MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Estrutura precária diminui procura por passeios de barco, em Porto Velho


Passarelas de embarque são improvisadas e sem segurança.
Para quem trabalha no local, falta investimento do poder público

Vanessa Vasconcelos Do G1 RO
Passeios de Barco, RO (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Passarelas que dão acesso aos barcos são improvisadas e não oferecem segurança (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Janeiro, período de férias escolares, cresce o movimento de visitantes aos pontos turísticos de Porto Velho, entre eles, a centenária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, onde é grande a procura por passeios de barco pelo Rio Madeira. Quem chega ao local, se depara com uma estrutura precária, com passarelas improvisadas e pouco seguras, além do lixo e o matagal que toma conta da margem do rio. Durante a noite, a baixa iluminação e a ação de vândalos afastam turistas e comerciantes.
“Isso está um lixo. Quem chega de fora dá de cara com essa situação”, desabafa o comandante de embarcação Márcio Passos, que há 12 anos realiza passeios de barco pelo Rio Madeira. Passos conta que, desde a reforma realizada na praça da ferrovia, a procura por passeios caiu pelo menos 70%. O motivo, segundo ele, é a falta de estrutura do local e a ausência de incentivo turístico por parte do poder público. “Antes tinham restaurantes, as pessoas vinham, comiam e andavam de barco. Agora não tem atrativo nenhum”, reclama o  comandante.
Passeios de Barco, RO (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Márcio Passos, comandante de embarcação, diz
que o movimento caiu 70% no últimos anos.
(Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Ele lembra que, a cerca de quatro anos, quatro proprietários de embarcações atuavam no local e, cada um, fazia em média cinco passeios por dia. Atualmente esse número só é alcançado aos domingos, dia de maior movimento. “A vezes passamos a semana inteira sem realizar um único passeio”, conta Márcio.
Além da falta de atrativo, outra dificuldade encontrada pelos visitantes é o acesso às embarcações. As passarelas de madeira são improvisadas e o trecho até o barco não conta com nenhuma segurança. Márcio relata já ter presenciado a queda de pelo menos duas crianças, devido à deficiência da estrutura.  “O acesso é difícil, não tem um porto seguro e se não fosse a gente, o matagal e o lixo já tinham tomado conta dos barrancos”, diz Passos.
Pela primeira vez em Porto Velho, a pedagoga Mariene dos Santos e a contadora Eliete Amorim aproveitaram para conhecer o complexo e visitar um dos barcos atracados no local. Na opinião das duas, a beleza do local é indiscutível, mas a dificuldade de acesso aos barcos pode sim espantar os turistas. “Um pessoa de idade, ou mesmo um deficiente, não vai conseguir descer até aqui [ao barco]”, diz Mariene.
O cabaleireiro Isaias dos Anjos diz que o visual do entorno do complexo é vergonhoso e perigoso. “No Porto [do Cai n’Água] fizeram uma estrutura bonita, onde você consegue descer até a balsa em segurança, aqui poderia ser feito a mesma coisa”, sugere o visitante.
Passeios de Barco, RO (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Com reforma da praça, proprietário de flutuante teve que construir uma nova passarela para dar acesso ao estabelecimento. (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Em um bar e restaurante flutuante no mesmo local, a reclamação é a mesma: falta de estrutura e a queda no movimento. Joelma de Sá e o marido tocam o negócio há oito anos e após a reforma do complexo, concluída há mais de dois anos, o acesso ao flutuante foi removido e uma ação de despejo foi expedida pela justiça a pedido da prefeitura. A família recorreu e desde então o processo está em trâmite.
Para não perder a clientela, o esposo de Joelma construiu uma passarela na parte externa da estrutura de ferro que finaliza o mirante da Estrada de Ferro, dando acesso ao flutuante. De madeira, a passarela não oferece segurança, principalmente a crianças. “Deixaram a gente sem acesso. Ao invés de investirem, de ajudar a gente a melhorar o local para atrair turistas, eles fazem é afastar”, desabafa Joelma. De acordo com a comerciante, o único banheiro publico no local está fechado e a noite, com a pouco iluminação, vândalos tomam conta da praça. “Antes ficávamos abertos até altas horas, agora 20h, no máximo, estamos fechando”, finaliza a comerciante.
Procurados pelo G1, o adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo (Semdestur), Eduardo Rauen afirmou já ter se reunido com comerciantes e donos de embarcações que atuam no local para discutir as necessidades estruturais do complexo.
Rauen afirma que um levantamento inicial já foi realizado pela secretaria, e que no decorrer desta semana deve se reunir com outras secretarias e órgãos parceiros, a fim de sanar os problemas reclamados. “Quanto às passarelas de acesso aos barcos, temos uma reunião com o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] para que o projeto seja elaborado de acordo com as normas legais”, justifica.
Quanto à limpeza da praça e a substituição das lixeiras, o adjunto garantiu que o trabalho deve ser iniciado até a próxima sexta-feira (11).
Passeios de Barco, RO (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Matagal toma conta do barranco à margem do Rio (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)

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