MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Idosa espera por cirurgia há 30 dias em hospital no Recife


Ela conta que teve dois procedimentos desmarcados no Getúlio Vargas.
Unidade de saúde reconhece caso e explica que faltam profissionais.

Do G1 PE

O NETV 2ª Edição desta terça-feira (26) mostrou a revolta de uma paciente de 66 anos que disse ter passado 30 dias internada no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Recife, à espera de uma cirurgia que não houve. Procurada pela reportagem, a direção da unidade explicou o motivo da paciente Severina Lopes ter tido duas cirurgias desmarcadas e também admitiu que faltam médicos especialistas na rede estadual de saúde.
A aposentada Severina Lopes levou uma queda e agora mexe com bastante dificuldade o ombro, onde sente muita dor. Ela contou à reportagem que passou 30 dias internada no HGV, à espera de uma cirurgia que chegou a ser marcada duas vezes, mas não aconteceu.  “Foi horrível, porque a gente ficava muito ansiosa, e a pressão subia. Da última vez, colocaram um paciente na minha frente. Disseram que ele estava mais grave que eu”, falou.
A sobrinha de Severina, a produtora Vilma Ferreira, acompanhou o sofrimento dela no hospital. “O descaso é grande, não só com ela, mas com todo o paciente que está lá. O que eu questiono é o respeito, porque é uma vida, um ser humano”, disse.
A aposentada foi transferida há cinco dias para a Santa Casa de Misericórdia, no bairro de Santo Amaro, no Recife, que, desde setembro de 2011, tem convênio com o Getúlio Vargas. Ela funciona como um hospital de retaguarda em traumatologia. Durante este período, foram quase 2,5 mil cirurgias. Por dia, são feitas, em média, 15, com pacientes encaminhados pelo HGV.
O superintendente da Santa Casa, Fernando Costa, afirmou que vai tomar conhecimento do caso de Severina Lopes. “Ela está aqui há cinco dias e vamos nos informar o porquê dela ainda não ter feito a cirurgia. Se ela estiver habilitada, sem nenhum intercorrência, pode ser encaminhada hoje [terça, 26] ou amanhã [quarta, 27] para o bloco cirúrgico”, explicou.
A reportagem foi ao Hospital Getúlio Vargas para tentar entender o que houve no caso de Severina. A unidade de saúde realiza 900 cirurgias por mês, sendo que a metade em traumatologia e ortopedia. Há 150 leitos ocupados por pacientes de pré e pós-operatório.
O diretor Roberto Cruz disse que o HGV recebe muitas emergências. No último fim de semana, foram 48 cirurgias. “Ela é uma paciente idosa, que deu entrada no hospital com fratura de ombro, uma área [médica] de maior complexidade que a rede estadual tem poucos especialistas. E a paciente no primeiro pré-operatório apresentou pico de hipertensão, o que contraindicou a cirurgia naquele dia. Na segunda marcação, teve uma cirurgia de emergência que se prolongou até tarde e a cirurgia não pode ser realizada”, explicou.
Roberto Cruz admite que existe um déficit de profissionais. “É uma realidade hoje da rede estadual em algumas especialidades, como traumato-ortopedista. O HGV sendo centro de referência disponibiliza cerca de 55 cirurgiões de traumatologia, mas nos últimos dois anos alguns se aposentaram. Essa escala vai ser reposta com o concurso público que já foi anunciado pela Secretaria Estadual de Saúde”, falou.

As inscrições para o concurso anunciado pela Secretaria Estadual de Saúde começaram na última sexta-feira (22) e vão até o dia 17 de março. São 248 vagas para médicos que queiram trabalhar nos hospitais públicos do estado.

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