Brincadeiras se destacam pelo ritmo e indumentárias utilizadas.
Blocos se originaram na década de 1940.
Tribo de índios Tapiaca Uhu, de São Luís
(Foto: Diego Chaves/O Estado)
Além dos blocos tradicionais e organizados, o carnaval de São Luís
possui mais uma marca registrada, embora não exclusiva. Desde a década
de 1940, todos os anos várias tribos de índios desfilam, sempre com
indumentárias muito bem elaboradas e ricas em beleza. Ao longo do tempo
as brincadeiras cresceram tanto, que este ano serão homenageadas em
desfile das escolas de samba.(Foto: Diego Chaves/O Estado)
As ‘tribos’ na verdade são blocos grandes e animados, cujos integrantes se vestem de índios norte-americanos, pintam as faces e saem pelas ruas tocando e dançando ritmos indígenas brasileiros. Foram diversas as tribos que surgiram e fizeram nome, como os Apaches, Comanches, Pawnes, Sioux, entre outros. Exceção de nome foram as Timbiras, formada somente por mulheres.
A origem das tribos se deve principalmente à presença de militares dos Estados Unidos no aeroporto do Tirirical, durante a 2ª Guerra Mundial. O aeroporto de São Luís servia de ponte para a base aérea de Recife (PE). Eles trouxeram diversos filmes (em rolo) do faroeste de Hollywood, que rapidamente se popularizaram na capital maranhense – além do reforço de filmes na TV.
Indumentárias se destacam nas tribos de índios de
São Luís (Foto: Diego Chaves/O Estado)
Daí para o carnaval de rua foi um passo. As tribos foram o grande nome
da folia momesca na ilha até o início dos anos 70, quando algumas
deixaram de sair e surgiram tribos com nomes brasileiros. As roupas
coloridas e brilhosas, inspiradas nas grandes nações do Norte, foram
gradativamente substituídas por simples coberturas de penas, que não
lembravam nem de longe as festividades indígenas do Brasil.São Luís (Foto: Diego Chaves/O Estado)
Nem mesmo os blocos tradicionais (surgidos nos anos 40) rivalizavam com as tribos. Essas eram maiores e mais aguerridas, tocavam grandes tambores de madeira e, por muitas vezes, passavam pelos blocos como se não houvesse ninguém no caminho.
As disputas em concursos de passarela e emissora de rádio eram autênticas “batalhas”, onde cada uma caprichava no ritual para sair vencedora. Nas ruas, algumas vezes foram registrados confrontos físicos entre as tribos – o que hoje não acontece mais.
Os blocos de ritmo (tradicionais) precisaram aumentar o tamanho dos seus tambores (contratempos) e colocar mais instrumentos de percussão para não serem abafados pelas tribos. Hoje, os blocos são a marca registrada do carnaval de São Luís, enquanto as tribos ficaram em plano secundário, apesar de sua beleza, força rítmica e o grande número de jovens que apresentam. Em uma rápida comparação, entretanto, não trazem a mesma beleza das indumentárias indígenas apresentadas pelos grupos de bumba meu boi.
Índia da tribo Tapiaca Uhu, de São Luís (Foto: Diego Chaves/O Estado)
No Carnaval de 2012, desfilaram as tribos: Tupiniquins, Curumins,
Tapiaca Uhu, Sioux, Guajajaras, Tupinambás, Guaranis, Kamayurás,
Carajás, Itapãs, Os Tupinambás (bairro Anjo da Guarda) e Upoan Açu.
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