MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Caminhoneiro adepto do 'turismo de guerra' busca adrenalina na Síria


Entediado com seu trabalho, japonês registra conflito em Aleppo.
Ele já esteve no Egito e no Iêmen e planeja ir ao Afeganistão.

Da France Presse

Entediado com seu emprego de caminhoneiro, o japonês Toshifumi Fujimoto, de 45 anos, não quis buscar adrenalina no seu tempo livre em atividades convencionais, como pular de "bungee jump" ou mergulhar com tubarões. Ele preferiu se tornar um turista de guerra.
Toshifumi Fujimoto, turista de guerra, na Síria (Foto: AFP Photo/STR )Toshifumi Fujimoto tira foto em um apartamento destruído em Aleppo (Foto: AFP Photo/STR)
Fujimoto está passando uma semana na cidade de Aleppo, no norte da Síria, onde ele tira fotos e vídeos enquanto se esquiva de balas.

Não é a primeira vez que ele vai passar férias em zonas de conflito. O japonês esteve no Iêmen no ano passado durante as manifestações em frente à Embaixada dos EUA, e no Cairo um ano antes, nos dias que se seguiram à queda do presidente Mubarak. Ele ainda planeja ir ao Afeganistão.
O caminhoneiro já havia passado duas semanas na Síria no fim de 2011, com um visto de turista, mas desta vez entrou no país clandestinamente, vindo da Turquia.

Vestido com uniforme militar japonês e armado com duas cameras fotográficas e uma de vídeo, Fujimoto vai à linha de frente toda manhã para documentar a destruição da segunda maior cidade do país.
Toshifumi Fujimoto, turista de guerra, na Síria (Foto: AFP Photo/STR)Toshifumi Fujimoto anda com sua câmera pelas ruas de Aleppo (Foto: AFP Photo/STR)
Ele não fala inglês, muito menos árabe, e foi entrevistado pela France Presse com a ajuda do tradutor do Google. "Sempre vou por conta própria porque nenhum guia turístico quer ir para a linha de frente. É muito emocionante, a adrenalina corre. Isso me fascina”, afirmou, enquanto era parado por alguns rebeldes, que queriam tirar fotos com ele.
"Não sou alvo para os atiradores porque sou turista, não jornalista. E não tenho medo de que atirem em mim nem que me matem. Sou uma combinação de samurai e kamikaze”, diz.
Ele não ganha dinheiro com as imagens: apenas as compartilha com seus amigos no Facebook. Gastou US$ 2.500 do seu bolso para ir do Japão até a Turquia e paga mais US$ 25 por dia a um morador de Aleppo que lhe dá moradia e acesso à internet.

Fujimoto é divorciado e diz que não tem amigos ou namorada. Tem três filhas, que não vê há quatro anos. “Estou sozinho na vida.”

Isso sim: ele comprou um seguro de vida para deixar dinheiro para elas caso algo lhe aconteça.

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