Representantes de blocos afros e afoxés ficaram de fora

Patrícia França A TARDE

Alguns presentes ao evento promovido pela Abre-BA sentiram falta das estrelas do axé music Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leite e Margareth Menezes. Mas chamou atenção, mesmo, a ausência de representantes dos blocos afros, dos travestidos, afoxés, trios independentes e blocos de samba, os mais prejudicados com a falta de patrocínio e espaço para desfilar.
O presidente da associação de blocos de Salvador, Otto Pipolo, diz que é para esse segmento, "os apartados dos lucros exorbitantes", que o prefeito eleito deve olhar. "O nosso Carnaval autêntico está perdendo para a indústria dos grandes trios e blocos", denuncia Pipolo.
O executivo não é favorável à criação do Afódromo, o novo circuito de Carnaval proposto por Carlinhos Brown, no Comércio, para o desfile de blocos afro e afoxé. "Vai haver mais segregação", diz ele.

O próprio ACM Neto não deu certeza de que o novo circuito se viabilizará. "Vejo com simpatia, mas vou conversar com Brown e ver detalhes do projeto, inclusive do ponto de vista jurídico". O superintendente da Saltur , Jonga Cunha, admitiu que o Afódromo precisa do aval do Conselho  do Carnaval e da Câmara.
Indagado sobre as questões legais para o novo circuito acontecer, Brown disse o seguinte: "Nem fale em política comigo, eu sou assertivo. Alguém que realiza. Isso é uma encrenca que eles (poder público) têm que resolver. O afódromo está pronto para acontecer. Eles é que vão dizer se estão prontos