MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Após morte de bebê, família reclama de descaso com saúde pública, no ES


Bebê esperou mais de 28 horas por vaga em UTI Neonatal.
Sesa assume falta de vagas, mas explica que governo está investindo.

Daniele Cariello Do G1 ES

A família da recém-nascida Isadora Vitória Caldeira ainda estava em estado de choque durante o enterro da menina, na manhã desta quarta-feira (9), em Cariacica, na Grande Vitória. Eles reclamam que houve descaso do Estado com a saúde da menina. O bebê morreu nesta terça-feira (8), devido a problemas respiratórios após o parto, que ocorreu no último domingo (6). Segundo os médicos, a criança precisava ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, mas a única vaga encontrada foi em um hospital de Cachoeiro de itapemirim, no Sul do estado, mais de 28 horas após o nascimento. A menina chegou a ser transferida para a cidade, mas não resistiu.
Durante o percurso entre o local do velório e o cemitério, familiares protestaram com cartazes, denunciando o descaso com a saúde pública. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) assumiu que há poucas vagas, mas informou que o governo está investindo na área.
Isadora seria a primeira filha do casal Graziane Santos e Adonis Caldeira, que agora quer justiça, para que outros casos como esse não voltem a acontecer. "Houve descaso, negligência, vários erros ocorreram desde a entrada no hospital até o parto. Eu quero justiça", disse o pai.
O velório ocorreu na casa da avó da menina, no bairro Alto Laje, em Cariacica. Na manhã desta quarta, na caminho do cemitério, familiares e amigos saíram em protesto pelas ruas, carregando cartazes de denúncia. Um dos pontos de parada foi o hospital onde a criança nasceu, a Maternidade Municipal de Cariacica, onde os parentes entraram, até a recepção, com o caixão do bebê. "Se eles tivessem agilizado as coisas, a criança estava salva, mas foi incompetência", disse a tia avó Cláudia Caldeira.
Laudo médico
A mãe chegou na maternidade no último sábado (5), às 20h, mas a cesariana só foi feita depois de 14h de domingo. De acordo com o laudo médico, Isadora engoliu líquido amniótico durante o parto e teve complicações respiratórias. A vaga em uma UTI Neonatal, em um hospital da rede pública, só foi encontrada na segunda-feira (7), em Cachoeiro de Itapemirim. Por conta da distância, a transferência foi feita de helicóptero.
O Hospital Infantil de Cachoeiro, local da última internação do bebê, informou que a menina já chegou à unidade com insuficiência respiratória aguda e em estado gravíssimo, e que apesar disso fez o possível para salvá-la.
Outro lado
Sobre o caso, a direção da Maternidade Municipal de Cariacica, local onde Isadora nasceu, explicou que buscou a possibilidade de transferência na Central de Vagas, assim que ela apresentou problemas respiratórios, mas não havia vagas disponíveis em UTIs Neonatal no estado.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) assumiu que há poucas vagas. "A criança já nasceu grave, permaneceu grave e já chegou grave em Cachoeiro. O estado está investindo e vai abrir mais 65 vagas de leito em UTI. Há falta de vagas na rede pública e também na rede privada, em 2012 compramos 455 vagas d eUTI na rede privada, então, há uma carência, e o estado vai tentar suprir", disse o subsecretário de Saúde do Estado, Fabio Benezath, nesta terça-feira (8).
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Menina foi transferida para o Hospital infantil de Cachoeiro de Itapemirim, mas não resistiu (Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul)Menina foi transferida para o Hospital infantil de Cachoeiro de Itapemirim, mas não resistiu (Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul)

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