MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Encontro de Bonecos Gigantes de Olinda vai homenagear Véio Mangaba


Personagem foi criado pelo ator Walmir Chagas, nos anos 1990.
Bonecas serão vestidas de pastoras, para acompanhar o 'Véio'.

Do G1 PE

Boneco gigante do Véio Mangaba. (Foto: Priscila Miranda / G1)Boneco gigante do Véio Mangaba.
(Foto: Priscila Miranda / G1)
As ladeiras de Olinda vão contar com mais um gigante na folia de 2013. O Véio Mangaba, personagem do ator Walmir Chagas criado nos anos 1990, foi transformado em boneco gigante pelo artista plástico Sílvio Botelho. A cada ano, Botelho busca um ícone da cultura popular para homenagear no ‘Encontro dos Bonecos Gigantes’, que sai na terça-feira de carnaval, às 11h.
Silvio começou o trabalho há quase dois meses. “Nós nos preocupamos em lembrar daqueles que contribuem com a nossa cultura. Como conheço o Walmir, é mais fácil fazer o boneco. Peguei algumas roupas dele e fotos para ajudar”, explica Silvio.
O Véio Mangaba faz uma referência aos pastoris profanos do Nordeste, trazendo características como malícia e esperteza, juntamente com elementos circenses, cênicos e musicais. “Muitos conhecidos diziam que o Véio Mangaba daria um ótimo boneco gigante, mas eu sempre disse que não queria mandar fazer. Se fosse para virar calunga, que fosse por homenagem”, brinca Walmir.
Dois ícones dos pastoris pernambucanos, os velhos Faceta e Barroso, que comandavam os pastoris com tudo a que tinham direito – o grupo de moças, contavam piadas, dançavam e tocavam instrumentos – foram a inspiração para a criação do personagem. “O divertido é que o Véio não vai sozinho [no Encontro de Bonecos Gigantes], ele vai acompanhado das pastoras”, conta, animado, o ator.
Silvio Botelho tem um trabalho minucioso para reproduzir pintura do personagem. (Foto: Katherine Coutinho / G1)Silvio Botelho tem um trabalho minucioso para reproduzir a
pintura do personagem. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Para dar vida às pastoras, Botelho vai aproveitar bonecas que já existem – trabalhando com bonecos gigantes desde os 16 anos, ele já fez aproximadamente 900 personagens. “Vou vesti-las como pastoras. Começamos o processo de reparo dos bonecos que desfilaram no ano passado em agosto, para tudo estar pronto para o carnaval”, diz o artista plástico.
O passo a passo na construção do boneco
Antes de colocar a mão na massa, Silvio Botelho se inspira na foto do personagem a ser criado para depois desenhar o boneco. “O primeiro passo é fazer o desenho, que eu mesmo faço. Hoje tem uma coisa muito boa, os computadores ajudam bastante. Eu sou muito ruim de computador, eu peço ajuda. A primeira etapa é fazer o desenho pra fazer depois a proporção de que tamanho vai ficar o boneco. É uma medida precisa, precisa demais”, afirma.
 Em relação à forma dos gigantes, o artista plástico conta que não utiliza moldes para padronizar as características deles. “Não tem molde certo pros bonecos. Cada um depende do movimento do braço, do movimento do corpo, volume do cliente, da pessoa que vai ser confeccionada. Se for gordinho, se for magro, se tem barriga [grande], se não tem... Tudo isso é preciso saber.”
A base dos bonecos feitos pelo artista é de papel, isopor, fibra de vidro e madeira. A estrutura interna dos bonecos gigantes é feita de fibra e a parte externa é de papel e fibra. Já a cabeça tem isopor em seu interior. “O que dá forma a eles é o isopor. Ele é modelado. É só ir trabalhando, com muito jeito e muita paciência. Depois disso, a gente reveste o isopor de papel para o isolamento, pra poder passar resina por cima. Se não revestir, o isopor estoura”.
Para o desenho do rosto, Silvio usa tintas do tipo esmalte sintético, e para a pele é esmalte sintético texturizado. “Eu uso duas mãos de tinta pra fazer a pele e duas para o rosto também, porque tem que encorpar. Mas antes de passar tem que ter a base de PVA, o latéx, pra criar uma rugosidade pra ficar parecido com pele. Ajuda muito na composição, na formação. É muito importante”, ressalta o bonequeiro.
A finalização fica por conta da roupa. “As roupas quem faz é dona Janete. Tem que esperar secar toda a tinta antes de colocar a roupa”, conta Silvio, que costuma criar um boneco gigante, começando 'do zero', em três semanas.

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