No sábado uma mulher foi agredida por policiais, após uma confusão.
Segundo diretor de unidade, violência ocorre quase que diariamente.
Polícia Militar foi chamada novamente para conter a violência na UPA, neste domingo (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Após vários casos de agressão registrados na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) da Zona Leste de Porto Velho, o diretor da unidade,
André Luiz Ferreira da Silva afirmou não descartar a possibilidade de
suspender o atendimento, devido à falta de segurança no local. No sábado (19) uma mulher de 20 anos foi agredida por policiais, após uma confusão na UPA,
por causa da demora no atendimento ao filho. Segundo a direção do
local, na manhã deste domingo (20) o vigilante da unidade foi agredido
por um homem, que fugiu.“Eu preciso garantir a segurança dos meus profissionais. Se a situação continuar desta forma, eu mesmo fecharei a porta e cessarei o atendimento. Precisamos de segurança”, afirma Silva. Segundo o diretor, as agressões a funcionários já são quase que diárias na unidade de saúde.
Se a situação continuar desta forma, eu mesmo fecharei a porta e cessarei o atendimento. Precisamos de segurança"
André Luiz Ferreira da Silva, diretor
De acordo com funcionários, o pedido é um procedimento padrão em que apenas menores de 18 anos e pessoas acima de 60 podem entrar com acompanhantes. “Ele me xingou e disse que não sairia. Pedi com educação e ele se exaltou, me deu um soco no peito e ainda fez ameaças. Tive que chamar a polícia”, conta o vigilante. Ao G1, Santos disse que esta já é a quarta agressão sofrida por ele. Após a chegada da polícia o homem deixou a esposa e fugiu do local.
Profissionais vivem com medo
Esta mesma insegurança é vivida por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da UPA. Os servidores afirmam que diariamente são ameaçados por acompanhantes e até pacientes, que não entendem o procedimento na UPA. “Nós precisamos atender aos casos de urgência e emergência. Eles são prioridade em qualquer situação”, diz uma profissional de saúde que não quis revelar o nome.
“Todos os dias somos agredidos. Não estamos aqui sem fazer nada. Há dias em que não conseguimos nem levantar para beber água com tantos atendimentos”, afirma uma das médicas.
Segundo os profissionais, um abaixo assinado foi encaminhado à direção da unidade solicitando policiamento permanente no local. “Enquanto não houver policiais aqui nós não vamos atender”, diz outro servidor que, por medo, preferiu não se identificar.
Após nova agressão, policiais permaneceram na unidade de saúde (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Polícia foi chamada novamenteNeste domingo o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop) foi chamado para garantir a integridade dos funcionários após os dois casos de agressão. O tenente Carlos Gomes, responsável pelo policiamento de rua na região do 5º Batalhão de Polícia Militar, disse que não há efetivo suficiente para deixar policiais fixos na unidade de saúde.
“Em minha unidade eu deveria ter 220 policiais, mas estou com cerca de 170. O que podemos fazer é um policiamento preventivo, apenas neste domingo”, explica Gomes.
Paciente que presenciou a confusão ficou ferida pelo
disparo de bala de borracha
(Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Agressão na UPAdisparo de bala de borracha
(Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Na noite de sábado, a doméstica Francisca Rodrigues Piedade, de 20 anos, levou o filho de 2 anos, que machucou os pés enquanto andava de bicicleta, para ser atendido. A confusão começou depois que a mãe questionou a demora no atendimento à criança.
Segundo os profissionais, Francisca ficou alterada e teria feito ameaças aos trabalhadores, quando a polícia foi acionada. Um médico relatou que antes da chegada dos policiais, a mulher afirmou que incitaria os outros pacientes contra a polícia e os profissionais. “Foi o que aconteceu. Lá fora ela começou a gritar dizendo que a PM estava batendo nela”, diz o profissional.
Mas testemunhas contaram que os policiais agiram com violência e pacientes que estavam no local tentaram intervir, provocando a confusão. Foram feitos vários disparos de balas de borracha. André Luiz, diretor da unidade, afirma que ainda está se interando do problema para saber que providências tomar.
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