MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 26 de janeiro de 2013

Vaqueiro de Cacoal mantém tradição na produção de peças em couro


Principais encomendas são de cintos personalizados e capas para selas.
Preços das peças prontas variam de R$ 15 a R$ 350.

Magda Oliveira Do G1 RO

Julio confecciona peças artesanais em couro (Foto: Magda Oliveira/G1)Julio confecciona peças artesanais em couro (Foto: Magda Oliveira/G1)
Júlio Souto Merelis, seleiro de 40 anos, mantém uma pequena fábrica em sua casa onde cria peças de couro artesanais e manuais. O material rústico é trabalhado com muita habilidade e vai se transformando, além de sela para montaria, em cinto, bainha, capa para celular, garrafa térmica, proteção para volante de carro, porta lápis e cuia para tereré. A fábrica fica localizada em Cacoal (RO), na Avenida 7 de setembro.
Júlio conta que aprendeu a profissão quando ainda era criança, acompanhando o pai nos trabalhos de vaqueiro e capataz, mas só teve a carteira assinada como seleiro há uns 10 anos. “Desde criança acompanhava o meu pai no seu trabalho com o gado, quando cresci passei a trabalhar também como vaqueiro, e para exercer esse tipo de profissão é preciso aprender a transformar o couro em objeto de trabalho”, disse.
Para a confecção de cada peça, o seleiro demora em média de um a dois dias. Segundo o profissional, para grafar manualmente é necessário molhar o couro para amolecê-lo, e só após a secagem natural da peça é possível tingi-la.
Júlio recebe em média de 10 a 20 pedidos por mês, que lhe proporciona uma renda mensal de R$ 800 a R$ 1,5 mil. Os preços das peças prontas variam de R$ 15 a R$ 350. As principais encomendas são de cintos personalizados e capas para selas.
Cintos com nomes gravados são muito procurados por vaqueiros (Foto: Magda Oliveira/G1)Cintos com nomes gravados são muito procurados por vaqueiros (Foto: Magda Oliveira/G1)
A matéria prima utilizada pelo seleiro para a confecção das peças é comprada em lojas especializadas em couro e através de doações. “Eu confesso que já retirei couro até de animais que morreram ao longo da BR 364, como cobras, veados e bodes. Mas o couro que mais utilizo é o de boi. O couro de cobra, por exemplo, quando tenho uso para dar acabamento na peça” explicou Júlio.
A encomenda mais inusitada que o seleiro já recebeu, ocorreu há pouco tempo, quando um jovem o procurou para encomendar a proteção para o banco de sua motocicleta. “O moço chegou aqui e me encomendou um banco de couro para a sua moto, e ainda pediu para eu gravar o seu nome no banco”, conta.
O lavrador Laercio Justino da Silva, 56 anos, encomendou um cinto personalizado com o nome grafado para dar de presente para o filho que é vaqueiro. “Sempre passo aqui em frente e vejo as peças bonitas que o Júlio produz, aí resolvi encomendar um cinto para o meu filho, pois como ele trabalha com gado, acho que ele vai gostar”, comenta o lavrador.

Um comentário:

  1. COMO ENTRO EM CONTATO COM O ARTESÃO PARA PEDIDOS...ronyasilva@hotmail.com

    ResponderExcluir