MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 9 de dezembro de 2012

Moradores fazem enterro simbólico contra desocupação de área em MT


Famílias devem começar a ser retiradas de terra indígena nesta segunda.
Justiça decidiu que área pertence a índios xavantes.

Do G1 MT

Manifestantes levaram caixão até o cemitério (Foto: Reprodução/TVCA)Manifestantes levaram caixão até o cemitério
(Foto: Reprodução/TVCA)
Moradores da comunidade Posto da Mata, em Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, fizeram uma manifestação contra a desocupação da terra indígena Marãiwatsédé, reconhecida como território dos indíos da etnia Xavante. A retirada das famílias deve começar nesta segunda-feira (10).
Os manifestantes levaram um caixão até o cemitério da comunidade em protesto contra a decisão judicial que determinou a saída dos não índios do local. Foi feito um enterro simbólico. "Eles estão acabando com as nossas vidas. Hoje viemos aqui em luto em nome das nossas famílias porque se  nos tirar das nossas casas é isso que vai acontecer, nós vamos morrer aos poucos", disse a moradora Neusa Fernandes.
"É um protesto para ver se alguém enxerga a gente, porque parece que ninguém vê a gente aqui", declarou a produtora rural Magna Alves Pereira. Durante o protesto, uma mulher não suportou o calor e desmaiou. Ela foi socorrida por uma ambulância.
Os produtores rurais disseram que pretendem sensibilizar as autoridades. "Tenho meus filhos, minha casa. Estou perdendo a minha casa e não posso mais acreditar nessa Justiça", reclamou José de Jesus, produtor rural.
Até a chegada da polícia, que deve retirá-los à força caso não deixem a área de maneira espontânea, os moradores permanecem reunidos e em vigília. As refeições são servidas de forma coletiva e distribuída a todos. "Estamos todos juntos, vamos somar juntos até a última hora e seja o que Deus quiser ", disse Aparecida Iboaba.
Conflito
De acordo com a Funai, a Terra Indígena Marãiwatsédé foi homologada por decreto presidencial em 1998 e reconhecida por sucessivas decisões judiciais, legitimando o direito constitucional do povo Xavante de voltar a viver em seu local originário, com a garantia do usufruto e da posse permanente de sua terra.

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