MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 2 de dezembro de 2012

Tremedal, na Bahia, é pior cidade do País para viver


Mário Bittencourt A TARDE

  • Mário Bittencourt | Ag. A TARDE
    Município é o único do Estado na faixa de "baixo desenvolvimento"
Único entre os 417 municípios baianos a ocupar a faixa de "baixo desenvolvimento" - seleto grupo do qual fazem parte apenas seis das 5.568 cidades brasileiras - Tremedal, no sudoeste da Bahia, é o retrato do descaso e do esquecimento. A cidade ocupa o último lugar, dentre todas as cidades brasileiras, no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal. O destaque negativo é a geração de emprego e renda, com índice de 0,1073.
O prefeito José Carlos Bahia (PP), que passa mais tempo em Vitória da Conquista, onde nasceu e também tem casa, disse que a cidade não gera emprego porque passa por problemas de seca todo ano, o que não atrai indústria. "Qual empresa se instalaria numa cidade com estiagem todo ano? Sem água não tem indústria", lamenta o prefeito.
Jovens como a estudante Suelen de Albuquerque, 20, buscam ocupação na cidade, onde, segundo o IBGE, a taxa de desemprego era de 10,85 em 2010. "Minha esperança é que o próximo governo faça cursos profissionalizantes", disse Suelen. O que movimenta a economia de Tremedal são as 2.998 famílias beneficiárias do Bolsa Família, alguns poucos comerciantes e funcionários da prefeitura. Também movimentam a cidade os recursos dos aposentados, que são pouco mais de três mil na cidade.
Sem recursos - O prefeito José Bahia reclama que quando assumiu a prefeitura herdou R$ 15 milhões em dívidas da gestão anterior, que estão sendo pagas de forma parcelada e serão transferidas para a próxima gestão. Daí, a falta de recursos para investir na cidade. Mesmo com baixos recursos, a prefeitura sustentava uma máquina que até setembro tinha 902 servidores. Depois da eleição - quando o prefeito não se reelegeu - houve demissões em massa e o número de funcionários caiu para cerca de 400.
Moradora da zona rural da cidade Vanessa Barbosa, 29 anos, foi recentemente demitida do emprego numa escola municipal. Mesmo assim, ela não pensa em ir embora de Tremedal. "Espero arranjar emprego aqui mesmo, pois tenho família. É difícil, mas vou tentando", comentou. A reportagem de A TARDE não pôde visitar nenhuma escola porque estavam todas fechadas - o ano letivo em Tremedal terminou no início deste mês. A prefeitura do município informou que as aulas foram adiantadas porque havia muita evasão, mas garantiu que o calendário  foi cumprido.
Os alunos, que são cerca de 4,5 mil no total, não gostaram  da iniciativa. "Botaram a gente para estudar às pressas, e durante as aulas faltava professor", declarou Yolanda Araújo Silva, 15. "Aí fica todo mundo sem ter o que fazer aqui na cidade", observou o estudante Celso Henrique da Silva, de 17 anos. A população também reclama do serviço de saúde no município. As principais queixas são em relação a postos de saúde - que ficam fechados - e a demora no atendimento do hospital municipal, onde  pacientes dizem esperar até 5 horas. Segundo o prefeito,  a demora é resultado da quantidade de pacientes.

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