Helga Cirino A TARDE
Este é o objetivo do ciclo de palestras iniciado na tarde desta terça-feira, 15, na unidade policial, envolvendo servidores da Secretaria da Segurança Pública, Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca-BA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A rodada de debates começou por volta das 14h, com a reclamação sobre a falta de estrutura para atender à demanda. "Começamos a discussão ouvindo como os policiais se veem. Eles deram depoimentos de que se enxergam impotentes para tanta coisa", ralatou a representante do Cedeca-BA, Cida Roussan.
De acordo com ela, o objetivo deste primeiro contato é saber, entre outras coisas, se o atendente se sente valorizado. "A gente precisa cuidar do cuidador. É necessário fortalecer o policial civil", destacou Cida.
Durante o primeiro dia de atividades, que vão até o próximo dia 5 de fevereiro, policiais e membros do Cedeca discutiram as possibilidade de uma escuta qualificada. "Reiteramos a importância de ouvir a criança, dar valor a palavra dela. Esta escuta mal- -feita revitimiza e pode contribuir para a situação da impunidade", advertiu Cida.
Para a delegada Ana Crícia de Araújo Macedo, titular da Dercca, a capacitação dá início a um processo de instrumentalização dos agentes da Polícia Civil para uma abordagem diferenciada ao público especializado.
Parceria - Para a titular, a parceria pode render bons frutos. "A maneira de abordar uma vítima infantil de violência requer sensibilidade. A partir daí é que teremos condições de aprofundar uma investigação qualificada, que vai responsabilizar o culpado", disse.
A unidade especializada registra, em média, 230 ocorrências mensais, sendo que cerca de 25 são de vítimas de violência sexual. Isto sem falar nas denúncias infundadas. Ao todo, há uma média de 400 denúncias a cada 30 dias, entre abusos do público infanto-juvenil, maus-tratos e abandono.
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