MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de janeiro de 2013

DEVIAM ESTÁ NA CADEIA COMO TODOS OS BANDIDOS

'Não me sinto culpado’, diz dono de restaurante acusado de matar cliente

Universitário de 22 anos foi morto após uma discussão que começou por causa de sete reais.

O Fantástico investigou uma história que esta semana causou indignação: o assassinato a facadas do cliente de um restaurante depois de uma discussão que começou por causa de sete reais.
Uma família que chora. “Eu nunca mais vou escutar ‘oh pai’. Nunca mais vou escutar do jeito que ele chamava”, lamenta Renato Camargo Sampaio, pai de Mario.
Um homem que confessa um assassinato.
“Eu lembro de uma facada, pode ate ser que foi mais, mas eu não lembro”, disse o dono do restaurante José Adão Pereira Passos.
Duas versões para a morte de Mario, um jovem de 22 anos.
“Ele foi cruel, ele foi frio em fazer aquilo”, disse Patrícia Cristina Faria Bonani, namorada do Mario.
“Eu não me sinto culpado. Eu sinto um defensor de um filho”.
Véspera de ano novo. Mario, a namorado Patrícia e mais quatro amigos passam o dia na praia, no Guarujá, litoral de São Paulo.
No começo da noite, procuram um lugar para jantar. Escolhem um restaurante, onde o preço chamava a atenção.
“Estava com uma placa, R$12,99, come a vontade. Minha namorada achou estranho e perguntou pro garçom. Garçom falou a mesma coisa”, contou Rafael, amigo de Mario.
Mas Diego, o gerente e filho do dono do restaurante, diz que o grupo foi informado sobre o valor correto.
“Eu expliquei que estava R$19,90 por pessoa”, disse Diego.
Depois de comer, Mario e os amigos foram pagar a conta no caixa. Foi quando começou a confusão.
“Chegou o Diego ele chegou e falou assim. ‘cara, é isso que você vai pagar. O Marinho pegou e falou assim: ‘você esta perdendo cliente. Eu tenho meu direito de consumidor. Eu entrei por R$12,99 e é por isso que vou ficar’. No que ele fez isso ele saiu do caixa, chegou na frente do Marinho e disse: ‘baixa a bola moleque’”, lembrou Patrícia Cristina Faria Bonani, namorada do Mario.
“Conforme meu pai chegou, ele é de idade, o dono da casa, eu me retirei fui pra guia da calçada”, contou Diego Souza Passos, o filho do assassino.
“Eles falaram que a gente estava roubando. Eu falei: ‘mas por quê?’. ‘Porque era R$12,99 agora está cobrando R$19,90’”, disse Adão, o assassino.
“Houve algum tipo de agressão verbal, algum tipo de ofensa?”, perguntou o repórter.
“Nenhuma, nenhuma”, respondeu Rafael, amigo de Mario.
Adão, o dono do restaurante, concorda em cobrar R$ 12,99. Mas, mesmo depois do pagamento, a discussão não parou e virou briga.
O homem de 56 anos diz que foi agredido primeiro, com um chute na canela.
“Eu tentei dar um soco nele, só que ele era um cara mais forte que eu, eu de idade. Eu não encostava nele. Meu filho veio correndo, ‘no meu pai você não vai bater não’. Já veio empurrando. E uns segurando ele, segurando ele, foi a hora que ele pegou pelo pescoço e já caiu ali”, explicou Adão.

“Aí caímos nesse setor. Ele começou a me sufocar”, contou Diego.
Adão conta como matou Mario.
“Peguei a faca e vim. Bati nele com a faca. Com o lado da faca. Só que ele não largava meu filho. Nisso tinha muita gente sufocando ele, ele tava aqui desmaiado. Nessa que ele não largava do meu filho eu pensei que eu ia dar um furo nele, ia pegar na perna em algum lugar e não onde pegou, só que foi fatal”, detalhou Adão.
“Quantas facadas o senhor deu?”, perguntou o repórter.
“Eu lembro de uma facada, pode ate ser que foi mais, mas eu não lembro”, respondeu Adão.
“Não foi uma reação desproporcional?”, questionou o repórter.
“Eu acho, veja pra você ver. Eu não sei como eu posso falar pra você. É um momento de desespero. Momento que não tem o que fazer”, completou Adão.
Os amigos de Mario contam outra história.
“Na hora que a gente estava pagando, o Diego olhou apontou o dedo e falou: ‘vocês estão pagando isso, mas eu pego vocês lá fora molecada’. Nisso o Marinho me chamou e disse Paty, fica do meu lado porque ele esta com uma faca no bolso”, contou a namorada.
“O pessoal que estava em volta disse ‘liga pra policia’. Enquanto o Mario falava, o senhor Adão deu um tapa na cara dele”, disse Rafael.
Os amigos do jovem assassinado dizem que em nenhum momento alguém agrediu Adão ou Diego.
“Eu juro por tudo que é de mais sagrado não. Não teve nenhuma agressão. na frente começou a bater nele. Aí o Jose Adão foi por trás e deu três facadas.”, disse um amigo de Mario.
“Eu vi o meu melhor amigo morrer na minha frente, sangrar ate a morte e não pude fazer nada. Está difícil”, afirmou Raoni.
O restaurante tem 32 câmeras. Só aqui no salão onde começou toda a confusão são nove. Uma aqui, outra, ali, outra lá. Essas imagens poderiam ajudar a desvendar a história. Mas segundo o dono do restaurante o sistema estava desativado.
“Porque nos entramos em dificuldade financeira. O prestador de serviço parou de vir porque não estava mais recebendo”, revelou Adão.
Mas o dono da empresa que instalou os equipamentos diz que mesmo sem manutenção, os aparelhos podem funcionar.
“Enquanto não faltar energia, o equipamento vai funcionar até o resto de vida”, disse José Jorge Lorena da Rocha Filho, dono da empresa que instalou as câmeras de segurança.
Três dias depois do crime, a polícia procurou pelos equipamentos que gravam as imagens das câmeras, mas não encontrou nada.
Pai e filho dizem que o local foi invadido na noite do assassinato.
“Sumiu dinheiro de vendas nossas do mesmo dia, sumiu televisão, e sumiu esses aparelhos”, disse Diego.
O delegado vai investigar essa informação.
“Não existem sinais de arrombamento, como no imóvel tem um cão responsável pela sua guarda”, disse o delegado Luiz Ricardo Lara Dias Junior.
Adão e Diego conseguiram fugir do flagrante e por isso não foram presos.
Mas se ficar comprovado que estão tentando esconder provas podem parar na cadeia mesmo antes do fim das  investigação.
Este homem é um dos próximos a ser ouvido pela polícia.
Ele conta que em 2011 foi ameaçado por um garçom, no mesmo restaurante, depois de também não concordar com o valor da conta.
“Levaram a faca até próximo do rosto. Onde eu me senti ameaçado, intimidado e eu só pedi pra ele um minutinho que eu ia pegar dinheiro no carro pra pagar. momento que eu sai de lá e fui procurar a polícia”, disse a testemunha que preferiu não se identificar.
O delegado quer ouvir ainda mais versões sobre a morte do estudante.
“Nós pedimos pras pessoas que se porventura estiveram no restaurante que nos procure na delegacia pra que nos ajude a formar a nossa convicção a respeito do que ocorreu no local”, afirmou Luiz Ricardo Lara Dias Junior, delegado.
Neste domingo, amigos de Mario fizeram uma passeata em Campinas.
Para a mãe de Mario, as comemorações de fim de ano nunca mais serão as mesmas.
“Eu queria ter meu filho de volta, mas isso eu não vou poder ter. Mais eu quero justiça”, disse a mãe Maria Helena Sampaio.
FANTÁSTICO

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