MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Depois do EcoSport, Ford do Brasil desenvolve caminhão global


Transporte. Projeto do primeiro caminhão extrapesado do grupo foi feito em parceria com a Ford da Turquia, onde entra em produção ainda este mês; fabricantes estão otimistas com a recuperação do mercado de caminhões, que recuou no ano passado


CLEIDE SILVA - O Estado de S.Paulo
Depois do EcoSport global, utilitário-esportivo criado no Brasil e fabricado em quatro países, a Ford brasileira desenvolveu o primeiro caminhão extrapesado da marca, com capacidade para transportar até 56 toneladas de carga. O veículo da linha Cargo será feito em São Bernardo do Campo (SP) a partir do segundo semestre e foi apresentado ontem no País, simultaneamente ao lançamento na Turquia, onde entra em produção neste mês.
Toda a parte de design ficou sob responsabilidade da filial do Brasil, que usou seu centro de desenvolvimento em Camaçari (BA). O projeto completo, desenvolvido nos últimos três anos, foi uma parceria da Ford América do Sul e a Ford Otosan, o braço europeu do grupo, com sede na Turquia. Até agora, a marca só operava com veículos com capacidade de até 46 toneladas.
"Este será um dos principais lançamentos do ano e representa um significativo avanço na estratégia de globalização dos veículos comerciais da marca", afirma Steven Armstrong, presidente da Ford Brasil.
O caminhão brasileiro, que terá pequenas adaptações, também será exportado para a Argentina, informa o diretor de operações de caminhões, Oswaldo Jardim. Segundo ele, o segmento de extrapesados corresponde a 24,6% das vendas de caminhões no País, participação que era de 20,9% em 2009 e deve chegar a 30% até o fim da década, segundo suas projeções.
As contas de Jardim estão baseadas no crescimento da economia brasileira - de 3% a 4% ao ano -, nas obras para Copa, Olimpíada e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), crescimento contínuo da safra agrícola e projetos do pré-sal. "Também haverá mais consumo interno e maior necessidade de transporte de mercadorias em razão do maior número de pessoas indo para a classe média e do enriquecimento da população."
O desenvolvimento do novo caminhão faz parte do programa de investimento da marca nesse segmento, de R$ 670 milhões no período 2011 a 2015. No ano passado, em razão da queda da produção de 40% para toda a indústria, a fábrica de São Bernardo operou só quatro dias por semana. "Neste ano, vamos trabalhar a semana cheia", diz Jardim.
A Ford projeta alta de 10% para o mercado total de caminhões em 2013, depois da queda de 19,5% nas vendas no ano passado, reduzidas a 139,1 mil unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A marca detém 15,6% do mercado. "Em 2015, 2016, deveremos retomar o volume recorde de 2011, quando foram vendidas quase 173 mil unidades", diz Jardim.
A Ford não divulgou o preço do novo Cargo, mas produtos da concorrência custam entre R$ 250 mil e R$ 300 mil.
Otimismo. Assim como a Ford, outras fabricantes de caminhões estão otimistas com a recuperação do mercado brasileiro, cujo tombo em 2012 é creditado, em parte, à mudança da tecnologia dos motores Euro 3 para Euro 5, que resultou em aumento de até 15% nos preços. Entre sexta-feira e hoje, cinco fabricantes divulgaram investimentos, novos produtos e abertura de vagas.
A Mercedes-Benz anunciou a contratação de 140 funcionários para a fábrica de Juiz de Fora (MG), onde pretende ampliar a produção. A montadora já havia informado, em dezembro, a volta ao trabalho neste mês dos 1,5 mil funcionários que estavam em lay-off (dispensa temporária) desde junho na fábrica de São Bernardo. A marca detém quase 25% do mercado.
A Iveco, cuja fatia no mercado em 2012 foi de 7,4%, apresenta hoje o Vertis, caminhão de médio porte (com capacidade entre 9 e 13 toneladas de carga). Em março, inicia as vendas do extrapesado Stralis Hi-Way. Ambos produtos são complementares à linha da marca.
"A Iveco tem perspectiva positiva para 2013, e há diversas razões para isso: crescimento do PIB, aumento do volume de carga transportada e a divulgação de taxas atrativas do Finame, além da manutenção, por prazo indeterminado, do IPI zero para caminhões. Com isso, a expectativa é de um crescimento no mercado de caminhões de 8% a 12% em comparação com 2012", prevê Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Iveco.
No segmento de caminhões menores, a chinesa JAC confirmou na terça-feira a produção na fábrica a ser inaugurada na Bahia em 2014 do T140, um Veículo Urbano de Carga (VUC), voltado a entregas nas cidades que proíbem a circulação de veículos de grande porte nas áreas centrais. Para isso, o Grupo SHC, representante da JAC, vai ampliar de R$ 900 milhões para R$ 1 bilhão o investimento na fábrica, que também fará carros.
Um dia antes, outra chinesa, a Rely, pertencente ao grupo Chery, anunciou o início das importações de sua linha de veículos comerciais composta por VUCs, vans e minivans. No início do ano, a MAN/Volkwagen, líder do mercado, com quase 30% de participação nas vendas, contratou entre 300 a 400 funcionários para a fábrica de Resende (RJ). "Estamos aumentando tanto a produção quanto o nível de emprego", diz o presidente da empresa, Roberto Cortes./ COLABOROU DANIELA AMORIM

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