Principais encomendas são de cintos personalizados e capas para selas.
Preços das peças prontas variam de R$ 15 a R$ 350.
Julio confecciona peças artesanais em couro (Foto: Magda Oliveira/G1)
Júlio Souto Merelis, seleiro de 40 anos, mantém uma pequena fábrica em
sua casa onde cria peças de couro artesanais e manuais. O material
rústico é trabalhado com muita habilidade e vai se transformando, além
de sela para montaria, em cinto, bainha, capa para celular, garrafa
térmica, proteção para volante de carro, porta lápis e cuia para tereré.
A fábrica fica localizada em Cacoal (RO), na Avenida 7 de setembro.Júlio conta que aprendeu a profissão quando ainda era criança, acompanhando o pai nos trabalhos de vaqueiro e capataz, mas só teve a carteira assinada como seleiro há uns 10 anos. “Desde criança acompanhava o meu pai no seu trabalho com o gado, quando cresci passei a trabalhar também como vaqueiro, e para exercer esse tipo de profissão é preciso aprender a transformar o couro em objeto de trabalho”, disse.
Para a confecção de cada peça, o seleiro demora em média de um a dois dias. Segundo o profissional, para grafar manualmente é necessário molhar o couro para amolecê-lo, e só após a secagem natural da peça é possível tingi-la.
Júlio recebe em média de 10 a 20 pedidos por mês, que lhe proporciona uma renda mensal de R$ 800 a R$ 1,5 mil. Os preços das peças prontas variam de R$ 15 a R$ 350. As principais encomendas são de cintos personalizados e capas para selas.
Cintos com nomes gravados são muito procurados por vaqueiros (Foto: Magda Oliveira/G1)
A matéria prima utilizada pelo seleiro para a confecção das peças é
comprada em lojas especializadas em couro e através de doações. “Eu
confesso que já retirei couro até de animais que morreram ao longo da BR
364, como cobras, veados e bodes. Mas o couro que mais utilizo é o de
boi. O couro de cobra, por exemplo, quando tenho uso para dar acabamento
na peça” explicou Júlio.A encomenda mais inusitada que o seleiro já recebeu, ocorreu há pouco tempo, quando um jovem o procurou para encomendar a proteção para o banco de sua motocicleta. “O moço chegou aqui e me encomendou um banco de couro para a sua moto, e ainda pediu para eu gravar o seu nome no banco”, conta.
O lavrador Laercio Justino da Silva, 56 anos, encomendou um cinto personalizado com o nome grafado para dar de presente para o filho que é vaqueiro. “Sempre passo aqui em frente e vejo as peças bonitas que o Júlio produz, aí resolvi encomendar um cinto para o meu filho, pois como ele trabalha com gado, acho que ele vai gostar”, comenta o lavrador.
COMO ENTRO EM CONTATO COM O ARTESÃO PARA PEDIDOS...ronyasilva@hotmail.com
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