MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Primeira usina hidrelétrica do Nordeste completa 100 anos


Angiquinho foi inaugurada em 26 de janeiro de 1913, por Delmiro Gouveia.
Desativa, área histórica tornou-se complexo turístico no Sertão alagoano.

Waldson Costa Do G1 AL

Cânion do São Francisco com instalação da usina de Angiquinho ao fundo  (Foto: Waldson Costa/ G1)Cânion do São Francisco com instalação da usina de Angiquinho ao fundo (Foto: Waldson Costa/ G1)
Marco do desenvolvimento econômico e social do Nordeste, a Usina Hidrelétrica de Angiquinho, que foi inaugurada em 26 de janeiro de 1913, pelo industrial Delmiro Gouveia, no trecho do rio São Francisco, que compreende os estados de Alagoas e Bahia, completa 100 anos.
Para comemorar a data, a Fundação Delmiro Gouveia (Fundeg) realiza no sábado (26), no Sítio Arqueológico e Histórico de Angiquinho, complexo turístico que fica no município alagoano de Delmiro Gouveia, uma solenidade com o relançamento de dois livros que contam a trajetória do industrial visionário e da hidrelétrica. Na ocasião também haverá aposição de placa que marcará a passagem do centenário.

Na oportunidade, representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) farão uma visita ao complexo de Angiquinho, local que é considerado Patrimônio Histórico do Estado e Alagoas, e que pleiteia o selo de Patrimônio Nacional.
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Homens trabalham na sala de máquina de Angiquinho, primeira usina hidrelétrica do Nordeste (Foto: Arquivo Fundeg)Homens trabalham na sala de máquina de Angiquinho, primeira hidrelétrica do Nordeste (Foto: Arquivo Fundeg)
A informação é do pesquisador e integrante da Fundeg, Edvaldo Nascimento, que expõe que o centenário é mais uma oportunidade para os brasileiros conhecerem a história de sucesso do empreendimento e do empreendedor que revolucionou o semi-árido do Nordeste.

Angiquinho é uma iniciativa que mostra que o Nordeste é possível e que o sertanejo é capaz"
Edvaldo Nascimento, pesquisador
“A hidrelétrica de Angiquinho, empreendimento precursor da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), é algo impressionante devido ao conjunto de aspectos históricos, culturais e geográficos que ele envolve. Além disso, Angiquinho é interessante porque é uma iniciativa que mostra que o Nordeste é possível e que o sertanejo é capaz", expôs Nascimento.

Na ocasião o pesquisador ainda enfatizou que o marco de 100 anos merece destaque diante do pioneirismo de uma ideia que mostrou que as águas do São Francisco pode impulsionar a região do semi-árido através de investimentos e projetos sérios, como este que fez uso das águas do rio para gerar energia para o Nordeste. "Angiquinho é precursor da Chesf. Uma usina que foi implantada em lugar que muitos não apostavam. Mas que apesar de todas as adversidade deu certo e fez história", completou Edvaldo Nascimento.
O pesquisador Edvaldo Nascimento relata que Angiquinho é um marco na história do Nordeste e do Brasil  (Foto: Arquivo Pessoal)O pesquisador Edvaldo Nascimento relata que
Angiquinho é um marco na história do Nordeste
e do Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)
O pesquisador ainda evidenciou que hoje a área de 164 hectares, pertencente a Chesf e administrada pela Funged, funciona como equipamento turístico recebendo a visita de turistas e estudiosos que buscam informações sobre a hidrelétrica e Delmiro Gouveia.

Chesf
Em comunicado encaminhado ao G1 sobre o centenário da Usina de Angiquinho, representantes da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informaram que devido a importância do local para o patrimônio histórico do Nordeste e do Brasil, a Fundação Delmiro Gouveia, com apoio da Chesf, assumiu a organização das comemorações alusivas aos 100 anos.

E que a comemoração deste marco “guarda em particular uma grande importância para o Brasil e para o Nordeste, pois o empreendimento foi o primeiro de geração hidrelétrica da região nordestina e do rio São Francisco, antecipando em quase 40 anos as usinas de Paulo Afonso I (esta inaugurada na década de 50), II e III”, relata via nota o administrador Regional da Chesf paulo Afonso, Augusto Cezar Vieira de Souza.

A Chesf adquiriu Angiquinho em 31 de outubro de 1957, e segundo a Companhia, desde então vem mantendo a história da utilização dos recursos hídricos do rio São Francisco para o fim de geração de energia. “Lembremos que todo o Nordeste, até 1913, se utilizava do carvão vegetal como fonte de energia e somente nas capitais eram utilizados geradores a base de combustível fóssil”, completa.

Prédios da antiga vila operária recebeu investimentos para receber os visitantes  (Foto: Waldson Costa/ G1)Prédios da antiga vila operária recebeu investimentos para receber os visitantes (Foto: Waldson Costa/ G1)
Reconhecimento
Quanto a questão de investimentos no complexo, a Companhia colocou que “Angiquinho foi tombado pelo Estado de Alagoas em 2006, quando até então foram investidos cerca de R$ 600 mil para melhorias, as quais foram denominadas ações emergenciais, permitindo, por meio de um processo de gestão compartilhada com a Fundeg, para que o sítio histórico ficasse habilitado para receber visitações turísticas e há, inclusive, um roteiro que se realiza normalmente, desde então.

Em 2007 o IPHAN instaurou o processo de tombamento federal e, desde lá, vários estudos e projetos de restauração vem sendo desenvolvidos. O marco que permitirá a continuidade de ações da Chesf é exatamente a conclusão do tombamento federal. Este já programado para se dar ainda durante o ano de 2013, e estará sob a coordenação técnica do IPHAN, a execução da UFAL, tendo o apoio da Chesf.

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