MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Milhares vão às ruas no dia da 'posse ausente' de Chávez na Venezuela


Supremo deu permissão para governo seguir mesmo sem o reeleito.
Presidente segue hospitalizado em Havana após cirurgia contra câncer.

Do G1, com agências internacionais

Dezenas de milhares de venezuelanos encheram nesta quinta-feira (10) as ruas do centro da capital, Caracas, aos gritos de "Eu sou Chávez!", no dia em que o presidente deveria assumir seu novo mandato.

O grave estado de saúde do mandatário o mantém hospitalizado em Havana há um mês.

"Como ele não pode vir, estamos aqui para tomar posse. Nós o amamos", disse à France Presse Cleofelia Aceros, enquanto caminhava em direção ao palácio presidencial de Miraflores, lugar marcado para a concentração, pela avenida Urdaneta, ocupada por uma maré vermelha de chavistas.

À tarde, o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se juntou à concentração programada pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Vestido com um traje esportivo vermelho, Maduro subiu no palco principal, enquanto os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Nicarágua, Daniel Ortega, e do Uruguai, José Mujica, ocupavam seus assentos, assim como outros ministros e autoridades da região.
Chavistas reúnem-se em frente ao palácio de Miraflores, em Caracas, nesta quinta-feira (10) (Foto: AFP)Chavistas reúnem-se em frente ao palácio de Miraflores, em Caracas, nesta quinta-feira (10) (Foto: AFP)
Depois da chegada de Maduro e do número três do chavismo, Diosdado Cabello, a multidão cantou o hino venezuelano acompanhando uma gravação em que era possível ouvir a voz do mandatário, de 58 anos.

Com um "Até a vida sempre!", Hugo Chávez se despediu há um mês dos venezuelanos para viajar a Cuba para ser submetido pela quarta vez a uma cirurgia contra um câncer.
Desde então, Chávez, que durante 14 anos de governo manteve uma presença quase diária nas telas de televisão, não tem se comunicado com o país.

Seu estado é "estacionário", em um quadro de insuficiência respiratória, segundo o último boletim divulgado na segunda-feira pelo governo.

"Se Chávez tivesse vindo hoje tomar posse, eu também teria vindo. Não muda nada o fato de não estar aqui. Levamos ele no coração", afirmou Luis Brito, de 60 anos, professor de Direito vindo de Puerto la Cruz (noreste).

O ato transcorreu em um ambiente descontraído depois de uma forte controvérsia constitucional resolvida pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) na véspera.
A instituição decidiu que Chávez não deve ser substituído e que seu governo será mantido, em decisão aceita pelo líder da oposição, Henrique Capriles.
Apoiador de Chávez ergue uma bandeira com o rosto do presidente durante passeata em Caracas (Foto: Ariana Cubillos/AP)Apoiador de Chávez ergue uma bandeira com o rosto do presidente durante passeata em Caracas (Foto: Ariana Cubillos/AP)
Chavistas reúnem-se em frente ao palácio de Miraflores, em Caracas, nesta quinta-feira (10) (Foto: AFP)Chavistas reúnem-se em frente ao palácio de Miraflores, em Caracas, nesta quinta-feira (10) (Foto: AFP)

Chávez conta com uma permissão ilimitada da Assembleia Nacional, de maioria governista, para se ausentar do país "por todo o tempo que precisar para cuidar de sua doença".
O TSJ rejeitou que seja preciso declarar a "falta temporária" do presidente - como exigia a oposição -, o que depois de seis meses de ausência conduziria a novas eleições.
Maduro, que classificou a decisão do TSJ de "veraz, apegada às leis da República", informou que conversou por telefone com a presidente Dilma Rousseff, que não participou da cerimônia em Miraflores.
Segundo Maduro, Dilma ratificou 'toda a sua confiança no desenvolvimento da democracia venezuelana", depois da divulgação da sentença do tribunal.
"Estamos muito felizes" com a decisão do Tribunal "que leva paz, tranquilidade e sossego a todo o povo da Venezuela", afirmou, por sua vez, o chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, Wilmer Barrientos.
Barrientos informou na quarta-feira que o exército reforçou os postos fronteiros para atingir "esta sensação de paz que o povo venezuelano exige".

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