MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Consultoria de inovação quer que empresas beneficiem consumidores


Entre os projetos da Mandalah, estudo faz GM pensar em futuro sem carro.
Consultoria de inovação está em cinco países e fez 70 projetos em 6 anos.

Simone Cunha Do G1, em São Paulo

Fazer a GM pensar em algum dia deixar de produzir carros e investir em outros tipos de veículos é uma utopia para boa parte das pessoas, mas para Lourenço Bustani é trabalho – segundo ele, dos bem pagos. O negócio de sua empresa, a consultoria de inovação Mandalah, é ajudar as empresas a vender e lucrar mais ao mesmo tempo em que beneficiam o futuro e a vida das pessoas.
Desenvolvendo projetos sobre temas variados, a Mandalah acredita que pode fazê-las investir em produtos, serviços e posicionamentos que beneficiem quem compra. Um dos motivos da crença é que foram contratados para desenvolver cerca de 70 projetos nos últimos seis anos por empresas que querem fazer isso.
Lourenço Bustani em frente à Mandalah, sua consultoria de inovação (Foto: Divulgação/Mandalah)Lourenço Bustani em frente à Mandalah, sua consultoria de inovação (Foto: Divulgação/Mandalah)
O escritório do Brasil toca entre 5 e 7 projetos por vez sem correr atrás de clientes. E há outros em curso em filiais de outras seis cidades do mundo: Rio de Janeiro, Nova York, Tóquio, Berlim e Cidade do México.
Segundo Lourenço, as empresas tomam conhecimento do trabalho da Mandalah por meio de palestras, depoimentos de clientes, contatos de diretores de marketing. É uma espécie de política da consultoria não bater na porta de ninguém por entender que as empresas precisam ter “abertura” para a inovação social.
Depois de um projeto de reposicionamento de marca e outro de energias renováveis, a GM quis saber as tendências do futuro da mobilidade urbana. Como resposta, recebeu da Mandalah informações para pensar no transporte para além do motor a combustão. “Com certeza queremos mudar o que a GM produz, reconfigurar”, diz Bustani. A empresa confirma a consultoria, mas não conta o que está fazendo com as informações por se tratar de questões estratégicas da montadora.
Formada por uma equipe vinda de bancos, indústrias e consultorias, a Mandalah parte da premissa de que é preciso – e possível – usar o consumismo para tornar as pessoas mais felizes. “Se a gente está numa era tão consumista, não seria bom que o que as pessoas consomem fosse bom para elas?”, diz Lourenço.
Bom pra quem consome
O trabalho da Mandalah é fortalecer o negócio fazendo bem a quem consome, ou seja, conciliar a busca por lucro com propósito: o “valor compartilhado”. “As empresas não costumam se enxergar no todo, é por isso que se dão bem e o contexto se dá mal. A gente estimula que façam um ‘zoom out’ do negócio e vejam que a esfera de influência é mais larga do que imaginavam e, quando se aperta as mãos, se criam negócios mais duradouros”, avalia Lourenço. Já que as empresas só pensarão no meio ambiente, nas pessoas e nos impactos causados pelo negócio se isso der resultado, a Mandalah se propõe a tornar isso possível.
É o caso do Sebrae de Minas Gerais, que procurou a consultoria por estar interessado em um mapa da área de mobilidade urbana. As informações seriam a base de novas oportunidades para os desenvolvedores de software, já que o segmento vem perdendo mercado com o uso cada vez maior de serviços em nuvem. A entidade pensou que a melhoria dos deslocamentos na cidade poderia ser uma forma de direcionar a inovação e fomentar negócios.
A mobilidade também foi tema de interesse da BR Petrobras, que encomendou um estudo sobre o universo do motociclismo. O objetivo era desenvolver novas estratégias de posicionamento, comunicação, produtos e serviços alinhados com os anseios do público de duas rodas.
Para a Nike, de olho nos eventos esportivos, a Mandalah investigou como a marca poderia se aproximar dos cariocas e ajudar a integrar a cidade por meio do esporte. Produtores culturais, músicos, grafiteiros deram as pistas sobre o momento da cidade e como marcar presença no Rio de Janeiro. Com as informações em mãos, a Nike estruturou rampas de skate nos Arcos da Lapa, campeonato de futebol entre favelas, um clube em um viaduto, lojas.
A Mandalah também traduziu em imagens o que é o Brasil de hoje ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. A história que a consultoria detectou vai dar “a cara dos jogos”, comandando o design e a arquitetura dos espaços olímpicos.

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