiões mais quentes da capital baiana.
Locais mais frescos são os altos e arborizados, como Pituba e orla.

Do G1 BA

Faltam oito dias para o verão, mas as pessoas que andam pelas ruas de Salvador têm a impressão de que já estão na estação mais quente do ano. Segundo Telma Andrade, física e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a sensação térmica pode ter diferença de até 13º em alguns bairros da cidade.
"Muito quente, muito quente demais. O verão nem chegou e já está assim", comenta uma moradora da cidade. "Passo protetor e tenho que me defender [do sol] também com uma sombrinha", diz uma senhora. O calor é ainda maior para as pessoas que têm que passar quase todo o dia com roupa longa nas ruas. "Está muito quente, mas o que esquenta mesmo é o torso [acessório usado pelas baianas do acarajé]. A roupa tem hora que o ventinho bate e a gente esquece", conta a baiana Naira Santana.

Independente do que registram os termômetros, a sensação térmica pode ser muito mais alta. Isso depende da região da cidade. "Quando a temperatura do ar está 30º, a nossa sensação térmica no local menos favorável pode estar 40º, 42º", explica a pesquisadora Telma Andrade.
Segundo a estudiosa, por questão geológica, a região da Cidade Baixa, que compreende a área do Mercado Modelo até a Calçada, é um dos locais mais quentes de Salvador. "Recebe luz do sol e calor e o próprio declive, causado por essa falha geológica, faz com que seja uma região menos ventilada, tornando mais desagradável para nós", aponta.
Além da Cidade Baixa, áreas em que há muitas casas e edifícios próximos uns aos outros, como a região da Sete Portas, Nordeste de Amaralina, Fazenda Grande do Retiro e Subúrbio, são mais quentes. Já as regiões mais frescas são aquelas altas e arborizadas, como Orto, Pituba, Pituaçu, Itapuã e a orla da cidade.