Luana Almeida A TARDE
O preço é pouco mais de três vezes do cobrado pela prefeitura na Zona Azul, mantida pela Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), que tem tarifa mínima de R$ 1,50 por duas horas.
De acordo com o presidente do Sindicato de Guardadores de Veículos do Estado da Bahia (Sindguarda), Melquisedec de Souza, a alta taxa cobrada pelos flanelinhas - regularizados ou não - é a queixa mais frequente recebida pela entidade, que pede a colaboração da Polícia Militar para fiscalizar a atuação desses guardadores. "São muitas as queixas a respeito da exploração nos preços", constata.
"Trabalho no Comércio e sou obrigado a pagar R$ 10 por dia ao guardador para garantir uma vaga no horário de expediente. Ao final do mês, tenho um gasto de cerca de R$ 200. É uma área pública, não acho justo ter que pagar por isso", afirma o contador.
Os danos causados aos veículos também são motivo de queixa de quem se recusa a ser explorado. Ao sair de um show, em uma casa de espetáculos no bairro da Ribeira, no último domingo (6), o administrador George Araújo Dias, 31 anos, teve o pneu do carro esvaziado e as portas traseiras arranhadas. Segundo ele, por um guardador.
Tudo isso porque ele não aceitou pagar integralmente o valor dobrado logo na chegada, conforme exigido pelo flanelinha. "Avisei que só pagaria na saída e, então, ele sacou um caco de vidro do bolso e arranhou meu carro. Quando voltei, o pneu também estava vazio", relatou.
Denúncias - O presidente do Sindicato de Guardadores de Veículos diz que o motorista que se sentir lesado por flanelinhas - regularizados ou não - pode denunciá-lo à entidade.
"Após a denúncia, os funcionários do sindicato vão tentar localizar o guardador para apurar o problema relatado pelo proprietário do veículo. Como os não sindicalizados são muitos, então, a questão foge do controle da entidade", afirmou o presidente. Para combater os abusos, o Sindguarda oferece aos guardadores cursos de atendimento ao cliente e incentiva a categoria a se sindicalizar.
"O que impede a regularização de todos os profissionais é que a maioria não possui toda a documentação exigida pela prefeitura. Alguns sequer possuem documento de identidade. Alguns, inclusive, têm antecedentes criminais", disse Melquisedec de Souza.
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