Bebê esperou mais de 28 horas por vaga em UTI Neonatal.
Sesa assume falta de vagas, mas explica que governo está investindo.
Durante o percurso entre o local do velório e o cemitério, familiares protestaram com cartazes, denunciando o descaso com a saúde pública. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) assumiu que há poucas vagas, mas informou que o governo está investindo na área.
Isadora seria a primeira filha do casal Graziane Santos e Adonis Caldeira, que agora quer justiça, para que outros casos como esse não voltem a acontecer. "Houve descaso, negligência, vários erros ocorreram desde a entrada no hospital até o parto. Eu quero justiça", disse o pai.
O velório ocorreu na casa da avó da menina, no bairro Alto Laje, em Cariacica. Na manhã desta quarta, na caminho do cemitério, familiares e amigos saíram em protesto pelas ruas, carregando cartazes de denúncia. Um dos pontos de parada foi o hospital onde a criança nasceu, a Maternidade Municipal de Cariacica, onde os parentes entraram, até a recepção, com o caixão do bebê. "Se eles tivessem agilizado as coisas, a criança estava salva, mas foi incompetência", disse a tia avó Cláudia Caldeira.
A mãe chegou na maternidade no último sábado (5), às 20h, mas a cesariana só foi feita depois de 14h de domingo. De acordo com o laudo médico, Isadora engoliu líquido amniótico durante o parto e teve complicações respiratórias. A vaga em uma UTI Neonatal, em um hospital da rede pública, só foi encontrada na segunda-feira (7), em Cachoeiro de Itapemirim. Por conta da distância, a transferência foi feita de helicóptero.
O Hospital Infantil de Cachoeiro, local da última internação do bebê, informou que a menina já chegou à unidade com insuficiência respiratória aguda e em estado gravíssimo, e que apesar disso fez o possível para salvá-la.
Outro lado
Sobre o caso, a direção da Maternidade Municipal de Cariacica, local onde Isadora nasceu, explicou que buscou a possibilidade de transferência na Central de Vagas, assim que ela apresentou problemas respiratórios, mas não havia vagas disponíveis em UTIs Neonatal no estado.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) assumiu que há poucas vagas. "A criança já nasceu grave, permaneceu grave e já chegou grave em Cachoeiro. O estado está investindo e vai abrir mais 65 vagas de leito em UTI. Há falta de vagas na rede pública e também na rede privada, em 2012 compramos 455 vagas d eUTI na rede privada, então, há uma carência, e o estado vai tentar suprir", disse o subsecretário de Saúde do Estado, Fabio Benezath, nesta terça-feira (8).
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Menina foi transferida para o Hospital infantil de Cachoeiro de Itapemirim, mas não resistiu (Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul)
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