MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pecuária cede 863 mil hectares para agricultura em MT, aponta estudo


Entre 2009 e 2011 áreas de pastagem foram incorporadas à agricultura.
Conclusões são de estudo divulgado nesta terça-feira (4).

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Pasto cederá espaço para lavouras em MT (Foto: Leandro J. Nascimento / G1)Pasto cederá espaço para lavouras em MT
(Foto: Leandro J. Nascimento / G1)
A pecuária mato-grossense cedeu, nos últimos três anos, pouco mais de 863 mil hectares para a agricultura. Entre 2009 e 2011 as áreas de pastagem antes utilizadas para criação de gado foram incorporadas à atividade agrícola e exploradas para o cultivo de grãos. O intervalo coincide com a época quando em Mato Grosso ocorre a principal redução do espaço de criação de bovinos, marcando uma nova fase de ocupação pela agricultura.

As conclusões são do estudo "Análise das Áreas de Pastagem do Estado de Mato Grosso", divulgado nesta terça-feira (4) pela Associação dos Criadores do Estado (Acrimat). O levantamento mapeou o comportamento das áreas de pastagem, a eficiência da pecuária de corte e concluiu que mesmo com um espaço menor elevou-se a eficiência da cadeia de carne.

Luciano Vacari, superintendente da Associação, lembra que em um um intervalo maior (15 anos), três foram os ciclos da pecuária quanto à disponibilidade de terras de pastagem. O primeiro, entre 1996 e 2004, marca um aumento de 18,16% na área, ou pouco mais de 3,9 milhões de hectares abertos para a utilização pelo gado.

Por sua vez, entre 2006 a 2008 vivenciou-se o período da estabilidade, com pequena variação de 0,35%, sendo pouco mais de 89 mil hectares a mais. Mas de 2009 a 2011 o estado diminuiu em 863,8 mil hectares sua área de pastagem.

De acordo com o estudo, realizado pela primeira vez em 2008 e atualizado no último, a atual área de pastagem mato-grossense chega a 24,9 milhões de hectares, representando 27,58% do território estadual, hoje em 90,3 milhões de hectares (IBGE). Imagens da Agência Espacial Norte-americana (Nasa) foram contratadas pelos criadores para elaboração da análise.

Se por um lado perdeu área, por outro a pecuária conseguiu elevar seus índices produtivos, revelou o diagnóstico. Entre 2009 e 2011, por exemplo, o número de animais criados em um único hectare cresceu 16,38%. Saltou de 1,01 bovinos/ha em 2008 para 1,17 bovinos/ha no ano passado. Já o rebanho total mato-grossense avançou 12,48%.

"Nosso rebanho cresceu graças à tecnologia e o incremento em produtividade permitiu também a prevenção do desmatamento", frisou Luciano Vacari.

Por município
Dentre os municípios, Querência, no nordeste do estado, foi o que registrou a maior diminuição da área de pastagem entre 2008 e 2011. Foram 90,7 mil hectares transferidos para a agricultura. Já São Félix do Araguaia, reduziu em 57,8 mil hectares, chegando ao final do último ano a 592 mil hectares. Em Canarana a pressão da agricultura sobre a pecuária fez este último setor ceder 56,7 mil hectares para o cultivo de grãos.

Para o superintendente da Acrimat, o fator mercado é apontado como o principal responsável pelo interesse da agricultura nas áreas de pastagem. Isto porque a valorização dos grãos provocou uma verdadeira corrida pela utilização de cada vez mais espaços para culturas como a soja e o milho.

Em Mato Grosso, de acordo com a Acrimat, são 120 mil propriedades com rebanho bovino.

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