Maiores shoppings de Brasília contratam profissionais de outros estados.
Noel paranaense de 75 anos troca a comemoração de Natal pelo Ano Novo.
Para muitos deles, o contrato se estende até a noite de Natal, quando a figura do velhinho de barba longa e branca e roupa vermelha é mais aguardada. É o momento da entrega dos presentes, da alegria, da confraternização e união das famílias.
José Pereira, 75 anos, é Papai Noel há 13 anos. Ele trabalha durante
dois meses em um shopping na área central de Brasília (Foto: Káthia
Mello/G1)
O G1 conversou com papais noéis que vieram de Curitiba
e de Recife para trabalhar em dois shoppings da capital. Os paranaenses
moram em um apartamento alugado, na Asa Norte, em companhia do
fotógrafo responsável pelas imagens oficiais de Noel. O pernambucano
mora sozinho, em Ceilândia, durante o tempo que passa a trabalho na
capital.Para José Pereira, 75 anos, que está na atividade há 13 anos, o trabalho em Brasília termina na tarde do dia 23, quando ele viaja de volta para Curitiba. Mas o trabalho não para. Na noite de 24, ele já tem três casas agendadas. “Há dez anos faço visita a uma mesma família. A família já é minha família”.
Pereira diz que transfere a comemoração de Natal para outra data. “A gente já se acostumou. Minha última aparição é à 0h30. Depois eu vou para casa descansar. A família, a gente reúne no dia de Ano Novo”, revela.
Esta experiência o conterrâneo dele, Severo Rodrigues, 58 anos, terá pela primeira vez. O publicitário explica que não houve um motivo especial para decidir ser Papai Noel. "Há dois anos eu pesava 120 quilos e tinha o cabelo branco. Muita gente na rua me chamava de Papai Noel. Deve ter sido por isso." Ele emagreceu, mas deixou a barba crescer para entrar no mercado.
O curitibano Severo Rodrigues está trabalhando como Papai Noel pela primeira vez em Brasília (Foto: Káthia Mello/G1)
Rodrigues disse que ainda não se preparou para passar a noite longe de
casa. Ele espera personificar o bom velhinho na noite de Natal na casa
de uma família de Brasília. "Se conseguir, será uma família onde espero
levar alegria e olhar para uma criança e ver meus filhos. Se não tiver
onde ficar, vou ficar em casa sossegado aproveitando para descansar. Vou
dormir e aí quando acordar já passou o dia."Claúdio Henrique Peixoto Pires, 58 anos, é Papai Noel há oito anos. Começou a trabalhar quando veio viver com uma irmã que morava em Brasília. Há dois anos, mora em Recife, mas volta sempre para trabalhar no Natal. Segundo ele, depois que os pais dele morreram, o Natal ganhou outro significado. "A noite de Natal é encantada, mas não tenho mais alegria. A minha alegria é fazer a alegria dos outros."
Apesar dos dois filhos e irmãos morarem em Recife ele só vai voltar para casa no dia 25. Após visitar algumas casas na noite do dia 24, o Papai Noel se reúne na casa da família do dono da empresa de entretenimento que o contrata para trabalhar no shopping.
Papai Noel veio de Recife para trabalhar em shopping no Octogonal, em Brasília (Foto: Káthia Mello/G1)
Até para quem mora perto de casa, a véspera do Natal não é completa.
Vicente Gomes da Silva, 62 anos, é professor da rede pública de ensino
do Distrito Federal e há três anos trabalha como Papai Noel em um
shopping que fica ao lado da casa dele, no bairro do Octogonal. “Eu
preferia passar com a família, mas esse ano vou estar à disposição do
trabalho também. Com meus filhos e netos eu passo o dia 25 e aí entro de
férias”, disse.
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